episode trhee

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Eu o olhava sem reação, mas logo tentei esboçar algo, ou ele acharia que eu recusaria seu convite.

-é... Claro- tentei não parecer nervosa, apesar de estar- não se preocupe não está forçando nada.

-que bom, eu realmente gostei de te conhecer.- ele sorriu, e eu o acompanhei.- bom... Eu tenho que ir agora, qualquer coisa, mesma coisa.

-tá certo, obrigada pela gentileza.- continuei sorrindo.

-imagina, não foi nada! te mando mensagem pra confirmar nossa saída?-perguntou.

-sim, pode mandar- confirmei.

Nos despedimos e fiquei um tempo observando a sua caminhonete se afastar, até despertar e entrar no carro indo em direção a minha casa. Antes de ir pra casa, passei num restaurante pra comprar meu jantar, estava cansada demais pra cozinhar hoje. Peguei o jantar e fui pra casa.

Jantei assitindo um documentário qualquer de um streaming de séries.

Em um certo momento me peguei pensando no Vítor, em como ele parecia natural, eu gostava do jeito normal dele, não tinha nada muito extraordinário, mas era isso que me encantava, porém confesso que pensar em ter algo com ele me faz estremecer, não sei se estou pronta, o relacionamento anterior era cômodo, eu gostava dele, era fácil continuar seguindo em perfeito estado, ou pelo menos fingindo que estava em perfeito estado.

Por hora decidi que o Vítor não merece a bagunça que a minha vida se encontra, e sermos amigos seria a melhor opção, não que eu tenha certeza que ele queira algo comigo.

Organizei as coisas no apartamento e fui pro quarto, em pouco tempo deitada ouço o interfone tocar.

-alô?- atendo.

-dona Gabriela, o seu noivo está aqui.- o porteiro fala do outro lado da linha, me deixando receosa sobre receber o Vinícius na minha casa, depois de tudo que fez.

-ele não é mais meu noivo seu Léo, mas pode deixá-lo subir.- digo decidida a falar na cara dele tudo que eu guardo dentro de mim e se não for posto pra fora eu vou explodir.

-sim senhora.- ele diz finalizando a chamada curta.

Espero um pouco e logo ouço batidas na porta, levanto-me para abrir e assim que abro ele joga o corpo em cima do meu.

Fico estática, não retribuo o abraço estranho, e provavelmente falso.

-me desculpa de verdade, volta por favor, eu não consigo viver sem você- ele fala ainda abraçado comigo.

-pensasse nisso antes de fazer o que fez.- disse grossa.

-você nem me deixou explicar.- falou se afastando.

-não tinha o que explicar Vinícius, você estava com outra mulher, sabe-se Deus a quanto tempo.- falei me afastando da porta.

-foi a única vez, eu juro.- ele falou entrando na minha casa.

-mas uma vez já basta, se você me amasse de verdade, não teria acontecido nenhuma- continuei com o tom de voz firme.- o que você veio fazer aqui?- olho para ele vendo-o passar as mãos no cabelo loiro curto.

-vim te pedir desculpas, por favor, me perdoa.- ele parecia desesperado.

-eu tô confusa demais pra perdoar agora, mas lembre-se eu posso até te perdoar, mas não significa que vamos voltar, que eu vou simplesmente deletar da minha mente o que você fez. E fala sério, você nunca foi apaixonado por mim. - falei.

-isso é mentira.- ele falou começando a se alterar.

-é a mais pura verdade, nunca fomos apaixonados um pelo outro, só era cômodo estar junto.- falei desviando o olhar pra qualquer lugar que não fosse o seu rosto.- o que me incomoda, que me deixou triste, era que eu gostava de você, confiava, nos conhecemos a tanto tempo, nunca imaginaria que você faria algo assim comigo, mas é o que dizem só é decepção porque a gente nunca espera.

Ele ficou um tempo calado, olhando para o chão provavelmente pensando no que dizer pra me convencer.

-então acabou?- ele quebrou o silêncio.

-o que você acha?- disse.

-tudo bem então, não vou insistir.- ele disse.

-então não me procure mais, acabou de verdade, eu não quero mais.- falei séria- quando você for, apaga meu número, não me liga mais, certo?

Ele apenas assentiu e saiu pela porta.

Senti um peso saindo das minhas costas, eu realmente precisava fazer isso. E depois daquilo tomei um copo de água e deitei na cama, sentindo o cansaço me consumir e me fazendo pegar no sono.

No dia seguinte acordei com o despertador tocando, não simpatizo muito com quartas feiras, levantei devagar, comecei minha rotina da manhã, tomei um suco de couve, comi um sanduíche natural, me organizei e fui trabalhar.

Com tanto trabalho fiquei focada pela manhã inteira só parei as 13 pra almoçar, quando saí pra almoçar num restaurante ao ar livre perto do escritório, parei pra olhar o celular e vi mensagens do Vítor, "olá bom dia", "desculpa estar te incomodando, mas quando você vai estar livre para sairmos?", "talvez no fim de semana?", "eu posso ajustar meus serviços sem problemas", "me avisa quando puder".

Li as mensagens com um sorriso no rosto. Elas estavam escritas separadamente, cada frase uma mensagem, e não sei porquê mas isso me fez sorrir ainda mais.

Respondi dizendo que podia na sexta a noite, e se estava tudo bem pra ele, me desculpei também pela demora pra responder, disse que tinha ficado ocupada a manhã inteira, ele logo me respondeu, que não tinha problema a demora, que entendia, e que estava tudo bem pra ele sairmos na sexta.

[...]

A sexta- feira chegou com um clima mais quente do que Recife já estava acostumado, estava extremamente quente, mal conseguia me concentrar no trabalho, saí mais cedo do escritório, não fui produtiva, os dias superquentes nunca são bons.

O que me animava era ver o Vítor a noite, ele achou melhor nos encontrarmos já no lugar combinado, um quiosque de hambúrguer gourmet em Boa Viagem, no calçadão da praia.

Estava super feliz de estarmos ao ar livre, talvez se ele tivesse escolhido um local fechado, eu teria sugerido irmos a outro lugar mais aberto, mesmo que fosse indelicado mudar tudo em cima da hora.

Dirigi até lá com calma, saí de casa alguns minutos antes e não queria parecer desesperada de se chegasse primeiro que ele, não que fosse um grande problema.

Peguei um pouco de trânsito numa avenida movimentada, mas não atrasei muito, além de ter chegado primeiro que ele, saí do carro e andei em direção as grades de madeira que davam vista para praia, senti o vento no meu rosto e bagunçando meus cabelos.

Não estava lá a muito tempo, até sentir uma mão tocar meu ombro, me virei no mesmo momento.

continua...

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in the middle of my path [ss]Onde histórias criam vida. Descubra agora