Uma nova etapa

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Algumas semana já havia se passado depois da minha última piora, bom, pelo menos agora estou mais ciente que: sim, eu realmente vou ficar cega e para piorar, pode ser a qualquer momento.

Acabei pedindo demissão do meu trabalho alguns dias depois daquela noite, eu estava estável, mas não sabia se era por muito tempo. Para eu conseguir fazer uma bagunça enorme no restaurante era rapidinho.

Joel criou um cronograma bem legal para terminar logo minha lista. Esses últimos dias do mês, foi reservado justamente para isso. Viajaremos bastante, os países dos meninos seriam as nossas primeiras paradas. Começaremos pelo Ecuador, país do louco do Christopher e daí subimos.

Com ajuda da minha mãe, consigo fechar a última mala e ela me ajuda a descer as escadas indo ao encontro do Joel que me esperava lá embaixo junto a meu pai.

Quando chegamos lá, eles estavam em uma conversa empolgante sobre futebol. Eu e minha mãe apreciamos um pouco os dois e como eles se davam bem. Meu pai olhou em nossa direção e surge um sorriso em seu rosto.

— As mulheres da minha vida. — diz apontando para nós e vindo em nossa direção.

— E vocês são os homens da minha. — digo e vejo um sorriso do Joel.

— Vou sentir saudades minha querida. — meu pai deposita um beijo em minha testa.

— Pai, não fala isso, eu acabei de ficar meia hora tentando fazer dona Alba parar de chorar no quarto. — sorrio e ele também. — Eu amo vocês, logo estarei de volta.. — olho para o Joel. — E não precisam se preocupar, estarei em uma ótima companhia.

— Vamos, se não o avião sai sem vocês, não que seja uma coisa ruim..

— Mãe! — a repreendo e ela ri.

— Vamos meus amores. — a mesma diz.

— A Julie não ia vim também? — Joel pergunta.

— Ela mudou de idéia e vai ir com o Erick. — Joel dá um sorriso já entendendo o que significava.

— Bom, se está tudo certo, pé na estrada! — meu pai abre a porta e da espaço para nós passássemos.

•••

Já estávamos no avião a caminho de Loja, no Ecuador, Christopher estava animado com isso, não parava de falar um minuto sobre a culinária ou então dos pontos turístico que tínhamos que conhecer.

Conseguimos ter alguns minutos de silêncio, quando o sono o venceu. Joel já dormia ao meu lado a um bom tempo. Erick e a Julie estavam em uma conversa empolgada nas poltronas ao lado. Zabdiel, o Richard dormiam nos acentos atrás de nós.

Não conseguia pregar o olho, a viagem seria um pouco demorada. Mas nada que eu não recuperasse pela noite.

Pego um livro dentro da bolsa e começo a folear a procura de qual capítulo havia parado. Poderia ter um marca página? Sim, mas eu nunca lembro de pegar.

•••

— Mãe? Chegamos! — Christopher diz ao abrir a porta da casa. Entrei com um pouco de hesitação, pelo fato de ter muita gente. Será que ela vai gostar de ter seis pessoas em sua casa? Sendo duas totalmente estranhas.

— Filho? Ai que bom que vocês chegaram! — ela diz com um sorriso enorme em seu rosto e vai em direção ao filho e o abraça. — Que saudade!

— Saudades também mãe. Hum, tenho que apresentar a senhora essas essas pessoinhas. — ele finaliza o abraço. — Ally, Julie, essa é minha mãe. Dona Yenny, essas são Ally e Julie. — ele aponta respectivamente para nós duas.

— Prazer em conhecer a senhora. — digo e estendo a mão.

— Nada de senhora. — ela faz um bico e sorri. — É um prazer conhecer vocês também.  — pega na minha mão.

— Prazer. — Julie diz e elas também dão as mãos.

— Oi meus filhos. — ela diz sorrindo e abre os braços. Os meninos vão na mesma e dão um abraço coletivo.

— Mãe, fala que a senhora fez aquela comidinha que tanto amo. — Christopher diz.

— Mais é claro, já está saindo do forno. — ele começa a caminhar em direção de onde supus que era a cozinha. — Ei, ei. Mas nada que impeçam vocês de ir tomar um banho primeiro.

— Eu sou a primeira! — digo. — Por favor.

— Claro minha querida, tem banheiro para todos. — ela ri. — Lá em cima tem, o do quarto do Christopher, outro no quarto do Jhonatan, um aqui no final do corredor e um em meu quarto. Fiquem a vontade.

— Obrigada. — dou um sorriso simpático e começo a arrastar minhas malas pela casa. Joel vinha logo também com suas malas.

— Te ajudo a achar os cômodos.

— Agradeço muito. — sorrio.

•••

Julie me ajudava a fazer alguns cachinhos no cabelo com Babyliss quando Joel chega no quarto.

— Pronto amiga, estão perfeitos.

— Obrigada! — sorrio.

— Bom, vou ir atrás do restante dos meninos.

— Restos dos meninos tem um nome específico. — ela me fuzila com o olhar e eu sorrio. A mesma sai do quarto e da um sorrio para o Joel.

— Você está linda. — diz Joel me observando encostado na porta.

— A que isso, o primeiro vestido que  achei na mala. — sorrio e vejo ele caminhar até a mim.

— Não pelo fato da roupa. — ele passa seu polegar por minha bochecha. — Você está linda por que estou conseguindo ver alegria em você. — não consegui formular uma fala, apenas o puxo para um abraço.

— Estou feliz por você está comigo, você me faz feliz, você traz essa alegria para mim. E quando tudo acontecer, quero que você me lembre do que é ter esperança, e lembrar de tudo o que vivemos.

— Isso vai ser uma honra. — sinto ele sorri e acabo com o abraço, mas não afasto nossos corpos. — Vamos indo, se não eles vão achar coisa errada.

— Vamos. — sorrio.

Soulmates • Joel Pimentel Onde histórias criam vida. Descubra agora