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Maratona 1/3

Sofia 🦋

Sofia: não Luan, não me deixa!- gritei chorando e balancei o corpo dele, mas foi inútil, não senti mais ele respirar.

Fiquei chorando desesperadamente e um dos bandidos me levantou e ficou me segurando.

Diogo: já foi tarde filho da puta, manda um oi pro diabo por mim.

Ele deu mais uns 3 tiros no Luan.

Diogo: só pra garantir que morreu mesmo.

Sofia: NÃO!- gritei tentado me soltar, mas foi inútil.

Diogo: Marcos pega o corpo, vou levar como meu prêmio, consegui matar o chefe da rocinha, vou colocar a cabeça dele na minha estante pra todo mundo ver.

Sofia: não leva ele!- gritei mais uma vez, já chorando.

Diogo: eu te livrei de um bandido gatinha, vai refazer tua vida.- ele segurou no meu queixo e mandou o cara me soltar.

Eles sumiram e junto levaram o corpo do Luan, meu Luanzinho cara.

Fiquei sentada no chão chorando desesperada, ele não podia ter morrido desse jeito.

Eu não quero acreditar que ele morreu.

Ele morreu pra salvar nosso filho, caralho.

Depois de um bom tempo os moradores foram saindo de casa e vi o Cadu parando do meu lado.

Cadu: Sofia você tá bem?- ele tava todo machucado- o que os filho da puta fizeram com você?

Sofia: eles mataram o Luan.- falei e desabei no choro, ele me olhou surpreso e me abraçou forte.

Cadu: puta que pariu, me diz que é mentira!

Sofia: ele morreu pra salvar nosso filho, puta que pariu mano!- ele ficou calado em choque e voltou a me abraçar enquanto eu chorava.

Eu não conseguia pensar em nada, só que ele se foi e eu não queria aceitar.

Todo mundo foi chegando ao redor e o lugar ficou com um clima terrível.

Breno: FILHO DA PUTA!- ele gritou com os olhos cheios de lágrima quando soube.

Carol: me diz que meu irmão não morreu, me diz que é mentira.- ela chegou chorando e o Cadu abraçou ela.

Eu não conseguia mais ficar ali, levantei da calçada e o Lincon me deixou em casa, entrei no meu quarto e ali eu pude me desmanchar em lágrimas.

Ele se foi e eu nem disse o último te amo, ou que perdoaria ele. Deixei meu orgulho falar mais alto e nem tive chance de dizer tudo que queria...

A gente nunca acha que vai perder a pessoa do dia pra noite.

Escutei alguém batendo na porta, era minha mãe.

Laura: Sofia, posso entrar?- fiquei calada - por favor.

Abri a porta e ela me abraçou forte.

Laura: não sei nem o que te falar, mas acho que um eu te amo serve.- só deixei as lágrimas rolarem.

Sofia: por que isso teve que acontecer? Por que ele se foi?- ela me encarou e enxugou minhas lágrimas.

Laura: eu não sei filha, mas eu sei que ele salvou uma vida.- ela tocou na minha barriga- tudo acontece por um motivo, talvez lá na frente você entenda, todos nós...

Sofia: eu não tenho forças pra nada, tá doendo tudo aqui dentro...- voltei a chorar e ela me abraçou de novo.

Laura: escuta.- ela me olhou - você vai superar tudo isso, você não tá sozinha, você tem que ser forte pelo seu filho, faz isso por ele e pelo Luan.- assenti.

Cara parece que meu mundo acabou, é uma dor terrível quando a gente perde alguém que ama, ainda mais quando a gente menos espera que aconteça. Fica um vazio enorme e bate o desespero só de imaginar que nunca mais vai ver essa pessoa.

Eu sei que um dia vou superar, mas nao vai ser rápido. Vai levar um tempo. Sei que vão vim lembranças sempre, isso vai ficar marcado pra sempre na minha vida.

Mas eu vou ser forte, pelo meu filho.



Carol

Puta que pariu meu irmão morreu, cara isso me destruiu de um jeito inexplicável.

Eu sempre fui muito apegada a minha família, amigos, e principalmente ao Luan. Ele sempre me ajudou em várias paradas, se preocupava comigo, ele era um anjo e não merecia morrer dessa forma.

Carol: ele não podia ter morrido caralho.- falei chorando enquanto o Cadu me abraçava.

Cadu: não ele não podia, mas infelizmente aconteceu.- neguei chorando e me sentei na calçada.

Carol: puta que pariu mano.

Cadu: vamo pra casa, tu precisa se acalmar, todo mundo...- encarei ele e levantei.

Subi na moto dele e a gente foi pra casa dele. Sentei no sofá e ele me deu um copo de água, mas eu não conseguia ficar calma, só conseguia chorar.

Carol: caralho por que eles levaram o corpo?

Cadu: a Sofia me disse que eles levaram como prêmio. - neguei.

Carol: filhos da puta.- ele sentou do meu lado e me abraçou.

Cadu: porra é foda isso, tô triste pra caralho mano.- vi uma lágrima escorrer do olho dele - o Luan as vezes era um vacilão com a Sofia, mas ele nunca fez um bagulho errado tá ligado, ele não merecia morrer assim cara.

Carol: ele salvou a cria dele não foi?- ele assentiu - isso só me faz admirar ele mais ainda, vou sentir tanta saudade.- comecei a chorar de novo.

Cadu: ele foi foda.- ele enxugou a lágrima.

Carol: essas horas minha mãe já deve tá sabendo, ela tá em choque.

Cadu: caralho...- respirei fundo e deitei a cabeça no ombro dele.

Carol: me leva em casa, minha mãe precisa de apoio, muito apoio.- ele assentiu e a gente saiu.

Quando entrei vi minha mãe chorando horrores, todo mundo cara, a situação é muito triste.

Aghata: tanto que eu pedi pra ele não se envolver nessa vida cara.- a Manu abraçou ela com os olhos cheios de lágrima.

Aghata: eu só queria meu filho aqui.- ela falou chorando e partiu meu coração mais ainda.

É foda demais perder alguém que a gente ama, uma parte da gente sempre vai embora junto...

Crias do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora