capitulo 33

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Peguei minhas coisas e fui em direção a casa dele. Tinha decorado tudo o que ia dizer, fiquei repetindo a cena na minha cabeça várias vezes, queria que tudo saísse perfeito. Vou dizer que confio nele sim, e que eu só estava com medo de todo esse sentimento que transbordava em mim, mas que eu quero ficar com ele, quero acordar ao seu lado. Ouvir sua voz grossa quando acorda, suas piadas totalmente sem graça e que eu ria mais pela risada dele que era tão gostosa, que o seu jeito terno e corajoso me deixava cada dia mais apaixonada.

Eu gravei cada palavra, porque sabia que se deixasse para quando vê-lo eu iria gaguejar, iria tremer e talvez desistir somente pela pressão que isso me causaria.

Estacionei o carro na faixa contrária à sua casa e fiquei parada alguma segundos ali, me concentrando e me dando de volta toda coragem que eu tive pra ir. E lembrando de cada palavra como se nenhuma pudesse ficar de fora.

Eu saí do carro e fui em direção a casa dele. Era um portão médio com grades distanciadas umas das outras antes de dar acesso a porta principal, tinhas umas flores e grandes arbustos ao lado do portão. Apertei o interfone e me identifiquei.

Estranho que sempre quando eu ia ele abria o portão pra eu entrar, mas dessa vez ele veio ao meu encontro. Parecia surpreso e um pouco nervoso.

"Isa, o que faz aqui?" - perguntou olhando para o portão principal -
"Eu vim conversar com você, você sumiu do banheiro, te procurei na empresa, mas não te achei. Tá tudo bem? Parece agitado"
"Não estou agitado não.. Você quer conversar.. agora? Pode ser amanhã?"
"Tá, pode ser" - disse pegando a chave do carro na bolsa - "Não, quer saber, precisa ser agora. Alex, eu tenho tanta coisa pra te falar.. eu estou tão nervosa decorei tudo vindo até aqui, quis que tudo estivesse perfeito, mas eu tô muito nervosa" - comecei a rir desacreditada que eu não conseguia lembrar do início do meu discurso - "Alex eu sinto sua falta.."
"Alex, eu ainda estou aqui, esqueceu? A gente precisa conversar.." - disse uma voz saindo de casa e assim que olhei, lá estava ela. Caroline. "Oi, Isabela, como você está?"

Eu tentei, mas não saiu nenhuma palavra se quer da minha boca. Estava na minha cara o espanto, a surpresa, e a frustração.

"Depois de todo o discurso de hoje no banheiro.." - disse dando dois passos curtos pra trás - "achei que era sincero"

"Eu atrapalhei alguma coisa?" - disse chegando perto de nós -
"Não, eu que estou atrapalhando" - falei em sussurros -
"Não é nada disso que você está pensando, Isabela. É sério!" - disse vindo pra perto e pegando minhas mãos que logo as soltei -
"Você não sabe no que estou pensando"
"Eu posso imaginar"
"Olha, foi uma grande idiotice vir até aqui, tá. Esquece tudo o que eu falei." - Indo pro carro - "Meu Deus, como sou idiota" eu comecei a rir de novo, não sei porque me deu esse ataque de riso, acho que era pela minha total falta de noção -

"Isabela, abre o carro e vamos conversar"
"Eu preciso ir embora"
"Por favor"

Mas eu aceleirei e só vi ele pelo retrovisor parado, me vendo ir embora.

Encontro por Acidente Onde histórias criam vida. Descubra agora