Kya
Ainda não tinha visto seu irmão, mas almoçou com os sobrinhos e Pema. Falaram de frivolidades, e se divertiram bastante. Fez questão de dar um pouco de sua atenção para cada um dos sobrinhos individualmente, especialmente para Ikki isso fazia muita diferença, como filha do meio ela se sentia um pouco de lado e Kya entendia bem esse sentimento por isso gostava de ouvir o que a menina tinha a dizer, e ela era bem falante. Fez questão de lhe contar sobre Lin, e recebeu um abraço animado da sobrinha que lhe encheu de perguntas até se cansar.
Lhe trançou os cabelos longos enquanto a ouvia falar, estava quase terminando quando sua cunhada se juntou a elas se sentando no chão trazendo uma bandeja com dois copos fumegantes de chá. Estavam em uma das salas abertas da casa principal, por anos aquele lugar havia sido seu lar.
- Ikki querida, não passou da hora de alimentar os bisões do ar? – Pema lembrou a filha, todos ali tinham obrigações a cumprir, e a menina apesar de retrucar assentiu e se foi deixando as duas mulheres sozinhas.
- Ainda não acredito que cresceram tanto desde que os vi pela última vez. – Kya observou inalando o vapor aromático de seu chá, aquele cheiro familiar que lhe lembrava de seu pai. Pema sorriu gentilmente fazendo o mesmo.
- Estão eufóricos com a ideia de que você more na Cidade República. – A cunhada olhava para o horizonte, o fim de tarde naquele lugar era um espetáculo da natureza sempre. – Posso perguntar o que te fez tomar essa decisão?
Kya pensou em como responder aquela pergunta, acabou optando por uma resposta simples.
- Lin me pediu para ficar. – Ela foi simples e direta, observou de canto de olho a reação da cunhada que ficou sem ação por alguns instantes até se recompor.
- Ela finalmente pediu? – Kya não esperava essa reação, embora Pema sempre fosse uma caixinha de surpresas, ela sempre observava quieta as coisas, e raramente falava muito. Não soube como responder a isso e acabou apenas assentindo com um meneio sem esconder seu sorriso que insistia em tomar seu rosto sem aviso nos últimos dias. – Presumo que ainda não tenha contado para seus irmãos e sua mãe.
- Ainda não, pretendia contar para o Tenzin antes do jantar, mas ele não apareceu ainda. Daqui a pouco a Lin chega e eu ainda não terei contado. – Ela sorveu um bom gole da bebida antes de continuar. – Não acho que Bumi vá ficar surpreso, mas esse não é um assunto sobre o qual se falava muito na família, então não sei como será.
- Não importa. Vocês duas são muito amadas, faremos o que estiver ao nosso alcance para que tenham todo o apoio que precisarem. – Pema naquele momento não falava apenas por si, mas como matriarca de sua família. – Tem certeza de que não querem ficar aqui na Ilha? Quando a notícia vazar vocês podem precisar da paz que esse lugar oferece.
- Eu pensei nisso, mas acho que a ilha não sobreviveria a Lin Beifong uma segunda vez. - As duas mulheres riram com a lembrança da destruição que a chefe de polícia causou naquele lugar no passado, quando Tenzin terminou o namoro deles para ficar com Pema, foram meses de reparos para sanar a meia hora de fúria da dobradora de terra. Alguns danos jamais foram sanados. – Eu não pretendo terminar com ela, mas não podemos arriscar um dia de estresse.
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Lin
A chefe estava cansada, mas só de pensar que em poucos minutos veria Kya sua disposição se renovava. Chegou à ilha na última barca, e apressou o passo sem nem perceber, estava com saudades. Vários acólitos a cumprimentavam conforme ela subia pelo caminho até a antiga casa de Aang, ignorou a maioria deles. Assim que abriu a porta já foi pega por um abraço surpresa de Meelo que estava como sempre elétrico, ficou rígida e ligeiramente desconfortável, mas se deixou abraçar. O garoto já sabia que ela era avessa a este tipo de contato e não se demorou muito.
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Implacável como o tempo
RomancePegou seu casaco e vestiu por cima de seu uniforme de trabalho, que apesar de ser uma armadura já lhe servia quase como uma segunda pele. Saiu sem se importar com a pilha de papeis, todo o resto poderia esperar, afinal Kya estava de volta. Se repree...