Luazinha

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LauraSábado, 2de junho, 23h12 – Casa da Laura

A festa estava sendo um sucesso, todos estavam amando, o dj que Verônica trouxe estava bombando, cada música melhor que a outra e a bebida parecia que nunca iria acabar. Fazia tempo que eu não me divertia assim. Todos falavam que era a melhor festa e elogiavam minha roupa/fantasia. Mesmo não fazendo ideia de quem eu estava vestida. Eu estava usando um top preto, uma regata preta aberta com uma estampa de espada no meio, calça de couro preto bem justa, botas de couro cano longo pretas e meus braceletes. Simples e linda. Eu estava passando pelo corredor à procura da Beatriz, no momento que fui cegada por um flash, quando minha visão voltou, vi José fantasiado de Jimmy Olsen, ele estava encantado com minha fantasia e pediu que um dia eu fizesse um ensaio fotográfico com ele. Ele que espere. Partindo, ele avisou que os garotos estavam à minha espera na mesa de sinuca do meu pai.

Ah, os garotos. Era inevitável não falar com eles na festa. O silêncio entre nós durou bastante tempo, eu pensei que estaria preparada para encará-los. Só pensei. Egocêntricos, ardilosos e traiçoeiros isso é o que eles são. Acendi um cigarro e encostei na parede para observar o jogo deles esperando o momento certo para entrar.

Os quatro estavam jogando sinuca. Vinícius estava encostado na parede, eu tinha quase certeza que ele estava vestindo a roupa de algum álbum do Bob Dylan, porque usava o chapéu e a gaita clássica. Carlos estava ao seu lado, vestido de lutador de UFC, mirando o taco em uma bola na mesa. Fernando com um rosto oval, nariz inchado e largo, orelhas grandes e um maxilar puxado, olhos azuis e longos cabelos negros lisos que desciam até a cintura e uma barba grande no estilo lenhador, estava sentando de lado na mesa, passando giz no taco, vestido de Charlie Chaplin. E por último e mais importante, o garoto mais adorado da colégio, Augusto. Todos pensavam que ele era um simples playboy filhinho de papai, mas era muito mais que isso. Ele possuía um rosto quadrado, simétrico e das proporções mais perfeitas possíveis, uma boca rosada que atrai qualquer uma para seus lábios, olhos verdes e um cabelo liso dourado bagunçado. Ele estava entre os garotos na ponta da mesa com as duas mãos nela, observando a jogada do Carlos. Ele estava vestido de Deus.

— Acerte logo a bola! — disse Fernando.

— Cale a boca, preciso de concentração — respondeu Carlos.

— Mas você está aí faz cinco minutos, só acerta a porra da bola

— Deixe o rapaz em paz e guarde suas ofensas, seja mais cortês — criticou Vinícius, e a seguir Carlos encaçapou a bola branca.

— Demorou todo esse tempo para fazer essa merda — falou Fernando, a caminho da mesa, esbarrando em Carlos que bufou ao passar. — Deixe-me mostrar, como um cavalheiro deve jogar.

— Um cavalheiro, não tem a boca suja como você e pratica sempre o fair play — julgou Vinícius.

— Palavras bonitas! — Fernando encaçapou três bolas de uma vez — Para um perdedor! Sua vez.

— Só três? Júlio deve estar rindo no culto agora.

— Jogue antes de falar.

— Com todo prazer, senhor. – Vinícius encaçapou quase todas, sobrado duas bolas.

— Você está roubando – acusou Carlos.

— Como eu roubaria em jogo de sinuca?

— Roubando.

— Sábias palavras – disse Fernando.

A Queda da PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora