CAPÍTULO 42 - HUMBERT HUMBERT DEZ

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Nos últimos vinte anos, o distrito de Lianhua-Shan havia sofrido mudanças tão dramáticas que hoje era quase irreconhecível. Agora, as ruas e os edifícios elevavam-se perfeitamente alinhados em um estilo "moderno" e uniforme, fazendo o lugar parecer ainda mais imponente do que o centro de uma cidade real. As árvores jovens e tortas ao longo das estradas revelavam a natureza apressada e mal preparada sob a "maquiagem pesada".

Luo Wenzhou dirigiu pela vizinhança várias vezes antes de finalmente encontrar a humilde banca de jornal.

Um homem com óculos de leitura e costas curvadas estava sentado atrás do balcão, cuidando de seu negócio. Era difícil dizer a idade dele, pois seu rosto era o de um homem de meia-idade que provavelmente ainda não tinha chegado à aposentadoria, mas seu espírito era o de um velho letárgico.

Eram as horas mais quentes da tarde. O sol escaldante havia efetivamente transformado a rua em uma panela fervente. Luo Wenzhou ergueu os óculos escuros e caminhou até a banca de revistas: "Um refrigerante gelado, por favor."

Ao ouvir isso, o dono do estabelecimento guardou seu livro e se abaixou. Logo, ele entregou uma garrafa coberta com uma fina camada de gelo branco.

Sob o toldo da banca, Luo Wenzhou abriu a bebida e bebeu quase metade da garrafa.

Durante toda a manhã ele argumentou com seus colegas de trabalho mais velhos envolvidos no antigo caso de Lianhua-Shan. Embora ele tivesse o apoio do diretor Lu e uma causa totalmente legítima, ainda era preciso muita reviravolta para fazer aqueles velhos falarem. Afinal, ter uma formação semelhante e realizar as mesmas coisas com o alvo de seu interrogatório, levou todo o jogo a um novo nível, já que ambas as partes conheciam muito bem as táticas usuais. As rodadas intermináveis ​​de idas e vindas eram mais exaustivas do que o enredo do drama chinês 'Gongdou'¹.

Tendo trabalhado como escravo a manhã inteira e sobrecarregado seu cérebro, Luo Wenzhou perdeu o controle por um tempo, permitindo-se mergulhar brevemente na bebida gelada e na sombra amigável do estabelecimento.

Vendo que o cliente não ia sair tão cedo, o dono da banca pôs a cabeça para fora e perguntou: "Rapaz, também tenho picolé. Você quer um?"

Luo Wenzhou acenou e disse: "Não, obrigado! As bolhas de ar do refrigerante já estão ocupando muito espaço... Só preciso de mais um minuto."

"Certo." O homem disse e puxou um banquinho de plástico para ele: "Aqui, sente-se. Está um dia tão quente e estamos todos derretendo. O que você faz, meu jovem? "

Luo Wenzhou, colocou a garrafa entre os joelhos antes de responder: "Eu sou um policial."

O dono da banca estava cruzando o parapeito da porta. Assim que ouviu a palavra "policial", todo o seu corpo congelou naquele local. Depois de um longo tempo, ele finalmente se virou, guardou os óculos de leitura e falou em uma voz baixa e trêmula: "Eu já cumpri com minha sentença e o governo já aprovou a minha papelada."

"Eu sei." disse Luo Wenzhou: "Guo-shū², não quero incomodá-lo. Só quero falar com você sobre o caso de Fei Fei, que aconteceu há vinte anos."

O dono da banca era Guo Heng.

Depois de matar Wu Guangchuan, Guo Heng foi preso por assassinato. Sua sentença foi encurtada e ele foi solto há dois anos. Obviamente, a essa altura ele já havia perdido seu antigo emprego. Vinte anos se passaram e nada restou dos velhos tempos. Pessoas foram embora para outros lugares ou morreram, a cidade mudou e até mesmo sua esposa o deixou antes de ele cometer o crime. Ele voltou ao irreconhecível distrito de Lianhua-Shan sozinho e passou a viver seus dias nesta pequena banca de revista.

Silent Reading (默读 - MODU) BL Novel por Priest (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora