Algumas pessoas passam por nossa vida e deixam uma marca impossível de se esquecer, brilham de forma tão singular que iluminam a mais densa escuridão. Gwen não foi diferente, chegou silenciosamente e marcou de uma forma tão profunda a vida de cada p...
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⚠️ ALERTA DE GATILHO ⚠️ ESSE CAPÍTULO TRATA DE TEMAS SENSÍVEIS, SE VOCÊ NÃO SE SENTE CONFORTÁVEL COM ELES, ACONSELHO QUE NÃO LEIA
Cara eu estava perdido!
Tudo que eu tentava fazer em todas as vinte quatro horas de cada um dos meus dias era não pensar nela. E eu estava falhando miseravelmente...
Porque a única coisa que eu fazia era pensar nela!
Era com se em cada bendita e maldita quina, e em cada coisinha insignificante Gwen se fizesse presente. E junto com ela vinha a sensação de não saber para onde ir.
Não havia uma única memória que não me fizesse sentir saudades. E quanto mais eu pensava em como ela me fazia falta, mais eu podia sentir que de uma maneira bizarra ela estava tentando continuar perto de mim.
Era tudo muito parecido com o que aconteceu não muito tempo antes. Quando nós dois completamos catorze anos, não havia sorrisinhos convencidos, narizes arrebitados se contorcendo, estrelas a noite toda e conversas em que eu me sentia mais burro que o normal.
Gwen tinha descoberto uma doença terminal, não havia cura. Somente tratamento, ela poderia viver poucos meses ou alguns anos. Não haviam certezas.
Durante os primeiros meses ela ficou devastada. E não tinha nada que eu pudesse fazer. E aquilo me destruiu por dentro. Ela chorou por dias e nem quis sair de casa, por mais que eu insistisse. Não funcionou.
E eu queria poder fazer algo, nem que eu precisasse bancar o palhaço sem noção para que ela sorrisse de novo.
"Atravessando o jardim recém-plantado eu beirava a indecisão entre desistir de tudo e continuar com aquilo.
Mas antes que eu pudesse repensar ou até desistir mesmo eu já estava tocando a campainha, a porta sendo aberta e tia Carla havia me sufocando num abraço.
— Felipe! Que bom que está aqui! — disse me soltando do abraço e me dando a chance de respirar. — Eu sabia que você vinha!
Ela sabia?
Nem tive tempo de perguntar porque logo assim que teve a oportunidade ela me empurrou para dentro da casa.
— Suba! — encorajou quando percebeu que eu olhava ao redor. — Ela está no estúdio de música. Daqui a pouco eu levo um lanchinho 'pra' vocês.
Dito aquilo ela sumiu no meio da casa e me deixou sozinho, sem saber o que fazer.
Bem, eu não tinha escolha. Eu não sabia de nenhuma forma ridícula de sumir de repente, e de toda forma eu não podia deixá-la.
Subi até o próximo andar e parei assim que dei de cara com a porta branca cheia de adesivos de notas musicais. Era a cara dela.
Bati de leve na porta, mas ninguém respondeu. Encostei a cabeça perto da fechadura na esperança de ouvir algum sinal de vida vindo do lugar e tudo que consegui foi escutar uma melodia sofrida, acompanhada de alguns soluços.