Raios de sol invadiam a saleta por entre as frestas no telhado. Você permaneceu sentada a noite inteira, sem sequer mover um músculo. Jeff também não saira do quarto, o que preocupou-a.
Você arrastou-se, repousando a cabeça no sofá. Estava deprimida e sequer sabia o motivo, ou talvez sim, apenas recusava-se a aceitar. Ademais, viu-se interrompida por ruídos ao longe, entretanto, não moveu um músculo para averiguar. Passos ecoaram no corredor, tornando-se mais nítidos a cada segundo. Você sentiu uma presença de pé atrás de si, embora já soubesse de quem se tratava.
—Jeff... - Você murmurou olhando-o de soslaio.
O Killer sentou-se sobre o estofado, encarando-a. Suas olheiras ainda mais profundas e demarcadas.
—Por que não foi embora? - Ele questionou, sua voz ainda mais rouca que o habitual.
—Não sei... - Você balbuciou com a voz também por um fio.
Jeff suspirou pesadamente. Ele ergueu-se novamente. Você limitou-se a observa-lo fazer sabe-se lá o que. E para sua surpresa, o garoto agarrou-a pela cintura, erguendo-a. Nos braços do Killer, você mais parecia uma boneca de pano.
—Sua idiota. - Ele xingou. —Nunca mais faça isso.
—Você não vai me bater? Me jogar no porão? Ou sei lá, me chamar de inseta? - Você estranhou, enquanto ele sentava-a completamente sobre o sofá.
—Eu prometi, não foi? Diferente de você, eu cumpro com a minha palavra.
A indireta, direta, atingiu-a em cheio, mas não tinha ânimo para discutir sobre. Ele sentou-se ao seu lado, seriamente reteso.
—O que pretende fazer agora? - Você questionou.
—Eu deixei-a ir, e mesmo assim você ficou. - Ele comentou. —Responda-me você.
—Ontem, você não me feriu. Eu não sei o que pensar, talvez eu esteja ficando louca ou algo do tipo. Mano, nem sei o que eu tô falando. - Você riu desconcertada.
Jeff não sorriu como de costume. Suas orbes azuis celeste estavam vermelhas e vazias, semelhante a quando conheceram-se. O Killer observou-a silenciosamente, fazendo-a questionar-se de sua atitude na noite passada. Em outra ocasião, ele a teria jogado no porão e arrancado suas pernas com um machado. Ademais, o contrário do que esperava, superando as expectativas, concedeu-lhe a liberdade sem nem exitar.
Ele reclinou-se quebrando a distância e invadindo seu espaço pessoal. Seu cerne era uma máscara indistinguível. O mancebo ergueu o braço repousando-o no encosto do sofá, ao lado do teu rosto. Sua sombra cobriu-a. Ele baixou o olhar, encarando-a, os longos fios de cabelo negro bagunçados pendiam sobre a testa do mesmo. Você tinha medo do que poderia acontecer, Jeff perdera o apreço que sequer começara a ter por ti. No entanto, após o breve silêncio incômodo, ele falou:
—S/N. - Jeff chamou-a. Não havia vestígio algum de carinho em sua voz. —Diga logo de uma vez.
—Veja bem. Depois de tudo o que você me fez é difícil engolir toda essa história. Eu não consigo esquecer, ainda sinto a dor me ferindo... - Você falou tocando a mandíbula. —Por favor, não me machuca mais.
—Eu não vou. - Jeff murmurou aproximando-se. —Eu quero mudar.
Você recuou, sentindo as costas contra o estofado do braço do sofá.
—Não sei... - Você rebateu desviando o olhar. —Palavras são fáceis de serem mudadas.
Você ouviu-o suspirar pesadamente. Jeff não insistiu mais. Ele ergueu-se deploravelmente, arrastando os pés no assoalho enquanto afastava-se. Em seu íntimo sentia a necessidade de revidar, não poderia deixar as coisas como estavam. Não queria mais fugir, desta vez enfrentaria o problema de frente.
—Espera. - Você retrucou, agarrando a barra da blusa negra.
Jeff entreparou em remanso. Tomando coragem, você finalmente falou:
—Eu quero ficar... - Você confessou. —Mas tenho condições a impor.
Repentinamente, o único som na sala era a respiração ruidosa de ambos. Jeff girou nos calcanhares, voltando a sentar-se.
—Sou todo ouvidos.
—Se você quer mudar, comece fazendo as coisas direto. Sem sequestros repentinos, sem torturas e ameaças. - Você estabulou cautelosamente, estava pisando num campo minado. —Eu voltarei para minha casa, ao lado de minha tia. Estar aqui faz-me ter ânsia. Me sinto presa.
—E em quê isso me beneficia? - Ele contestou.
—Chegamos ao nosso ponto principal. Vamos agir como pessoas normais em um relacionamento normal. Mas não podemos viver assim, quando estou aqui após ser sequestrada.
Ele virou-se para ti e delicadamente tocou tua mão.
—Tudo bem. - Jeff balbuciou.
—Como?
—Eu prometo. - Ele disse-lhe literalmente implorando. —Se um dia eu machuca-la novamente, eu me mato!
—ÊH... Espera aí, não é pra tanto cara. - Você cortou-o. —Eu mesma mato você
Jeff não pôde ocultar um sorriso. Embora impassível, ele concordou. O cerne frívolo de outrora suavizara.
—Tudo bem, você pode me matar, mas... - O Killer puxou-a contra si, envolvendo-a num abraço. —Não me abandone outra vez.
—Prometo. Mas se você tentar alguma gracinha...
Não pôde terminar a frase. Jeff ergueu seu queixo. Ele olhou-a por uma fração de segundos, selando seus lábios aos dele. Era um beijo calmo, o suficiente para provocar-lhe arrepios na pele.
—Por favor... Tenha paciência comigo... - Ele falava entre os beijos. —Eu prometo cuidar de você... - Ele disse dando-lhe um último selinho, finalizando o beijo.
Ambos estavam corados. Você não sabia o que responder, não imaginou que chegasse a este ponto. De todas as possibilidades que fantasiara, está havia superado todas as expectativas.
—Jeff... Eu não posso te dar tudo... - Você falou repentinamente enfiando o rosto no peitoral do Killer.
—Shhh... - Ele balbuciou acariciando suas costas. Jeff repousou o queixo sobre sua cabeça, deitando-se junto a ti no sofá estreito. —Você já é meu tudo. - Ele sorriu fechando os olhos.
Quando menos esperou, Jeff resonava pacificamente. Ouvindo as batidas compassadas de seu coração, sentiu as pálpebras pesarem, finalmente dando vasão ao sono.
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Kill Me, Jeff The Killer
FanfictionVocê, uma garota comum... Ele, um Serial Killer... Jeff e S/N viverão um amor proibido. Você suportaria o peso de amar um assassino?