No dia seguinte, Max foi para a faculdade sozinho, como já sabia o caminho pediu para ir só, pois sentia que está incomodando seus amigos, o que não era verdade, o jovem pode ter chegado a pouco tempo, mas com seu jeito um tanto tímido conquistou a turma. O dia passou rápido, na hora do almoço estava sentando esperando Ae para lhe fazer companhia.
- Sawasdee Krub. - Fala uma moça se aproximando dele.
- Sawasdee Krub, como posso ajudá-la?
- Vi que você foi atropelado ontem, queria saber se está bem?
- Estou sim, só um pouco rouco. Mas, estou bem, obrigado por perguntar.
- Por nada! Você é o aluno do intercâmbio, né? O que veio do Brasil?
- Sim. - Fala sorrindo.
- Meu nome é P'Kitty, quase não notei diferença por causa do sotaque, parece que mora aqui a anos. - Rir timidamente. - Enfim, deve tá se perguntando o porquê eu estou aqui... Então, me pediram para te entregar isso. - Entrega um pacote.
- O que é isso?- Fala sem entender.
- Se quiser agradecer ao dono vá na sala 5 do curso de medicina. Agora tenho que ir, muitas coisas a fazer. - Sai.
Quando ela saiu, Ae chegou segundo seu prato e olhando para Max desconfiado.
- Quem é?
- O nome dela é Kitty, perguntou se eu estava bem e me deu esse pacote.
- Já abriu?
- Não, vai que tem uma bomba aqui dentro.
- Deixa de ser paranoico. É presente é presente. - Pega o pacote. - Vejamos! - Abre o pacote e dentro tinha uma camisa branca o que ativou rapidamente a memória de Max. - Porque ela te daria uma camisa?
- Não foi ela que me deu, foi o rapaz que me atropelou. Ele lembro que eu reclamei da camisa...
- O que você vai fazer? - Coloca a camisa na mesa.
- Vou à sala 5 do curso de medicina devolvê-la.
- Quer que eu te leve até lá?
- Por favor, se eu me perder não acho o caminho de casa mais nunca. - Rir.
O tempo passou depressa, Ae levou Max para o curso de Medicina, mas não ficou com ele até o fim pois tinha aula, então só o deixou lá e explicou como chegar na sala 5.
Max foi olhando porta por porta, sempre observando como os alunos de medicina se comportavam, alguns aparentavam ter um rei na barriga, outro até que eram bem humildes, ele ia distraído olhando as coisas quando alguém esbarra nele.
- Desculpa, eu estou meio que deslumbrado com esse curso. - Olha no rosto da pessoa que esparrou nele. - Quando não é de moto é andando?
- Pelo menos dessa vez não se machucou. - Rir e o ajuda a levantar. - Você é do curso de engenharia, né? Foi difícil te achar, na verdade nem tanto, só existe um fazendo intercâmbio. A única coisa que eu não consegui saber é o seu nome...
- E precisa saber o meu nome? - Fala abrindo a bolsa. - Aqui! - Lhe entrega a camisa. - Muito obrigado, mas não precisa.
- Não entrou?
- Não precisa dar essa camisa.
- Mas eu me senti culpado de ter estragado a sua ontem, achei que isso iria compensar.
- Compensaria se prestasse atenção por onde anda, prestasse atenção no trânsito e por aí vai.
- Prometo prestar mais atenção se me disser o seu nome. - Olha no olho de Max.
- Vai ficar na curiosidade, se quer saber meu nome, descubra. - Retribui o olhar e sai logo em seguida.
Em casa na hora do jantar Max contou o ocorrido, o que gerou algumas gargalhadas.
- Acho que ele estava flertando com você. - Fala Korn que estava retirando os pratos da mesa com Max.
- Comigo? É mais fácil o mar secar. - Rir.
- Seus olhos dizem que quer um amor, mas sua mente não te deixa enxergar a oportunidade. Enfim, sexta vamos beber, quer ir?
- Beber o quê? Eu ainda estou me acostumando com pés de galinha. - Rir.
- Relaxe...
Sexta-feira chegou rapidamente, Max e seus amigos foram ao bar onde Korn e seus amigos vão com frequência, lá é um lugar enorme, algo que Max nunca tinha visto, o único problema era que por mais que ele falace a língua local, tinha músicas que ele não entendia, em uma música lenta em especial, um antigo casal resolve dança-la na pista de dança.
- Sabe que eu sinto falta disso... - Afirma Cho.
- Eu também. - Fala Yihwa. - Já faz tanto tempo que a gente se separou...
- Mas continuamos amigos, isso é importante.
- E se eu quiser voltar a ser seu namorado?
- Cho...!
- Você pensa o mesmo. - A roda. - Vamos nos dar uma nova chance?
- Acredito... - Pensa e respira fundo. - Acredito que podemos nos dar uma nova chance. - Rir.
Na mesa Max observava os casais, pois até Korn e Knock havia ido dançar, ele os olhava com uma inveja, não uma ruim, mas uma inveja no sentido de quando ele teria algo daquele jeito. Voltou o olhar para o copo e quando deu um gole e virou, teve um susto que o fez espirar a bebida.
- É perseguição? - Pergunta limpando sua boca.
- Não tenho culpa se frequentar o mesmo lugar que eu.
- Eu não frequento, são meus amigos que frequentam. Você tem amigo não?
- Tenho. Mas, eles estão ali. - Aponta. - Então seu nome é Max?
- Como descobriu?
- Você não mandou eu descobrir? - Empurra Max mais para trás e se senta ao lado dele. - O meu é Mike.
- É para eu ficar surpreso ou com medo?
- Depende...
- Garoto o que você quer?
- Primeiro quero pedir desculpas pelo atropelamento, eu não sei como você pensa é que esses dias minha cabeça está perturbada. E segundo desculpas por ter te mandado a camisa. Foi uma ofensa, não era essa a minha intenção.
- Desculpe por ter sido grosso, mas você é estranho...
- O normal é chato. - Rir. - Então estamos de boa?
- Sim.
- Deixa eu te pagar uma bebida? - Fala entusiasmado.
- Não!
- Por quê?
- Porque eu já bebi demais e to vendo estrelas já. Essa bebida de vocês bate muito rápido. Korn e Knock socorro! - Grita. - Estou sentido um fogo que eu não sei de onde vem. Esse povo ainda está dançando? - Grita.
- Max está bêbado. - Fala Korn rindo. - Quem é aquele com ele?
- Deve ser o atropelador. Até que é bonito. - Fala Knock.
- Bonito? Bonito? - Fala com raiva. - Bonito é minha bunda. - Rir. - Chama o Cho e a Yihwa, eu pego o Max.
- Certo.
Em casa, os cinco chegam rindo, uma gargalhada atrás da outra, parece que todos estão extremamente bêbados. Max foi colocado no quarto com cuidado e começou a dormir, mas sonhou com Kitty.
- Max você veio procurando repostas para você, para sua vida, mas para encontrá-las precisa ter coragem ou caso contrário nunca às terá.
Max acorda na hora soando frio, sentido gastura até do cheiro, demorou para o mesmo voltar a dormir.
Uma semana se passou, uma semana de muita aprendizagem, o estranho e confuso estudante de intercâmbio, aparentava ser tailandês e também aparentava sempre ter convivido com aquelas pessoas. Ele estava inserido no mundo deles e foi recebido com carinho e amor, sobrou à coragem, ele ainda precisa adquiri-la, mas ocasião o fará ter isso.
Na faculdade, já tarde da noite, Max volta tarde para a casa, pois, tinha um trabalho a fazer, Ae não pode acompanhá-lo, pois estava na casa de sua mãe, então ele foi sozinho para casa, também não avisou a seus amigos, pois não queria incomodá-los, já se preocupavam muito com ele, por sorte e uns e azar de outro começou a chover, era 21h30min da noite, ele estava sem guarda-chuva, quando chegou a um beco no qual tem homens suspeitos.
- Aposto que é filhinho de papai. - Grita um dos homens segundo um pedaço de madeira na mão. - Está indo para onde a essa hora?
- Para casa...licença. - Tenta passar mais eles não deixam.
- E você acha que vai passar fácil assim?
- Sim, ele acha! - Grita Mike dando um chute no homem, pegando na mão de Max e saindo correndo. - Isso é hora de voltar para casa?
- Eu estava fazendo um trabalho.
- Aqui é perigoso. - Fala subindo em cima de sua moto. - Toma! - Lhe entrega um capacete. Max sobe às pressas e eles saem dali. - Onde é sua casa?
- Pra que quer saber?
- Vou te deixar lá.
Max deu um sorriso, mas não deixou com que Mike visse. Passando por um quebra mola o rapaz quase cai da moto.
- Se não quiser cair tem que se segurar bem. - Mike pega as mãos de Max e coloca na sua cintura. - Agora aperta com força.
Em casa Korn e Knock esperavam preocupados, andavam pro lado e pro outro, pois pelo horário Max já deveria ter chegado.
- Eu sabia que estava muito cedo para ele ir e voltar sozinho. - Afirma Korn.
- Calma, ele não disse que iria fazer um trabalho? Deve ter demorado mais que o previsto. - Fala Yihwa tentando tranquilizar os amigos.
Max chega, todo molhado.
- Onde você estava, cadê sua bolsa? - Pergunta Knock.
- O Mike tá trazendo.
Make chega logo em seguida.
- Agora pode dizer o que está acontecendo? - Pergunta Korn.
- Ele estava vindo para cá quando foi surpreendido por uns ladrões no beco, por sorte eu estava perto e consegui ajudá-lo, o levei para dar uma volta e se acalmar e em seguida o trouxe para casa. - Explica Mike.
- É isso aí, deixei de ser o estrangeiro e passei a ser o causador de problema. Desculpe ter preocupado vocês. - Afirma Max envergonhado.
- O que importa é que está bem. Obrigado Mike por ter ajudado ele. - Fala Yihwa.
- Bem eu já vou. Tchau, Max. - Fala Mike indo embora.
Quando ele saiu.
- Acho que Mike gosta de você. - Fala Yihwa sorrindo. - Ele é bonitinho e corajoso.
- Ele só me ajudou por pena, isso não quer dizer nada.
- Tão cabeça dura...você está bem mesmo? - Pergunta Knock. - Quer comer o quê?
- Eu estou bem, não precisa me tratar como se eu fosse um bebê indefeso. - Vai para o quarto. Ao chegar no quarto vai direto tomar banho, ao terminar pega sua bolsa e ao abrir encontra a camisa que tinha ganhado de Mike.
Aquele gesto fez despertar algo em Max, algo que ele não sentia a muito tempo, deitado na cama, ele refletia o que tinha acontecido com ele, lembrava dos olhos de Mike, do seu cheiro ao abraçá-lo na moto, algo que fazia seu coração disparar, algo forte tão forte que vazia suas pernas tremerem.
Mike que se considerava a pior pessoa no quesito romance sentia a mesma coisa, e nessa noite na qual ele salvou Max, ele passou à noite na janela pensando no rapaz estrangeiro. Ele está admirando algo que ele nunca sentiu, mas o mesmo sabia que poderia se machucar o que não lhe traz muito medo.
O engraçado que essas duas personagens por mais distantes culturalmente estivessem, sabiam como ninguém o que era ter o coração partido, o que não garante que agora será diferente, apenas traz possibilidade de que algo está se formando.
Na faculdade Max estava sentado sozinho olhando para um pequeno lago que tem atrás do seu curso, ele está na grama jogando pedrinhas. Bem distraído.
- O que está se passando por essa cabeça? - Pergunta Kitty.
- Valha, minha nossa senhora, de onde você surgiu, criatura? - Fala dando um pulo para trás. O susto foi tão grande que disse isso em português
- Am? - Fala sem entender nada.
- O que você está fazendo aqui? Afinal de contas, quem é você?
- Estava vendo você jogando pedra nos peixes e decidi impedir antes que algum morra.
- Eu estava pensando...
- Em quem, como assassinar peixes? - Fala ironicamente. - Brutalidade, jogando assim não vai sobrar nenhum para contar história.
- Já entendi...
- Então, o que estava pensando?
- Que eu tenho sérios problemas internos e que nunca vou ter coragem para arriscar.
- Ué, para saber se vai dar certo ou não precisa acreditar e aí vem à coragem para ir à luta.
- Falar é fácil o difícil é fazer. - Olha de volta para o lago. - Minha vida eu tive isso, mas sempre fui mal compreendido, julgado até que cansei e parei. - Olha paro o lado para ver Kitty. - Cadê? - Kitty tinha sumido. - Se ela não for um espirito tirando onda com minha cara eu não faço a menor ideia do que ela seja. - Se levanta e vai para aula, no meio do percurso escorrega em uma pedra e só não cai no chão porque foi segurado por um estranho charmoso, segurado de uma forma que eles passaram 60 segundos se olhando.
- Você está bem? - Pergunta o estranho com voz galante.
- Estou. - Responde sem jeito. - Obrigado! - Sai dos braços do rapaz.
- Qual seu nome?
- Max e o seu?
- P'Ton. Qual o seu curso?
- Engenharia e por falar nisso estou super atrasado, muito obrigado por me ajudar. - Sai correndo
Ao chegar na aula vai direto para perto de Ae que tinha guardado seu lugar, se senta e assiste sua aula tranquilo. Quando a aula termina uma menina se aproxima deles.
- Sawasdee Krub.
- Sawasdee Krub. - Responde Ae e Max.
- Queria saber se posso fazer o trabalho com vocês, meu nome é P'Mia.
- Pode. - Responde Max olhando para Ae que confirma a resposta do amigo.
- Ótimo! Me dê o Line de vocês, aí a gente faz um grupo.
Na saída Max teve uma surpresa.
- O que está fazendo aqui? - Fala olhando para Mike encostado na sua moto o esperando.
- Estava a sua espera, o que mais eu iria fazer aqui no curso de engenharia? - Responde rindo. - Queria saber se não quer comer comigo?
- Mais pés de galinha? - Fala em tom de negação.
- Não! - Rir. - Achei uma churrascaria brasileira, mas só irei lá se você for comigo. - Estende a mão com o capacete.
- Se continuar me perseguindo assim vou me apaixonar. - Afirma olhando nos olhos de Mike.
- E qual o problema?
- Você não daria conta. Vamos!
- Ok! - Max sobe na moto.
- Eu já te disse... - Fala colocando as mãos de Max em sua cintura. - Tem que aperta forte para você não cair.
- Assim está bom? - Fala apertando bem forte.
- Agora vê se não solta... - Responde rindo.
No restaurante ao sentar na mesa.
- Que cheiro de casa.
- Sabia que iria gostar daqui. - Pega o cardápio. - Sexta terá um show...quer ir comigo?
- Show de quê?
- Música?
- Eu sei que é música, que tipo de música?
- Pop. É uma banda de um amigo meu. Então, quer ir?
- Vou sim.
- Eba... - Quando ia terminando de comemorar.
- Vou levar meus amigos comigo. - Rir. - Agora vamos comer que estou com muita fome.
Foi um jantar bem divertido, eles conversaram sobre tudo, Max até contou coisa do Brasil, coisas a respeito de sua família, a cada palavra os dois se completavam no sentido afetivo, pareciam dois amigos que já se conhecem a anos.
- Então, o que vai fazer quando voltar? - Pergunta o deixando em casa.
- Como assim? - Fala tirando o capacete.
- Você disse que seu pai quer que você assuma a empresa custe o que custar, o que vai fazer?
- Vou ter que ceder, não posso deixar a empresa que meu pai batalhou a vida inteira para construir, acabar morrendo.
- Mas não é o que você quer...
- Às vezes precisamos fazer coisas que não queremos. - Ao entregar o capacete toca na sua mão e o olha profundamente.
- E você vai ficar aqui?
- Até agora não tenho nada que me prenda. - Solta a mão de Mike. - É melhor ir para casa. Obrigado pelo jantar. - Sai.
- Olha quem chegou... - Afirma Korn vendo ele abrir a porta. - Como foi o jantar?
- Foi legal, por falar nisso, temos um show para ir na sexta... - Senta no sofá.
- Me deixa adivinhar: ele te chamou e você disse que iria levar a gente? - Afirma Knock rindo.
- Acertou...
- Quebrou o clima, Max? - Fala Korn tirando sarro da face dele. - Você não enxerga que ele está afim de você.
- Ele poderia gostar de outra pessoa... eu não estarei aqui para sempre, será só um ano.
- Sobre isso eu estava vendo que você pode escolher se pode aumentar o tempo, se fizer tudo certinho pode até ganhar cidadania Tailandesa. - Afirma Knock.
- Posso?
- Pode!
- Você quer ficar não quer? Para a gente não é incômodo tê-lo aqui, desde que chegou, trouxe algo novo para as nossas vidas. - Fala Korn. - Porque não vai ao show sozinho com ele?
- Tá doido? Vou com vocês.
É a cabeça dizendo uma coisa e o coração dizendo outra. O rapaz que meche com o coração de Max, tem coisas interessantes que estão esperando a hora certa de serem reveladas, mas já pode dizer que: o príncipe não é totalmente perfeito.
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Looking For.. (Procurando Por - Primeira Temporada)
Teen FictionMax Montenegro é um jovem estudante de engenharia que, à primeira vista, leva uma vida comum. No entanto, ele luta internamente por não saber quem realmente é, enquanto vive à sombra de seu pai, que espera que Max assuma os negócios da família. Tudo...