Porta retrato

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Any agradeceu sorrindo simpática para o taxista que retirou de dentro do porta-malas espaçoso as duas malas de tamanho grande e pesadas o suficiente para que ela não consiga levantá-las. A morena puxa a carteira de dentro da bolsa tiracolo e tira duas notas entregando-as na mão do homem que agradece e entra novamente dentro do carro antes de partir.

Ela observou as ruas movimentadas de Londres durante alguns longos minutos, ponderando se fez a escolha certa ao largar muitas coisas mal resolvidas em Los Angeles e correr para uma cidade completamente diferente onde só passava algumas semanas de suas férias de verão quando ainda frequentava o colégio, após ingressar na faculdade as férias e descansos tornaram-se coisas escassas para que ela pudesse viajar.

- Não dá pra voltar atrás - Sussurrou para si mesma - Papai precisa de mim.

Virando-se de costas para a rua com o contante movimento de carros e motos, Any segura nas alças de suas malas e as empurra até estar em frente ao portão automático do condomínio, as grades de ferro pintadas de branco se abrem e a cacheada passa sorrindo amigável para o porteiro antes de seguir até o prédio, passou calma pelas portas de vidro do lobby que está mais arrumado do que Any se lembrava.

Um sorriso amargo contorna seu lábios quando a mesma para em frente as portas de metal do elevador

- faz quatro anos que não vêm aqui - lógico que tudo estaria diferente do que se lembrava. 

Um sorriso amargo contorna seu lábios quando a mesma para em frente as portas de metal do elevador.

As portas se abrem e Any empurra suas malas antes de apertar o botão do 5° andar, inconscientemente prende a respiração ao ter a sensação que seu sangue subiu a cabeça assim que o elevador começa a subir.

O celular começa a apitar e Any puxa do bolso traseiro da calça jeans escura e desliza o dedo pela tela sensível abrindo a mensagem identificada com o número de seu pai.

• Chegou bem?

Ela sorri com a preocupação do pai e digita um mensagem rápida alegando estar bem e que agora irá limpar e organizar o apartamento.

As portas de metal abrem-se ao chegar no andar solicitado e ela sai empurrando as malas para fora e pega da bolsa a chave da porta, colocando-a na fechadura e depois de virar a chave duas a maçaneta dourada gira praticamente sozinha revelando o hall com as paredes em tons frios e o piso de porcelanato polido.

Any suspira e tira os tênis os deixando ao lado da porta assim que trancou a mesma, caminhou silenciosamente até a sala branca com os sofás cobertos com um lençol branco.

A morena ri com o pensamento de que parece estar em um filme americano.

Depois de dobrar os lençóis perfeitamente sobre o estofado macio de cor marrom claro, ela caminha até seu quarto e coloca sua mão na maçaneta de cristal empurrando a porta em seguida.

Para sua satisfação, tudo está da mesma forma como deixou da última vez que viera em Londres.

A morena caminha até sua penteadeira branca com um espelho cheio de detalhes e fotos de Any com suas irmãs e pai, a mão dela escorrega até o porta retrato dourado e ela ri alto com a foto. Nela Any com seus doze anos exibia, com um sorriso vitorioso, sua medalha por ter ganho em primeiro lugar em um concurso de dança, e Josh um pouco atrás tinha os cabelos loiros presos em trancinhas com elásticos e presilhas de borboletas, suas bochechas estavam coloridas em um vermelho gritante pela vergonha, mas ele cumpriu com a primeva de deixar Any arrumar seu cabelo como quisesse caso ela ganhasse a medalha.

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