O Vestido, A Foto & A Maquiagem

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LauraSábado, 26de junho, 15h23 – Casa da Laura

Eu estava determinada a fazer a cabeçuda pagar por esse papel medíocre. Eu estava sangrando para ser a melhor da peça. Por culpa dela, eu perdi aposta e meu fabuloso cabelo. Fui obrigada a ficar o dia todo com aquele repicado. Com todo nervoso, ele acabou ficando uma merda, foi um milagre eu não o estragar por completo. Pelos corredores, na sala, no refeitório e nos clubes, eu ouvia os comentários maldosos sobre mim.

Imediatamente ao sair do colégio, naquele terrível dia, eu liguei para o meu cabeleireiro para contar a estado gravíssimo do meu cabelo. Ele fechou o salão para meu uso exclusivo. Cheguei coberta de lágrimas e sentei na cadeira com os olhos vendados. Segundo ele, essa cirurgia necessitava de paciência e exatidão e eu não poderia perder a calma. Depois de quatro horas, suas mãos divinas fizeram o impossível. Admito que ele não estava tão belo e perfeito quanto antes, mas ainda assim, estava melhor de qualquer uma do colégio. Meu cabelo estava mais rebelde, mais solto e mais livre.

Não demorou muito para as garotas imitarem meu novo corte. Ao menos tentarem. Primeiro, foram as garotas do Fundamental que não sabiam muito do ocorrido. Depois, foram as do segundo ano, notando que os garotos e seus namorados estavam ainda mais interessados em mim. As garotas do primeiro ano, seguiram as do segundo. Por fim, minhas colegas do terceiro ano, a maioria estava inclinada a imitar o corte ou ao menos mudar os próprios. Elas precisavam apenas de um empurrão. Depois do José cometer aquela traição de tirar a foto e a expor, ele pediu perdão e eu estava um pouco relutante em aceitar, mas seus talentos não podiam ser desperdiçados e marquei com ele na minha casa, chamando Juliana para ajudar na maquiagem e na roupa. Chamei Beatriz também, desde a aposta, eu fiquei um pouco distante. A primeira a chegar à minha casa foi a minha Beatriz. Ela estava mais radiante, sentia uma maior alegria nela.

— Quem é o garoto? — eu perguntei quando abri a porta, os outros poderiam chegar e eu não teria a chance de conhecer a identidade do Romeu.

— Que garoto? — falou Beatriz com as bochechas rosadas, correndo para sentar no sofá.

— O garoto que a está deixando rosa como uma leitoa.

— Não tem garoto, eu juro!

— Você sabe que eu vou descobrir, alguém vai me contar – sentei ao seu lado.

— Não vai, ninguém sabe.

— Ah, tem um garoto! — ela ficou vermelha — Não precisa ficar nervosa, meu anjo, se não quer falar, não tem problema

— Não? – ela virou o rosto.

— Claro que não, não precisa dizer o nome — ela voltou ao tom normal. – Você pode ao menos falar, se ele é legal?

— Muito!

— Não vai ser igual da última vez?

— Não, ele é atencioso, gentil e se importa comigo.

— Eu também, por isso fico preocupada – eu acariciei seu rosto.

— Não precisa, ele não vai me fazer mal!

— Espero que não ou sua irmã e eu acabaremos com ele.

— Eu sei...

— O que você acha de fazermos sua trança enquanto esperamos? Senta aí – levantei para pegar os pentes.

— Eu adoraria! – Beatriz abriu um largo e lindo sorriso.

— Mas antes, quero saber por que você não respondeu minhas mensagens domingo, foi por causa dele? Diga a verdade.

A Queda da PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora