Cap. 1 - Compassion

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[Nota nos comentários]

Jk narration
"Era uma vez uma boneca de sal! Após andar por longas terras áridas, descobriu o mar mas ela não o compreendia, resolvendo por fim perguntar ao mar: "Quem é você?"

E o mar respondeu: "Eu sou o mar."

Mas a bonequinha de sal de forma alguma o entendia. Então questionou: "Eu não entendo mas gostaria muito, como faço?"

E então o mar respondeu: "encoste em mim."

A boneca de sal, tímida como era, encosta lentamente a ponta dos seus pés, sentindo que começava a entender mas percebeu que acabara de perder o pé, dissolvido na água do mar.

"Mar, o que você fez?!" Indagou a boneca.

E o mar respondeu:

"Eu te dei um pouco de entendimento e você me deu um pouco de você. Para entender tudo, é necessário dar-me tudo de si."

Ansiosa, a boneca de sal começou a entrar no mar. Quanto mais adentrava, mais se dissolvia, ela estava a compreender a imensidade do mar e da natureza mas lhe faltava ainda saber algo: "O que é o mar?" e então, em seu último momento de consciência, antes de diluir-se completamente, conseguiu dizer: "O mar... o mar sou eu."

[Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele.]

A pequena fábula da boneca de sal era muito mais do que apenas uma história triste, ela definia entre suas linhas o conceito de empatia e talvez, fosse esse sentimento que faltasse à humanidade e que graças à sua ausência, as pessoas magoam, ferem e dão às outras a sua indiferença.

Reflito acerca da fábula com o livro em minhas mãos, apesar de não ser especialista em literatura. Cheguei a ter no início da faculdade de arquitetura algumas matérias similares mas nenhuma que me trouxesse tamanha reflexão como ser humano.

Hoje era o meu último dia de férias em Seoul e só me restavam algumas horas do dia. Eu me indagava o que deveria fazer nesse último dia, chego a pensar em alguns karaokês, em sair para fazer algumas compras ou até mesmo me sentar em um banco de um parque qualquer mas o anúncio de uma exposição de arte inunda minha mente e aquele clássico pensamento veio a minha mente: "Por que não?"
Levanto do sofá do quarto do hotel, decidido a me vestir mas sem a certeza se conseguiria assistir a exposição, afinal, eu não sabia a que horas ela se encerrava e a julgar pelo pôr do sol que iluminava o quarto branco, não me restavam muitas horas.

Coloco uma calça jeans preta com uma blusa branca, indo me olhar no espelho sentindo que faltava algo. Pego uma jaqueta jeans larga e um boné para compondo o visual do jeitinho certo para me agradar, sorrio para o espelho satisfeito com a combinação feita rapidamente. Pego o cartão magnético do quarto, saindo sem mais delongas.

Por sorte eu havia conseguido comprar o ingresso para o último horário da exposição do dia. Faltavam ainda cerca de quinze minutos para que eu pudesse apreciá-la, aproveito o tempo vago para observar algumas exposições gratuitas que ocupavam o salão do museu de arte de Seoul. A arquitetura moderna do lugar contrastava com as pinturas únicas e antigas, era definitivamente o local onde o passado e o futuro se encontram.

Um emaranhado de linhas vermelhas ocupava uma das salas claras do local, me ponho a observar a arte moderna, percebendo que todos aqueles fios vermelhos estavam unidos, como uma árvore.

O que será que o autor quis mostrar com isso?

Indago a mim mesmo, cruzando meus braços me pondo a analisar. Mordisco o canto interno da minha boca buscando concentração.

Remember Me •[KTH+JJK]•Onde histórias criam vida. Descubra agora