V: Cores

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"— Felipe, acorde

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"— Felipe, acorde. Lipe, acorda. Por favor. — pede.

Sinto suas mãos gélidas apalparem meu rosto. Ela continua pedindo.

— Eu estou aqui agora. Fique também. Não vou a lugar nenhum se você ficar. — pedia, desesperada.

— Gwen... — falei quase não encontrando as forças e a minha voz para dizer algo.

Abri os olhos lentamente e eu pude ver ela tão próxima como nunca antes. Ela sorria tanto, o rosto banhado de lágrimas, toda a sua expressão carregava a mais genuína preocupação.

— Gwen, eu... — tentei falar, mas fui interrompido.

— Shh, você precisa descansar. — sussurrou enquanto acariciava o meu rosto.

— Eu achei..., achei que você tivesse partido. — murmurei, penando para dizer aquelas meras palavras. — Minha mãe disse que você não voltaria mais.

— Foi um erro, Felipe. Eu não vou a lugar algum, eu vou ficar aqui com você. Mas eu preciso que descanse, vou explicar tudo depois.

Fechei os olhos sentindo uma paz diferente de tudo que podia ter em vida.

✷✷✷✷

Passei a alça da mochila por cima do ombro e imediatamente me amaldiçoei mentalmente por me esquecer de todos os arranhões e corte em meus braços e ombros.

— Que bom que você está vivo. — falou dando um tapa estalado em meu ombro, esfregando a maldita camisa sobre uma ferida aberta.

Droga!

— Você é idiota?! — vociferei para o desmiolado do meu primo.

— Fresco. — murmurou. — Então Felipe, com está querido primo?

Era possível notar o tom de sarcasmo sem fazer esforço. Se algum dia Carlos se perdesse na Bélgica, era bem capaz de ser conhecido pelo insuportável sarcasmo, mesmo que não falasse nada que os outros pudessem entender. Era só procurar a pessoa mais mala sem alça e bingo! Esse seria o meu primo.

— Machucado, não está vendo? — rebati.

— Mal-educado!

— E você é outro. Mesmo que a tia Eliza tenha tentado te dar alguma educação, não funcionou. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

Em vez de se importar, o sem vergonha do meu primo começou a gesticular fazendo graça com o que eu estava falando.

Carlos era muito infantil.

— Você vai ficar nessa, seu sem noção? Vou me atrasar para a aula, — falei, caminhando na direção da aula de filosofia. Tagarelar durante uma hora inteira sobre a minha existência insignificante. Ô vida! — e você também, não que se importe.

Carta ás estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora