Capítulo 23

509 74 39
                                    

N/A: Sim, outro capítulo logo em seguida porque eu estava mega ansiosa para vocês lerem esse capítulo. Acho que foi um dos capítulos mais dificeis que eu já escrevi e eu me emocionei muito ao escrevê-lo. Espero que eu consiga passar para vocês um pouco dessa mesma emoção. 

A culpa é toda dela – podia ouvir voz de Suzanna na minha cabeça. Ela me avisou e eu não ouvi.

Sim, é culpa da Giovana.

A culpa é toda dela. Dela e de Logan.

Sim, dela e de Logan.

Logan me enganou, mentiu para mim, se vingou de mim pelo que eu fiz a ele.

Me iludiu e me traiu. Como eu fiz com ele diversas vezes.

Nuggets me olhava assustado e eu não entendi porque. Minha cabeça parecia que ia explodir, meu coração estava acelerado e eu tremia. Merda. Fui até minha caixinha de remédio e nada, estava vazia. Gritei jogando tudo no chão de raiva. De estar sendo diminuída pela minha própria família por causa de uma vadia desgraçada que se intrometeu nas nossas vidas.

Tirei todas minhas roupas dos cabides jogando no chão, junto com meus sapatos, bolsa e empurrei o manequim que tinha meu vestido de noiva. Eu não quero nada que me lembre a antiga Leila. Eu não quero nada que me lembre Logan, nada! Não quero ele perto de mim, não quero nada que me lembre ele.

- Você precisa dizer isso a ele... – ouvi uma voz na minha cabeça.

Sim, eu preciso dizer isso a ele.

Meu pai e sua esposa ainda estavam dentro do escritório. Quero só ver que desculpa ele vai dar para minha avó para ele estar me mandando para ela, mas o fato é que ela vai amar me ter morando com ela e talvez seja isso mesmo que eu precise. Ter pessoas do meu lado, que realmente estão do meu lado. Não preciso do meu pai. Ele só quis me controlar, minha vida toda. Morar com minha avó será minha libertação e assim posso finalmente me acalmar e recomeçar.

E a primeira coisa que quero fazer é ligar para Nathan! Sim, ele vai ser meu recomeço com estilo.

Peguei o carro do meu pai e dirigi para a vinícola. Senhor Rochelle me cumprimentou mas eu só via vermelho na minha frente. Precisava falar tudo que estava entalado na minha garganta ou iria explodir. Tentei abrir a porta da frente, mas estava trancada. Dei a volta encontrando Giovana deitada em uma cadeira de piscina, tomando sol e tirando fotos toda feliz e a vontade.

A vadia está achando que está em casa...

Não, isso não...

- O que faz na minha casa? – perguntei me aproximando dela.

- Estou na casa do meu noivo enquanto ele trabalha – respondeu ela com um sorriso sínico – Além do mais, será a minha casa depois de nos casarmos. Seu pai até confirmou que vai dar a casa pra mim...

Olhei para ela em choque. Ela tem meu marido, meu pai e agora minha casa. Uma parte de mim queria afoga-la na piscina e outra parte queria que eu lidasse com a situação de maneira pacifica, que ela só estava falando aquilo para me irritar. Mas eu não sou pacifica. Cansei de ser paciente e a bonequinha que todos querem moldar a seu benefício...

*****

POV. Narrador

A esquizofrenia não é brincadeira. Foram anos e anos tentando entender o que se passava com a garotinha que via pessoas que não existiam, que sentia que alguém a estava perseguindo e que tinha constantes mudanças de humor e comportamento.

O diagnostico de Leila veio tarde. Alguns médicos acreditavam que eram sintomas de traumas depois de perder a mãe e os avós tão repentinamente. E foi apenas na fase adulta que foi diagnosticada corretamente, mas muitos já tinham sofrido com as consequências de suas ações. Os surtos podiam durar meses e Logan já sabia como lidar com Leila quando ela estava sob efeito de um delírio, mas sentiu medo pela primeira vez na vida quando ouviu um estrondo vindo da sala da sua casa.

O Que Restou De NósOnde histórias criam vida. Descubra agora