CAPÍTULO 33 - HUMBERT HUMBERT UM

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Por falta de uma analogia melhor, naquele momento Luo Wenzhou sentiu o mesmo que Zhao Haochang quando o advogado descobriu que seu segredo escondido na Vinícola Fengqing já não era mais um segredo.

Ele foi pego no ato, estancou como se atingido por um raio e não teve tempo para negar. As lindas flores brancas gozavam da exposição à chuva.

Luo Wenzhou murmurou: "Eu... er... na verdade... eu resolvi fazer uma parada no meio do caminho."

No caminho para onde? Nesse caso, só poderia significar que nosso poderoso capitão Luo estava fugindo para a Coréia do Norte.

Antes de Fei Du começar a zombar dele, Luo Wenzhou percebeu que sua desculpa era tão ruim que era algo estilo "Zhang Donglai".

Mesmo que a cara de pau dele fosse tão grande quanto a Grande Muralha, sua pessoa não poderia escapar dos olhares afiados de Fei Du. Luo Wenzhou ficou bastante envergonhado e tentou evitar fazer contato visual. Ele forçou o começo de uma conversa casual e estava de olho em qualquer oportunidade de fugir.

"Vocês dois podem continuar." disse Luo Wenzhou. "Eu tenho trabalho amanhã. Paz e até mais." Ele se despediu e estava prestes a se molhar na chuva. No momento seguinte, o grande guarda-chuva preto seguiu como uma sombra.

Fei Du não mexeu o corpo, ele apenas estendeu um pouco o braço que segurava o guarda-chuva. Em pouco tempo, seu outro ombro ficou encharcado. Uma névoa leve o envolveu.

"Então as flores eram suas?" ele perguntou suavemente.

Por sete anos, Fei Du foi ao cemitério no aniversário da morte de sua mãe. Às vezes, quando chegava um pouco atrasado, via um pequeno ramo meio brega de flores brancas. O cemitério era um espaço aberto onde muitas pessoas iam e vinham, e o porteiro não ajudou muito não querendo nomear o visitante secreto.

Parecia que a pessoa misteriosa não queria ofender, então Fei Du não se importou. Ele pensou em muitas possibilidades, e nenhuma delas passou perto de Luo Wenzhou.

"Sim." O policial admitiu sem jeito, tentando mudar de assunto: "Apenas uma cortesia. Hum... eu pensei que você já tinha ido?"

Fei Du respondeu com um olhar ainda mais desconcertante: "Como você sabia que eu tinha saído?"

Luo Wenzhou: "..."

Ótimo. Ele agora entendia completamente como Zhao Haochang se sentiu ao deixar escapar a verdade.

Fei Du casualmente enfiou o guarda-chuva na mão dele e se abaixou para pegar o cachecol que caíra na lápide: "Eu esqueci de pegar isso."

À Luo Wenzhou foi "atribuído" o dever de segurar o guarda-chuva para o jovem mestre. Parecia errado abandonar o cargo, mas permanecer significava apenas mais constrangimento. E foi assim que ele acabou seguindo relutantemente Fei Du enquanto fingia estar admirando a paisagem circundante.

As fotos nos epitáfios estavam alinhadas umas com as outras ao redor deles, algumas solenes e outras amigáveis, mas todas os cumprimentavam com olhares. A chuva pesada parecia ter formado uma cortina que conectava o céu de urze com as colinas distantes. Todos os esquilos voltaram para os troncos das árvores. Luo Wenzhou olhou ao redor e finalmente admitiu que o único ser vivo à vista era aquele próximo a ele e que compartilhava o minúsculo espaço coberto.

Para sua surpresa, esse ser vivo era bastante agradável de se olhar, contanto que ele não estivesse menosprezando a lei e a ordem. Ele era um jovem alto e esbelto. Fei Du usava uma camisa cinza escura bem passada naquele dia e ela havia se molhado na parte de baixo do tórax. A camisa molhada abraçou sua cintura gentilmente e, para alguém que gostava de homens, era quase provocante. Muito agradável de se ver.

Silent Reading (默读 - MODU) BL Novel por Priest (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora