my sweet fallen angel | newtmas

01.

O peito de Newt subia e descia ofegante, a rápida saída para comprar alguns copos de café próximo a universidade já havia sido responsável por congela-lo dos pés a cabeça. Ao chegar, Sonya tinha seus cabelos loiros acariciados por Harriet, que esquentava os pés cobertos em frente a uma pequena estufa.

Alby mexia em seu celular, atirado ao sofá da sala principal da casa nada modesta da fraternidade. O garoto de pele escura abriu um sorriso largo, saltando para pegar um café das mãos de Newton e lhe dar um selinho.

- Beijo gelado. - Riu, retirando o pesado casaco marrom.

- Vamos parar de boiolagem ou vou começar a ficar triste demais. - Minho rolou os olhos.

- Não precisa ficar nervoso só porque o Ben não veio. - Fry zombou, mas recebeu um soco no braço como devolutiva.

Newt esfregou a ponta do dedos contra o nariz frio e sentou-se com o namorado em seu colo. A vida em Londres era algo tranquilo apesar das milhões de provas e testes, momentos de surto sobre a vida universitária e festas onde Gally sempre acabava pendurado em um lustre.

- Vamos ver um filme de terror? - Winston sugeriu.

- Nem fudendo. - Harriet arregalou os olhos. - Tenho prova amanhã, preciso dormir bem, não pensar em gente morta enquanto faço cálculos.

- Não é o teste daquele babaca do Senhor Brown? - Newt franziu o cenho.

- Sim, o que vazaram falando sobre "ideologia de gênero." - As palavras eram carregadas de desgosto. - Daria tudo pra deixar aquele transfóbico do caralho sem dentes.

- Não é o único. - Bufou.

Alguns minutos de discussão prolongaram-se sobre o que fariam, até Fry levantar a cabeça com uma voz sombria que fez todos ficarem em puro silêncio.

- Uma das várias histórias dessa universidade deixaria qualquer produtor de filmes de terror com medinho. - Fitou-os de forma extremamente séria. - O Suicídio da Quarta Torre.

- Achei o nome broxante. - Minho sussurrou.

- Não seja cruel. - Sonya reclamou.

Os dois garotos começaram a brigar e os outros apenas ficaram de platéia, dando risada da infantilidade. Vez ou outra Alby acariciava a coxa de Newt, que lhe rendia alguns arrepios.

- Broxante é seu pau, essa história é ótima! - O de pele retinta retrucou ofendido

Todos ficaram quietos, dando sinal para que ele continuasse, mesmo que Harriet não estivesse nada afim daquilo.

- Bem, dizem que um garoto da antiga fraternidade WCKD era extremamente rico e veio estudar aqui alguns anos atrás, mais por tradição de família. - Iniciou, após Gally apagar a luz, fazendo um frio subir pela espinha da loira. - Porém, com o tempo ele percebeu que a grana da família não era da mais limpa e se aproveitou disso, do nada aparecia ajudando uma galera necessitada ou com carro novo...

- Não sei se acho ele um idiota ou sei lá, um Robin Hood. - Minho pigarreou.

- Pois é, mas obviamente, em algum momento os velhos perceberam que estavam sendo "roubados", acusaram pessoas de todas as áreas da empresa, sem suspeitar que o responsável fosse o próprio filho. - Bebeu um gole do café que já estava morno. - Quando o pai encontrou alguns registros de transferências para contas e empresas fantasmas, conseguiu ligar tudo e decidiu tirar satisfação, mas quando entrou no quarto do garoto, encontrou ele na cama com outro cara.

Neste momento, ninguém faziam piada alguma, a história tornava-se cada vez mais interessante apesar de absurda.

- Bem, a reação do coroa foi péssima, lógico. A mãe de saúde já frágil adoeceu, enquanto o marido jurou que acabaria com a vida dele, mas nem foi necessário o esforço. - Fez uma pausa dramática. - Em uma noite, gelada e quieta como essa, o garoto saiu de seu dormitório de número vinte e dois, cambaleando pelo efeito das drogas e se atirou do topo da quarta torre... Dizem que algumas pessoas até ouviram os gritos de arrependimento dele enquanto caía no silêncio da madrugada. A universidade fez de tudo para esconder isso, tanto é que ninguém comenta quem era esse tal aluno, mas já relataram diversas aparições e vozes pela Torre.