Capítulo 4

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- Bom dia, flores do dia! - ouvi Jisung dizer ao se aproximar da mesa que dividia com Changbin.

- Ahn, oi? - respondi, virando meu rosto para encarar meu amigo do outro lado da mesa.

- Eu conversei com ele mais cedo, enquanto você fazia seu café. - Changbin disse, respondendo a pergunta contida no meu olhar. - Han também não acredita que tenha sido suicídio.

- Isso aí. - o garoto disse, puxando uma cadeira para de sentar na mesa colada à que eu dividia com Changbin. - E aí, o que descobrimos até agora?

- Lee Hyeri, dezessete anos. Estudante de uma rede escolar pouco conhecida e, pelo que encontramos em seus perfis nas redes sociais, não tinha muitos amigos. - comecei. - Encontramos o número de telefone de seus pais através de seu registro escolar. Segundo seu pai, a última vez que ele e sua esposa viram a garota foi na terça-feira desta semana. Hyeri tinha dito que ia passar uns dias na casa da amiga, Kang Minji, já que essa semana não tinha aula.

- Então temos uma suspeita? - questionou Jisung.

- Na verdade, não. - continuou Changbin no meu lugar. - Minji saiu do país na segunda-feira, junto com seus pais. Eles partiram para uma viagem na Europa e ainda não voltaram. E as passagens e o check-in do hotel confirmam seu álibi.

- Ainda não conseguimos falar com a garota. Nos comunicamos apenas com seu pai, que estava no hotel quando ligamos e disse que a esposa e a filha tinham saído às compras. - completei. - Ele nos disse que elas estariam em casa em menos de duas horas.

- E faz quanto tempo que ligaram?

- Pouco mais de uma hora e meia. - respondi. - Talvez devêssemos ligar de novo. Ela é a melhor amiga da Hyeri, segundo seus pais. Se alguém sabe da vida dela, deve ser Minji.

Ambos os garotos concordaram silenciosamente com um movimento de cabeça. Como nenhum dos dois fez menção de se dirigir ao telefone, assumi a responsabilidade de ligar novamente para o senhor Kang. Digitei os nove números anotados em um post-it azul e esperei ser atendida enquanto ouvia os toques da chamada.

- Alô? - disse uma voz rouca do outro lado da linha.

- Alô, senhor Kang? - ouvi um murmúrio em concordância vindo do homem. - Aqui é a detetive (S/N), da Agência Nacional de Polícia. O senhor conversou com meu colega mais cedo, Seo Changbin.

- Ah, sim, sim. Você gostaria de falar com minha filha, estou certo?

- Exatamente, se for possível.

- Ela e minha esposa já voltaram para o hotel. Vou chamá-la. - seguiu-se a essas palavras um breve silêncio, até esse ser quebrado por uma voz feminina. - Olá?

- Oi, Minji? Aqui é... - comecei, mas fui interrompida pela jovem.

- Detetive da polícia. Meu pai me disse. Em que posso ajudar?

- Lee Hyeri foi encontrada sem vida na noite de ontem. Vocês duas eram melhores amigas, certo?

- Falou bem; éramos. Nós nos afastamos nesses últimos meses. Hyeri se tornou fechada e falava cada vez menos e eu acabei, simplesmente, saindo da vida dela aos poucos. Faz praticamente um mês que não falo com ela e não faço a menor ideia do que ela andava fazendo com a vida.

Fiquei em silêncio por um curto momento. Aquela informação acabava com parte da minha esperança de saber mais sobre a vida de Lee Hyeri. Se Minji que, até onde sabíamos, era melhor amiga da garota não sabia mais nada sobre ela, quem saberia?

- Ahn, é isso, então. Muito obrigada por sua contribuição. - falei e esperei ouvir uma despedida vinda do outro extremo da linha para poder desligar.

- E aí? - perguntou Jisung, com expectativa no olhar.

- Elas não se falavam há mais de mês. Deixaram de ser melhores amigas faz meses. - respondi, meio desanimada.

- Então - interveio Changbin. - durante seus poucos minutos de conversa no telefone, Minho enviou o resultado da autópsia por email.

- E o que diz?

- Que a causa de morte foi, de fato, enforcamento. Não há nenhuma outra evidência que prove o contrário.

O som do telefone tocando desviou nossa atenção da conversa. Jisung foi o mais rápido e logo pegou o telefone para atender. Eu e Changbin olhávamos para o garoto, esperando que ele dissesse alguma coisa?

- Onde você está, senhor? - foi o que ouvimos ele dizer.

Han logo voltou o telefone a sua base e virou seu rosto para olhar nos meus olhos.

- Garota jovem encontrada por um senhor na periferia da cidade. Segundo sua descrição, ela estava pendurada em uma árvore, presa por uma corda. Não conheço o endereço que ele me passou, mas acho que é bom irmos rápido.

Jisung terminou de falar já de pé. Eu levantei de supetão, quase derrubando a cadeira. Peguei meu casaco e me dirigi até a porta.

- Puta merda, mais uma garota morta pra conta? - ouvi Changbin reclamar atrás de mim.

Jisung, que andava na minha frente pelo corredor, se virou para olhar meu amigo com um sorrisinho no rosto.

- Quem disse que ela está morta?

Right Beside You ➫ a Stray Kids fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora