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Um mês se passou.

Um mês daquele dia que falei tudo o que pensava para meu chefe e que fiquei com um medo danado de ser mandada embora.

Um mês que ele não se dirigia a palavra a mim e um mês que me dava bem a cada dia que passava com as crianças.

Eu peguei o costume de chegar cedo mesmo as crianças estando na escola. Eu usava essa parte da manhã para arrumar a bagunça que deixavam do dia seguinte, eu podia fazer tudo com calma e tranquilidade sem me importar muito com o tempo.

Hoje como não tinha muita bagunça, me ofereci a Khalid para ir junto buscar as crianças na escola.

-Olha Camila, eu conheço essas crianças desde que nasceram e pela primeira vez vejo as crianças felizes com uma babá. - diz Khalid parando o carro no estacionamento da escola.

-Eu amo crianças e eu sentia que aqueles dois precisavam disso sabe, de amor.

-Eles nem parecem os pestinhas de antes.

-Porque ele faz isso? - pergunto me referindo ao pai das crianças.

-Ele perdeu a mulher que amava e no mesmo momento ganhou duas crianças para cuidar sozinho. Ele não deu conta, a cabeça dele virou de uma maneira que voce não tem noção.

-Eu entendo que ele perdeu alguém que ele amava mas essa perda foi retribuída nos filhos dele.

-Eu também acho isso. Mas ele é cabeça dura, e um pouco ingrato. - Khalid retira o cinto e se vira pra mim - Teve uma vez que fui buscar ele em uma festa, isso foi alguns dias depois das crianças nascerem e ele estava bêbado, tão bêbado que não conseguia parar em pé. E nesse dia se eu pudesse eu parava o carro e enchia ele de porrada.

-O que ele fez? - pergunto curiosa.

-Ele culpava as crianças pela morte da Ashley.

-O que? Como ele pode fazer isso? Eles não tem culpa. - falo chocada.

-Claro que não tem. Mas sabe de uma coisa? - ele pergunta e eu espero ele continuar - Até hoje eu acho que ele culpa as crianças, eu posso estar errado e Deus queira que eu esteja mas, é isso que acho.

Ficamos mais alguns minutos conversando até que as crianças começaram a ser liberadas.

Saímos do carro e fomos em direção ao portão. Logo vejo aqueles dois loirinhos saírem de mãos dadas pelo portão.

Seus olhos batem em mim e eles arregalam os olhos e abrem um lindo sorriso igual... Igual ao do pai deles.

-Mila! - eles vem gritando e ao chegar próximo o suficiente eles se jogam em meus braços.

-Oi meus amores. Gostaram da surpresa?

-Sim! - eles falam animados.

-Nossa agora fiquei mal. Vocês não me recebem assim. - Khalid fala e começa a caminhar em direção ao carro fingindo drama.

Eu seguro o riso e as crianças correm e abraçam ele. Ele logo desmancha a cara de cão abandonado e abre um grande sorriso.

-Como foi a aula? - pergunto assim que o carro começa a andar.

-Foi chata. - diz Thomas.

-Teve prova hoje. - completa Thomie.

-E como vocês foram? - pergunto.

-Eu tirei 9,7. - Thomas fala todo orgulhoso.

-E eu 10.

-Uau. Estou cuidando de dois gênios?

Nossa Preferida Babá [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora