Lin
O jovem policial ficou parado uns instantes, completamente confuso. A chefe de policia ainda mantinha um sorriso discreto, porém incontido no rosto o que o deixava ainda mais perdido, afinal ela nunca fora o tipo de pessoa sorridente no trabalho, estava mais para assustadora e intimidante.
- Desculpe chefe Beifong..., mas por um instante eu achei que ouvi você dizer que se casou nestes dois dias.... Loucura, não é? – Mako ficou tenso por um instante, eles tinham certo grau de amizade, e não era segredo que ela gostava muito do rapaz, além do que o irmão dele namorava sua sobrinha, acabou deixando um riso contido escapar com as palavras dele... de fato era loucura. Ao ouvi-la rir o dobrador de fogo ficou ainda mais perdido, mas riu também com o braço esquerdo cruzado sobre o peito e a mão direita na testa.
- Loucura, com certeza... – Beifong completou rindo um pouco mais relaxada e fazendo-o relaxar também. – Mas foi exatamente o que eu disse.
Ele parou, a encarou com um olhar completamente surpreso que a fez se questionar sobre o quão fechada ela deveria ser para causar aquela reação em alguém com quem já lutou lado a lado e com quem já tinha alguns laços. Imaginou como seria a reação das demais pessoas quando a notícia se espalhasse.
- Fala sério? – Ele perguntou e ela assentiu com seriedade embora o discreto sorriso continuasse lá – Neste caso.... Parabéns...Quer dizer... Eu não sabia que.... você... digo...
- Eloquente como você está é melhor não dizer nada. – Lin o cortou, mas via que ele apesar da confusão estava feliz por ela. – Ninguém sabe ainda, e pela sua reação acho melhor ficarmos quietos até depois de eu me livrar do Raiko.
Mako assentiu e saiu um pouco perdido ainda e certamente muito eufórico.
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Kya
As coisas no hospital foram tediosas e um pouco mais longas do que ela previra, sempre foi uma "sócia remota" e não se envolvia muito nas questões do dia a dia do lugar. Tinha pessoas para isso, que sempre administraram sua parte deixando-a livre para seguir com sua vida. Sempre alternou seu tempo entre cuidar da mãe desde que seu pai faleceu e sumir no mundo sempre que se sentia sufocada, mas em suas viagens aprendeu tudo o que pode sobre cura. Tanto as técnicas de dobra quanto a ciência dos não dobradores. E a cada viagem fazia questão de incorporar algo novo no Hospital. Apesar de não estar presente no dia a dia, era inegável que Kya era responsável por todo o crescimento que o lugar teve, sendo considerado o melhor hospital do mundo atual, o que combinava bastante com o fato de que a melhor curandeira do mundo o fundou.
Entrou na sala que era de Katara muitos anos atrás, sempre relutou a ideia de que aquilo poderia ser seu, e observar pela janela a enorme estátua de sua mãe no auge de sua vida a intimidava no passado, mas agora lhe trazia alento. A junta diretora atendeu prontamente seu desejo de estar ali mais presente, e não se opôs que ela atuasse como médica no local, afinal, ela já estava na folha de pagamento mesmo e aquele lugar em partes era seu... mas Kya percebeu que ninguém ali esperava que ela ficasse por muito tempo, e ela não achou que fosse o momento de lhes quebrar a ilusão.
Assim que pegou a papelada que precisava com um funcionário do administrativo partiu dali. Era estranho a sensação, havia acabado de fincar uma raiz em Cidade República, estava comprometida com um trabalho que lhe exigiria rotina e assiduidade, tudo que evitou a vida toda.
Se colocou no caminho da Ilha do Ar, era sua próxima parada, e se se apressasse poderia almoçar com seus sobrinhos. Conseguiu uma balsa, o que a agradou, não queria ter de dobrar água até o local, preferia descansar seus braços e poupá-los para a noite, e este pensamento lhe arrancou um suspiro involuntário bem como lhe rendeu algumas lembranças recentes bem agradáveis.
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Implacável como o tempo
RomancePegou seu casaco e vestiu por cima de seu uniforme de trabalho, que apesar de ser uma armadura já lhe servia quase como uma segunda pele. Saiu sem se importar com a pilha de papeis, todo o resto poderia esperar, afinal Kya estava de volta. Se repree...