O Que Restou De Nós

Capítulo 25

POV. Liam (vovô)

Acho que foi Deus que guiou meu caminho e passou a calma que eu precisava para dirigir até a clinica onde infelizmente teria que deixar minha bonequinha internada. O caminho todo fui falando com ela, tentando fazê-la não dormir como o próprio doutor Henry tinha me orientado via telefone porque não sabíamos a gravidade do corte em sua testa. Não saia mais sangue, mas ainda sim, pode ter causado algum dano a ela.

- Filha, me conta do meu bisneto – perguntei quando vi que ela iria encostar sua testa no vidro. Eu estava fazendo-a me contar história aleatórias, longas e que a deixavam feliz. O caminho todo ouvi sobre roupas e sapatos, festa da uva, meu bisneto e Logan. Suspirei sentindo uma pontada no coração.

Nunca pensei que meu filho e meu neto fossem me decepcionar como me decepcionaram agora. Desde o inicio, eu disse que Leila não suportaria ver Logan com outra mulher, mas Liam foi teimoso feito mula como sempre. Disse que sentia saudades da única filha, que precisava da filha ao seu lado, que cuidaria dela e ao mínimo sinal de manifestação da doença iria tomar providencias. E eu disse milhões de vezes que eu e minha velha cuidaríamos dela. Garanto que se ela tivesse ficado conosco, a manifestação da doença não teria sido tão forte.

Minha bebê segurava em minha mão com força, como se eu fosse sua salvação, e quando precisei virar o volante, ela ficou agitada e logo voltou a segurar minha mão. Tem sido assim desde que sua mãe faleceu. Ela se apegou muito a mim e a sua vó e nós a ela especialmente porque é nossa única neta que realmente cresceu conosco, ela e Logan. Meus outros netos odiavam vir para o campo, ainda odeiam, mal ligam para mim e para Sara. Acho que a próxima vez que verei aqueles desnaturados será na leitura do meu testamento depois que eu morrer. Então Leila é tudo para mim

Sorri aliviado quando vi a placa que indicava o local da clinica do Dr. Henry e Leila apertou minha mão mais forte. Ele junto com uma equipe já nos aguardava para os primeiros socorros de Leila, visto que cuidar de seus ferimentos era prioridade no momento e depois conversaríamos sobre o ocorrido que para fazer bem a verdade, eu não sabia ao certo o que tinha acontecido porque pra mim ela estava bem.

- O senhor está bem, Sr. Willians? – perguntou Henry e eu percebi que estava com falta de ar. Respirei fundo algumas vezes e alguém me entregou um copo com água e açúcar e sem que eu percebesse tinha um aparelho de pressão em meu braço e eu estava sentado em uma poltrona confortável.

- É idade, meu jovem – respondi em tom de brincadeira tentando apaziguar o momento e ele sorriu – Fique tranquilo, menino. Estou bem. Vá cuidar da minha neta. Assim você cuida de mim.

- Eu não tenho muito que fazer agora, Sr. Willians – respondeu ele me dando outro copo de água gelada com açúcar. Ele quer me causar diabetes?! – Meu marido e sua equipe vão prestar os primeiros socorros em Leila, fazer exames e depois, quando ela acordar, é a minha vez de conversar com ela e entender seu estado psicológico. O senhor não tem diabetes, tem?

- Não, mas posso ter se ficar me dando tanto copo com água e açúcar – respondi rindo e então entendi o que ele estava fazendo – Está me distraindo, né moleque? – ele deu de ombros sorrindo – É muito grave o que minha menina tem?

- Não tenho certeza, Sr. Willians, o que posso dizer é que Leila é forte e vai lutar novamente contra isso. Nós só precisamos entender o que aconteceu porque ela estava super bem e do nada caiu dessa maneira – disse ele analisando meu aparelho de pressão – E o senhor precisa se acalmar, ou vai ser o centro das atenção aqui e o senhor sabe que o centro das atenção é Leila.

- Minha menina sempre será o centro das atenções de todos – respondi respirando fundo novamente. Esse menino é bom! Transmite uma paz e uma tranquilidade, não é atoa que estava melhorando casa dia mais – e Sr. Willians é meu finado pai, me chame de vovô Willians.