capitulo 27

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Bom, mas não demorou muito pra eu ligar paro o David. Sabia que precisava conversar ou ele nunca mais me deixaria em paz e ficaria me procurando em todo canto. Se bem que ele não tem me ligado mais e nem me procurado.

Mesmo assim, eu fui até a casa dele, engraçado eu não me lembrava muito do caminho como antes. Acho que depois de um tempo o cérebro deleta coisas inúteis da nossa mente.

Eu liguei pra ele "estou aqui na porta da sua casa"

"Achei que não iríamos conversar tão cedo" disse ainda pelo celular e abrindo a porta. Fez um gesto com a não pra eu entrar e eu entrei. "Quer beber alguma coisa?
"Não, obrigada" - sentei na poltrona azul escura que tinha ali, lembro que eu amava ela, por ser tão confortável e ter um aroma bom, o aroma se perdeu, mas ainda é confortável. Eu ri com os meus próprios pensamentos.
"Eu senti falta disso" - disse olhando pra mim -
"O que?" - fiquei sem entender -
"De como você me trocava facilmente por essa poltrona" - e deu uma risada fraca -
"Ela é ótima, preciso comprar uma para o meu quarto. Eu me sinto tão relaxada com ela" - inclinei-me para trás e fiquei encarando o teto.
"Pode usar a minha quantas vezes quiser"
"Não vai me querer aqui toda vez que saio do trabalho, até porque não seria uma boa escolha vir"
"Ter você aqui comigo todos os dias? Como ousa dizer que eu não iria gostar?"
"Fala sério né" - e ri
"Outra coisa que eu também senti falta" - fiquei olhando sem entender - "o seu sorriso, o jeito como você ri depois que fica sem graça -
"Não estou sem graça" - me levantei e fui até uma janela que dava pra ver uma pequena parte de Seattle.
"Essa vista é linda" e ficamos em silêncio por alguns minutos admirando a vista.
"Isa.." - pegou na minha mão direita que estava apoiada no corrimão pequeno que ficava abaixo da janela.
"O que?" - olhei pra ele pegando minha mão e logo ele me beijou, um beijo rápido e que eu não queria. Dei um tapa bem dado no rosto dele e o empurrei.
"O que você acha que está fazendo?"
"Au" - colocou a mão no rosto - "me desculpa, eu.. eu.."
"Desculpa nada, eu vim pra gente conversar sobre tudo o que houve e como as coisas estavam diferentes. Não te dei o direito de me beijar"
"Achei que você pudesse querer, assim como eu quero, Isabela"
"De onde você tirou essa ideia? Em que momento eu te passei essa impressão?
"Eu já pedi desculpas"
"Eu não vim pra reatar nada, David. Vim pra resolver" - olhei fixamente pra ele -
"É que.. eu senti muito sua falta, achei talvez se você ainda pensasse em mim, poderíamos.."
"Você não pode simplesmente sair da minha vida e voltar achando que ocuparia o mesmo lugar. Você decidiu ir embora. Decidiu me tirar da sua vida. - eu disse interrompendo-o - "Você fez sua escolha, agora eu faço a minha de te tirar da minha vida de vez. O nosso namoro foi embora junto com você. Por favor não me procure mais" - Eu disse indo em direção a porta. -
"Eu não estava esperando sair da sua vida e voltar como se nada tivesse acontecido" - disse parando na minha frente e segurando a porta - "mas achei que com o tempo você iria ficar mais calma e me entenderia" - pegou nas minhas mãos que logo as soltei.
"Isso não te lembra nada?" - apontei pra ele segurando a porta e ele fez que não com a cabeça - "quando você foi embora disse que queria que eu entendesse melhor sua situação. Agora preciso que entenda a minha. As coisas mudaram, David. Tudo mudou" - eu disse tirando as mãos dele da porta com uma certa delicadeza, porque eu gostava dele, não dá mesma forma que antes, vivemos tantas coisas juntos que eu não conseguia sentir raiva ou ódio. Só sentia um carinho e que precisava colocar um ponto final no que ele achava que pudesse acontecer.

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