Diego se mexeu desconfortável na cadeira que ocupava em silêncio nas últimas duas horas ao lado da maca onde Klaus estava deitado. Ele havia deixado a sala apenas tempo o suficiente para que Grace limpasse seu irmão e removesse os lençóis sujos de sangue. Suas lágrimas haviam secado algum tempo atrás, mas ele ainda tinha o mesmo olhar quebrado.
- Eu ss-sinto muito - Ele falou de repente - Depois de Ben eu prometi q-que cuidaria de você. Eu t-tinha tanto medo que te encontrassem m-morto - Diego soltou um riso engasgado - Foi um dos motivos que roubei um rádio da polícia quando fui expulso. Eu podia não estar lá todas as vezes que você acordou no hospital depois de uma o-overdose, mas eu sempre ficava tempo suficiente p-para saber que você ia ficar bem.
O número Dois moveu a mão hesitante para segurar a mão de Klaus, o sentimento da pele fria do irmão quase o fez chorar outra vez. Ele ficou em silêncio por mais um tempo antes de voltar a falar:
- Me desculpe por não conseguir te proteger. Eu sei que todos temos a mesma idade, m-mas de alguma forma você sempre foi o caçula para mim - Ele esboçou um sorriso triste - Você sempre foi meu irmão favorito. Eu sei que agora eu devia estar preocupado com Allison, Vanya e Five, ou quebrando o nariz de Luther por te deixar sozinho, mas eu simplesmente não consigo me levantar dessa cadeira. Enquanto eu estou aqui posso dizer que você está apenas do-dormindo, se eu me levantar... Se eu contar a alguém... Isso vai se tornar real.
A porta da enfermaria se abriu e Grace entrou. Ela caminhou até a cadeira onde estava e passou a mão por seus cabelos curtos.
- Five está acordado - Disse com um sorriso - Ele ainda está um pouco letárgico por causa da morfina, mas estava perguntando por você e Allison.
- Você contou a ele sobre Klaus?
Grace negou com a cabeça antes de acrescentar:
- Não acho que seja uma boa hora para contar a ele, seu irmão precisa descansar.
Diego acenou com a cabeça em concordância e ficou quieto por um momento antes de perguntar:
- E quanto a Allison?
- Pogo disse que ela saiu pouco tempo depois que Luther chegou em casa. Eu tentei falar com Luther, mas ele não abre a porta, deve ter adormecido.
Diego rangeu os dentes com a menção de Luther, a dor pela perda de Klaus havia nublado sua raiva, mas naquele momento não havia nada que ele gostaria mais que socar a cara do "Space boy".
Ignorando o que quer que sua mãe estivesse dizendo, Diego finalmente se levantou da cadeira e saiu da enfermaria. Teve a impressão de ouvir alguém chamar seu nome quando atravessou a sala, mas o zumbido do sangue correndo em seus ouvidos abafava todo o resto. Ele não parou de andar até chegar à porta do quarto de Luther.
- ABRA ESSA MALDITA PORTA - Gritou enquanto batia o punho com força contra a madeira - ELE ESTÁ MORTO, SEU FILHO DA PUTA. ELE ESTÁ MORTO.
Não houve uma resposta. Diego sabia que se Luther estivesse dormindo não acordaria com seus gritos, não importava quão altos fossem. Isso não o impediu de socar a porta com mais força. Quando o silêncio do outro lado da porta continuou, ele começou a ficar mais violento.
- EU NÃO ME IMPORTO SE TIVER QUE QUEBRAR A MALDITA PORTA.
- Diego - Uma voz distante chamou enquanto a raiva ainda nublava seus sentidos. Sua atenção não se desviou da porta a sua frente e, não pela primeira vez, ele amaldiçoou Reginald pela ideia de fazer portas "à prova de Luther" - DIEGO.
- O QUE? - O número Dois gritou de volta, se virando com raiva para encarar quem o estava chamando. Sua raiva derreteu um pouco quando viu Allison olhando para ele com olhos arregalados. Vanya estava um pouco atrás dela parecendo um pouco assustada.
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O Dia Que Deveria Ter Acontecido (Concluída)
FanfictionUniverso alternativo do episódio: O dia que aconteceu. Essa é a reconstrução da cena da morte e ressurreição de Klaus Hargreeves, onde em vez de morrer e acordar sozinho na boate, ele é encontrado por Diego e levado de volta para casa antes que o fe...