Décimo Primeiro (Último): Procurando Por

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Max acorda e ver Mike parado ao seu lado, sem pensar, o puxa com sua pouca foça e o abraça, tirando assim lágrimas do jovem, em seguida o médico chega para examiná-lo.
O fim da história talvez não será parecido com o que todos esperam, a história de Ton e Max foi dita na mídia internacional, o que trouxe olhares de negação para o rapaz que se sentia mais culpado a cada rosto que via na rua, apesar de não ter culpa e ainda procurando sua resposta final tomou uma decisão que desagradou a todos, apesar de não querer, fez dessa forma.
Max então retorna ao Brasil, deixado apenas uma carta para trás, não deu tchau, não agradeceu, apenas pegou suas coisas e foi embora na calada da noite.
Em uma manhã, Korn e Knock acordam e procuram Max pela casa, mas só encontram uma carta em cima da sua cama que diz: " Eu viajei com várias dúvidas, mas acabei sendo acolhido por vocês, é estranho pensar que eu, sim eu, depois de um histórico ruim com relações, poderia chegar a amar pessoas tão diferentes, a gostar de comer pés de galinha, a tomar mingau com carne no café da manhã, eu só tenho que agradecer e pedir desculpas por todos os problemas que causei, retorno ao Brasil com o coração apertado, mas sinto que é o melhor a se fazer. Muito obrigado! Max."
- Não seja o herói... - Afirma Korn ao terminar de ler.
- Ele é o herói, então é assim que termina?
- Não sei, espero que não, eu vou sentir falta dele.
No Brasil na faculdade de engenharia.
- Max do céu, o que foi que tu aprontaste na Tailândia, todos os jornais falam de tu. - Afirma Carlos. - Olha só. - Pega o celular. - Aluno de intercambio salva tem grande aventura regada a fogo, veneno, tiros e romance.
- Não fiz nada. - Responde cabeça baixa.
- E o Mike? - Pergunta Isabel.
- O que tem ele?
- Vão tentar namorar a distância?
- Eu acho que ele está muito melhor sem mim, pelo menos está seguro.
- Max, você não parece feliz. - Afirma Carlos olhando para os olhos do amigo que havia perdido o brilho.
- Alguém como eu não nasceu para ser feliz, apenas para ser sobrevivente, já aceitei que é assim a minha vida, sou apenas um sobrevivente.
- Todos têm direito a felicidade! - Afirma Isabel. - Vai desistir da sua?
- Eu já sei quem eu sou, a felicidade é apenas um efeito, que no meu caso é nulo, não se preocupem comigo, vou ficar bem, deixem o tempo me curar.
O tempo passou, Max foi se tornando uma outra pessoa, apesar de se mostrar forte, todos ao seu redor percebiam que o mesmo não estava bem, será que ele tinha feito a escolha certa em viver, já que escolheu ficar sozinho, escolheu perder seu amor.
Na sua cabeça isso era o certo, pois ele estava protegendo a todos de um possível novo vilão, ele não conseguia parar de pensar que tudo o que aconteceu foi sua culpa, se ele não tivesse se apaixonado, se ele não tivesse surtado, e se? E se? Mas, esse ainda não é o fim.
Na casa de praia em um final de semana, Max não é muito de tomar banho de piscina ou da água do mar, mas gosta da energia que o lugar trás. Ele está com sua irmã Kira, já tinha se passado três semanas da sua volta.
- Então maninho, como está? - Pergunta Kira indo até ele que estava sentado no sofá olhando para a imensidão azul. - Procurando alguma coisa no mar, talvez a Tailândia? - Rir.
- Estou apenas observando.
- O pai e a mãe estão preocupados contigo, tem certeza que voltar foi uma boa ideia?
- Eu ia fazer o que lá? Tinha mais nem cara para olhar para os meninos de tanta vergonha.
- Até onde eu sei foi lá que achou o que procurava ,Max. A vida não é fácil, mas temos que vivê-la, você já passou uma gama de adversidades, não acha que agora merece ser feliz, lutou tanto para isso, não desista.
- Não é tão fácil assim...
- Mas, se fosse a gente não daria valor, eu sei o que aconteceu na Tailândia, sei o que acometeu com Mike, uma verdadeira história de amor, não dê um final triste a sua narrativa.
- Kira, eu não sei...
- Você sempre soube desde criança, é isso que procura, não abandone a chance de ser feliz e principalmente de viver um grande amor.
Max sai para andar na praia, então pensou na conversa que teve com sua irmã, pensou na sua história, será que estava se culpado novamente, será que estava se precipitando, mas uma vez fugir do que lhe faz bem.
Ele continua andando sem destino, para e molhar os pés e quando vira o rosto.
- Eu estou sonhado? - Fala surpreso.
- Oi, Max.
- Oi, Mike. Como chegou aqui?
- Seu pai nos trouxe...
- Nos?
- Acho que finalmente ele percebeu o quanto incrível o filho dele é, mas será que você percebeu isso? Afinal de contas o que procura?
- Bem...Procuro ser aceito...
- Como se você não se aceita?
- Procuro ser feliz...
- Como se foge da felicidade?
- Um amor...
- Como se fugiu de mim e nem deu adeus? Mas, suas procuras acabaram suas respostas foram respondidas, você que não enxerga, você me achou. Você me tem, tem amigos que te amam e ficaram tristes por ter ido embora sem se despedir. Você já se achou, Max.
- Então, a resposta sempre esteve na minha frente, essa é a resposta final, eu sou a resposta final. Eu preciso ser quem sou, sem ter medo.
- Você sempre foi a sua resposta, um brilho como o seu não pode ser apagado, então, vem pra casa, vem ficar comigo de novo.
- Mas, e se aparecer outro vilão ou vilã?
- Apenas viva, o resto a gente enfrenta. - Pega na sua mão. - Mas, iremos enfrentar juntos.
- Mike, você realmente é minha sombra. - Rir.
- E você o amor que eu tanto procurei.
Beijam-se, o beijo que sela as pazes com o passado e um verdadeiro e merecido final feliz, apesar de contas Max achou o que ele tanto procurava.
Aproveitando que a turma está junta e dessa vez no país no qual o samba e a sofrência dominam, Max resolveu apresentar sua casa, para lhes dar mais um clima prazeroso, eles permaneceram na casa da praia.
No dia seguinte no escritório de Pedro, Max havia ido saber o porquê que ele havia mudado de ideia e o porquê de ter trazido seus amigos de tão longe.
- Se quer motivos, não precisa que eu lhe conte, dá para você sentir. - Fala Pedro sentando na sua mesa olhando uns papéis.
- Pai, o senhor nunca deu uma cartada em vão. O que o senhor está querendo?
- Não se trata mais de mim, Max. E sim de você. Eu tive conhecimento do que aconteceu com você e seus amigos, eu sei que é loucamente apaixonado por Mike...
- O senhor nunca foi a favor, como mudou de ideia tão rápido?
- Porque eu percebi que meu filho, meu herdeiro, achou finalmente o que procurava! - Respira. - Eu posso não ter sido um pai que você possa se orgulhar, mas reconheço quando tenho que recomeçar, você foi a uma terra distante, enfrentou uma diversidade, lutou. - Dá mais uma respirada. - Max você sempre lutou, eu que não percebi antes de tudo que aguentou foi para honrar o nome da família. Trazer seus amigos foi uma forma de pedir desculpas e lhe devolver o que te tomei desde que era criança.
- O quê?
- A sua liberdade, filho. Está livre para seguir o seu caminho. Seja aqui ou lá, está livre em fim. E eu prometo ser um pai melhor.
- E a empresa?
- Bem...Kira irá assumi-la e você ainda pode trabalhar aqui como engenheiro. - Se levanta. - Posso te pedir só uma coisa? Aliás, duas.
- O quê?
- A primeira é um abraço...
- E a segunda?
- Me perdoa? Por favor.
Max corre e abraça seu pai com todo carinho, afeto e amor e fala no seu ouvido.
- Lógico que te perdoou. Eu te amo, pai.
- Também te amo, Max.
Em um restaurante, a turma está toda reunida.
- O que vão pedir? - Pergunta o garçom.
- Você fala inglês? - Pergunta Kira.
- Não, por quê? Tem alguém aqui que não fala português?
- Só a maioria da mesa. - Olha para Max, - E aí?
- Eles me colocaram para comer pés de galinha, essa é minha vingança, moço traga as comidas mais típicas que você tiver e de bebida para iniciar traz uma cachaça das boas.
- Sim, senhor.
- O que pediu? - Pergunta Korn.
- Já, já vai saber.
- O rapaz que está nos atendendo deveria falar inglês, como vamos saber se você não pediu algo entranho? - Afirma Yihwa.
- Mais estranho que pé de galinha e porco no mingau? - Afirma Max rindo. - Aguarde.
As bebidas chegam.
- Parece com Whisky. - Afirma Cho virando. - Nossa! - Faz careta. - Que negócio forte.
- É cachaça, uma bebida típica do Brasil a base de cana de açúcar. Ela é bem forte mesmo. - Explica Kira rindo. - Chupa essa laranja, vai melhorar a sensação.
- Nossa! É forte, mas eu gostei. - Afirma Knock.
- Vai devagar que isso deixa a pessoa alcoolizada rápido. - Fala Max.
Os pratos começam a chegar.
- Aqui, coma um pouco disso. - Fala Max entregando à badeja.
- O que é isso?
- Feijão com bacon, tradicional tira gosto, aqui a gente não come feijão doce e sim salgado.
- Interessante. - Fala Yihwa mastigando a comida. - Tem uma farinha também, de trigo? É a única coisa que reconheci no prato. - Rir. - Isso aqui é feijão com arroz então? - Aponto para uma travessa na mesa.
- Sim e esse feijão está verdinho, é uma delícia, come com torresmo, pera, barriga de porco frita. - Responde Kira. - Se não se agradarem muito, podemos levá-los a um restaurante japonês.
- Não, precisa não, Max comeu de tudo da nossa comida, fazendo careta mas comeu, então vamos experimentar, podemos ir amanhã no japonês. - Afirma Korn.
Eles comeram, conversaram e beberam muito, o que fez a volta para a casa da praia bem animada, ninguém falava nada com nada, nem mesmo Max que tinha vezes que soltava um português no meio do tailandês, foi muito engraçado essa cena. No quarto de Max.
- Mike, vamos dormir. - Fala trocando de roupa.
- Que tal a gente fazer uma brincadeira? - Fala agarrando Max.
- Tá louco? Kira está no quarto ao lado.
- Besteira, mas ser sua punição por sair correndo de mim.
- E é? - Responde rindo. - Então sendo assim que brincadeira quer fazer?
- Então... - Joga Max na cama. - Vejamos se vai aguentar.
Mike fica em cima de Max, tira o resto de sua roupa e começa a beijá-lo, beija lentamente, lhe dando mordidas na orelha e sempre descendo mais o beijo, Max o virou e fez o mesmo até chegar no seu pênis que latejava, o tesão era tanto que nem mesmo o fato de estarem alcoolizados e levemente tontos interferiu. Mike vira Max de costas e começa a penetrá-lo, lentamente, mas a cada investida, aumentava a velocidade e a intensidade fazendo o rapaz gemer muito, suados e nos braços de Mike, Max fala.
- Te amo!
- Então nunca mais me deixe, nunca mais suma, nunca mais faça o que fez.
- Desculpa ter feito isso.
- Tudo bem, estamos juntos agora.
No dia seguinte todos foram nadar, brincaram na água, sempre com o sorriso no rosto, nunca, jamais em toda a sua vida Max tinha estado tão feliz, mas ainda tinha uma última escolha que teria que fazer, mas essa não lhe deixa triste, apenas em dúvida se seria o certo ou não.
Foram ao restaurante japonês como prometido e Isabel e Carlos foram juntos. Ambos estavam animados em conhecer os famosos amigos de outro país, a noite assim como o dia foi repleto de alegria, parecia que ninguém havia lutado para sobreviver, ou contra um psicopata.
Retornado a casa da praia, o dia nasceu rapidamente e no café da manhã a pergunta foi feita.
- Oi, filho. - Fala sua mãe.
- Oi. Bom dia! Senta aí para comer conosco, quem fez a comida foi os meninos. Cadê o pai?
- Está lhe esperando no escritório, acho que chegou a hora da sua decisão.
Max vai para o escritório.
- Bom, Max.
- Oi, pai. - Fala sentando-se.
- Filho, chegou a hora, não ache que vou me opor a sua decisão, apenas quero saber para organizar as coisas e lógico providenciar algumas coisas, como lhe disse outro dia, sua liberdade foi devolvida, pode escolher o seu caminho.
- Eu pensei bem... E resolvi fazer as pazes com o passado, se vou ser eu, tenho que recomeçar, fazendo o que me faz bem. Eu amo o senhor, a mãe e a Kira, tenho dois amigos que valem por 30 aqui, mas me descobri no lugar onde eu menos imaginava no outro lado do mundo, mas não sei se lá é realmente o meu lugar.
- Então vá... Só saberá lá, eu acho que seu lugar é lá e já providenciei algo para você, aliás, vocês, porque seus amigos irão ficar juntos.
- O que o senhor fez?
- Então... - Vira o computador. - Essa será sua casa, tem quarto para todos os seus amigos e para a gente quando resolvermos lhe visitar, Max é lá onde você tem que ficar, desde que voltou eu tenho a certeza que ir para lá foi a escolha mais certa que você fez.
Voltando e vendo todos, eles se abraçaram, pularam, fizeram uma festa, eles sabiam que a escolha do jovem seria retornar, tudo acaba bem quando termina. A moral da história é que às vezes a resposta para o que procuramos está bem a nossa frente, mas deixamos passar pois nos apegamos muito ao passado, olhar sempre pra frente, viver cada dia e ter fé e coragem é a chave para viver uma vida plena e o que passou serve de aprendizado.
E assim Max Montenegro e Mike Watanabe ficaram juntos, Max retorna a Tailândia para terminar seu intercâmbio e passa na prova para continuar. Agora ele é quase um cidadão de lá e assim como toda história deve terminar, eles viveram feliz para sempre. Então o que você procura?

Fim!

Fim!

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Looking For.. (Procurando Por - Primeira Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora