(Número desconhecido)
oi, princesa
Como está?
oi...
vou ser sincera contigo
não estou muito bem
o que aconteceu?
eu... nem sei
está tudo sendo muito difícil, a situação na minha casa está horrível e meu namorado está sofrendo com a perda do bichinho dele, então estou triste por ele também
nossa... sinto muito pelo gatinho do seu namorado
Mas o que está acontecendo na sua casa?
moro com os meus pais e eles vêm me sufocando demais. Querem que eu faça tudo e sustente a casa, já que eu ainda moro ali. Eu queria ter ido embora, mas eles me prenderam...
eu só queria ser... livre
sinto muito mesmo...
que tal fazermos assim: nos encontramos hoje a noite! Eu posso te ajudar a espairecer, que tal?
me parece uma ótima ideia, na verdade
onde seria?
O número desconhecido me passou um endereço, seguido de um "nos encontramos na casa, pode ser?", mensagem a qual respondi com um sim.
Eu tive que me enquadrar no padrão de mensagens enviadas pelas garotas; sempre com algum problema que as deixavam mal. Eu peguei a primeira coisa que me veio à mente e usei. Pareceu dar certo.
A primeira coisa que fiz depois de terminar minha conversa foi jogar o endereço no Google Maps. Com a opção de street view, pude analisar parcialmente o local que me aguardava. Não era nada demais, apenas uma casa aparentemente desabitada com algumas árvores a rodeando. Nenhum mercado, nenhum parque, nada ao redor. E era um local afastado da delegacia; quase duas horas me separavam do meu destino.
Eu ia. Hoje a noite, eu iria encontrar cara a cara com seja lá quem estivesse atraindo essas garotas para seus últimos momentos de vida. A minha conversa com ele foi curta, mas pude perceber que ele tinha, ou tentava ter, a atitude de alguém acolhedor e preocupado, preparado para ser o ombro amigo de quem precisasse. Tudo que era mais atraente para alguém que se sentia sozinho.
Entretanto, eu precisava de alguém para ir comigo. Poderia chamar qualquer um dos meus colegas, mas havia só um em quem eu confiava de fato, talvez dois. É fato que eles devem estar muito ocupados com a situação do seu caso atual, mas perguntar não ofende, não é?
- Deus no céu, vocês na terra. - disse, assim que vi Changbin e Jisung se aproximarem da minha mesa. - Preciso de vocês.
- Vixi, lá vem.
- Do que você precisa, (S/N)? - Changbin quis saber. - Por que ligou para a gente do nada e tão ansiosa?
- Não tenho tempo de explicar tudo agora, mas preciso que vocês venham comigo. - informei, me levantando. - Eu só vou trocar de roupa e já volto. Me encontrem na saída de viaturas.
...
Em pouco mais de uma hora dentro do carro, eu deixei Han e Changbin a par das últimas novidades do caso. E, obviamente, dos meus planos para aquela noite.
- Então é por isso que você trocou seu uniforme por essa roupa. - disse Changbin.
- Exatamente.
- Você não está com medo, (S/N)? - perguntou Han. - Juro que no seu lugar eu estaria me cagando de medo. Vai que o cara é um psicopata louco e resolva te atacar assim que te ver?
- Você é pessimista assim mesmo ou só quer me deixar nervosa? - repliquei. - Se eu disser que não tenho um pouco de medo, vou estar mentindo. Mas eu preciso descobrir quem está causando essas mortes.
- E a pessoa te chamou para sair logo de cara, sem mais nem menos? - Jisung continuou com suas perguntas.
- Pois é. Como eu disse, não tinha mais ninguém em seu grupinho no Whatsapp. Acho que ele estava ansiando por uma nova vítima.
- É plausível. - disse Changbin. - Psicopatas têm uma sede inacabável por adrenalina. Acho que atrair pessoas psicologicamente instáveis para seus últimos momentos de vida é uma boa fonte de adrenalina.
- Você acha mesmo que estamos lidando com um psicopata? - questionei.
- Acredito que sim. As características batem. - respondeu. - O cara é bom de papo e consegue persuadir as pessoas de que ele é gente boa. Claro, não é difícil quando se trata de uma conversa com pessoas frágeis, mas mesmo assim. Ele tem o ego inflado, como você mesma disse, pelo que viu nas mensagens. Além de ser excessivamente exagerado em suas reações a críticas e ofensas, sejam essas intencionais ou não.
A nossa conversa seguiu por um caminho animado e divertido, até chegarmos perto do nosso destino. Nos últimos quatro minutos de viagem, como indicava o GPS, nós três ficamos em silêncio absoluto, observando o cenário à nossa volta, apreensivos.
Eu desci primeiro. O local era escuro, com poucos postes de luz para iluminar qualquer parte do solo. As árvores tinham formatos assustadores no escuro da noite e um arrepio percorreu meu corpo quando senti a brisa fria na minha pele.
Han e Changbin vieram atrás de mim. As luzes da casa em que eu deveria me encontrar com o misterioso e desconhecido cara estavam apagadas. Olhei no meu relógio o horário, para me certificar que não estava adiantada. Exatamente nove e cinco. Será que ele desistiu de vir?
- Eu vou entrar. - avisei. - Vocês dois, fiquem do lado de fora, atrás da porta de entrada. Qualquer barulho suspeito, entrem sem esperar que eu chame.
Changbin e Han assentiram com a cabeça e seguimos até a entrada, que se situava na lateral da casa. Eu ainda seguia na frente, e meus dois colegas deixaram suas armas nos postos assim que encaramos a grande porta de madeira.
- E lá vou eu.
A porta estava destrancada e foi facilmente aberta. Ela era pesada e as dobradiças rangeram ao serem movimentadas. Assim que fechei a porta atrás de mim, as luzes se acenderam e eu pude identificar a pessoa parada na minha frente, me encarando.
- Você?
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Right Beside You ➫ a Stray Kids fanfic
FanficVocê já sentiu como se não tivesse ninguém em quem confiar? Uma garota é encontrada morta entre as raízes das árvores de uma floresta. Mas não é a única. O novo caso que tem em mãos se assemelha muito a um de poucos dias atrás: ambas garotas, encont...