CAPÍTULO 39 - HUMBERT HUMBERT SETE

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O caos reinou dentro do ônibus. Alguns alunos estavam gritando: "Depressa!". Já outros estavam chorando: "Senhorita Hu!". O agressor que agora estava com os olhos arregalados, enfiou a faca no estômago de Hu Lingling. Para a professora, sua vida tinha sido boa e sem grandes eventos até aquele momento. Ela nunca teria imaginado que existisse tal dor excruciante neste mundo. Ela caiu no chão. Toda a força escapou de si. Seus olhos estavam fixos na porta entreaberta do ônibus, rezando para que ela se fechasse e o que o ônibus fosse para o mais longe possível.

A chave do veículo ainda balançava ao lado do volante, aparentemente esquecida pelo condutor. O motorista estava segurando o câmbio. Ele podia fechar a porta com o simples aperto de um botão. Ele era experiente. Ele era capaz. Ele poderia girar a chave em um segundo e se afastar de todo esse pesadelo... certo?

Não foi bem assim.

O motorista Han Jiang parecia horrorizado. Seu corpo estava muito rígido para se mover. Ele ficou sentado e gritou para o agressor: "Pare com isso!"

Hu Lingling não conseguia mais falar. Ela continuou balançando a cabeça desesperadamente para Han Jiang, esperando que ele pudesse simplesmente deixá-la e ir embora. No entanto, no momento seguinte, ela ouviu palavras arrepiantes saindo da boca daquele homem aparentemente honesto: "Isso não é apenas por dinheiro? O que diabos vamos fazer se você a matar? "

Hu Lingling sentiu os cabelos em nuca se arrepiarem.

Enquanto isso, a cortina na parte de trás do ônibus foi aberta pelo vento da noite. Com a ajuda do pano ondulante, a garota de vestido floral silenciosamente se escondeu atrás dele e deslizou para fora da janela do automóvel. Como uma gatinha frágil, mas ágil, ela caiu na grama lamacenta sem que ninguém percebesse.

Interrompido, o agressor puxou a faca da professora e a jogou com raiva para o motorista, depois ele inclinou-se para agarrar Hu Lingling pelos cabelos e começou a espancá-la.

Os olhos de todos foram atraídos para a cena horrível de violência. A tempestade uivante e os gritos da mulher encobriram os barulhos dos passos da garota. A noite sem estrelas se tornou sua aliada. Ela evitou os faróis do ônibus e correu na direção oposta.

Não havia uma única alma penada no caminho tortuoso da montanha. Não havia luz e tampouco placas. Enquanto ela corria, as sombras das rochas e das árvores saltaram sobre sua figura, como monstros à espreita na escuridão. Ela não sabia dizer para onde estava indo e não se atrevia a olhar para trás. Até seus próprios passos a assustavam, pareciam que alguém a estava perseguindo.

Ninguém jamais havia lhe ensinado o que fazer em tais circunstâncias. Tudo o que ela podia fazer era continuar correndo.

De repente, os olhos da garota foram cegados por um forte flash de luz. Seus nervos frágeis estavam à flor da pele. No momento, para ela, homens eram tão assustadores quanto fantasmas. Assustada, a garota tropeçou em uma pedra e caiu: "Ah-!"

Um carro guinchou e parou ao lado dela. Seus ouvidos estavam zunindo e todo o seu corpo estava paralisado.

Nesse momento, ela ouviu uma voz muito nítida e doce: "Papai, é um animalzinho? É um cordeiro?"

A voz da outra jovem libertou-a do pesadelo sufocante. Seu coração estava batendo como um tambor. Ela ouviu passos suaves se aproximando. Um homem apareceu na frente dela, segurando um guarda-chuva.

Ele parecia gentil e amoroso. Ele não poderia e nem aparentava ser uma pessoa má.

Ela gritou: "Shūshu¹, me ajude!"

O vestido floral estava coberto de lama. O joelho dela estava ralado. Uma das unhas dos pés foi quebrada por uma pedra e havia sangue por toda parte. O homem olhou para ela, então a pegou gentilmente e a abraçou.

Silent Reading (默读 - MODU) BL Novel por Priest (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora