capitulo 28

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Cheguei em casa um pouco mais pensativa, não frustrada em como tinha saído de lá, mas entendendo melhor tudo que estava acontecendo.

Em casa estava tudo em ordem, Mary e Papai sempre perguntando como estavam as coisas na empresa ou na minha vida em geral. Mas eu sabia que ela queria mesmo era saber do Alex e do David.

"Você parece cansada" - fez batidas no sofá para eu sentar ao lado dela -
"Mary, porque eu gosto de complicar tanto as coisas? Eu amo o Alex, mas porque ainda sinto esse carinho pelo David? Isso significa que de alguma forma eu ainda gosto dele? Porque eu não sinto isso, mas achei que não iria sentir mais nada por ele. Absolutamente nada." - Disse deitando em seu ombro. ela sorriu e eu não entendi o motivo. Esse era um assunto sério -
"Porque você é filha da sua mãe" - e deu uma gargalhada com muita vontade e eu fiquei encarando ela -
"O que?"
"Sua mãe era igualzinha, as coisas eram simples e as respostas estavam ali debaixo do nariz dela. Mas parece que ela gostava de complicar tudo. É normal você ter esse carinho pelo David, vocês tiveram muita coisa juntos."
"Normal?"
"Sim, não é bom ficar guardando mágoa, ele precisava dessa mudança, essa cidade tinha muita história que ele precisava deixar de lado pra se encontrar. Não digo que foi certo ir sem falar com você antes, você ficou muito magoada. Foi uma atitude irresponsável, mas que depois de muito pensar eu entendi e acho que pra você ter esse carinho é porque entendeu também."
"Porque você é tão sábia?"
"É a experiência, minha pequena anjinha"
"Pequena?" - sorri
"Você sempre vai ser minha pequena Isabelinha. Tão doce por dentro e tão linda por fora. Assim como sua mãe" - acariciou meus cabelos
"Eu amo quando você fala da mamãe, de alguma forma sinto que ela esta cada vez mais perto de mim. Que ela está presente. - enxuguei rapidamente uma lágrima que infelizmente não veio sozinha -
"Ela sempre estará presente. Bem aqui" - colocando a mão em meu peito -
"Eu sinto falta dela, Mary" - Eu deitei em suas pernas - "sinto muita falta" - e chorei como nunca mais tinha chorado desde quando ela se foi. Eu chorava de soluçar -
"Eu sei querida, eu também sinto todos os dias"

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