Um mês depois da nossa volta para Miami, me encontro perguntando por que diabos eu coloquei esse desejo em minha lista. Talvez fosse o calor do momento.
Sobrevoando pelo céu de Miami, conseguia ter total visão da linda cidade. As pessoas que estavam pelas praias, pareciam formiguinhas.
Já usava todos os equipamentos de segurança e mesmo sabendo que o instrutor pularia comigo, estava tremendo de medo. Joel dava risada do meu desespero, ele estava sentado um pouco longe de mim e pularia logo depois, também com um instrutor o acompanhando. Os meninos e a Julie, decidiram nos esperar na praia. Eu julguei eles no começo, mas agora, gostaria de ter tido a oportunidade de não subir até aqui. Já estávamos por cima das nuvens, e cada segundo que passava me deixava mais aflita.
— Já estamos quase chegando. — o piloto diz dentro da cabine.
— Vai, conta até três e pula. — Joel tentava me incentivar.
— Tem como desistir? — pergunto.
— Não, mas juro que vai ser legal.
— Você já pulou?
— Não, mas já vi várias pessoas pulando. — comenta Joel.
— E se eu morrer?
— Você não vai morrer. — ele da risada.
— E se...
— Não vai! — me corta.
Respiro fundo e me viro, caminhando até onde o instrutor estava.
— Estou pronta.
O instrutor me olha e vira meu corpo, ele prende sua roupa na minha e conserta a mochila do paraquedas em suas costas. O mesmo abre a porta do avião e um vento forte logo bate em meu rosto. Ajeito o óculos e fico na posição que ele me recomendou.
Ouço sua contagem baixa e respiro fundo. Agora já era. Ele pula e dou um grito.
— Tá tudo bem, relaxa. Curte a vista, é linda. — ele diz, mas eu não conseguia abrir os olhos. Eu estava com medo. A respiração estava mais que descontrolada, comecei a sentir um frio na barriga e parecia que meu coração iria pular para fora a qualquer momento.
Passei alguns minutos só sentindo o vento contra meu rosto, até o instrutor chamar minha atenção.
— Ally, preciso que abra seus olhos.
— Como sabe que não estou com eles abertos?
— Você está com a cabeça na mesma posição desde quando pulamos. Nem uma olhada para o lado se quer.
— A! E para quê quer que eu abra os olhos? Assim posso imaginar que eu estou sonhando.
— Só preciso que abra, agora. É só ir abrindo devagar, estamos quase pousando.
Se eu decidir colocar isso em minha lista, deveria está curtindo cada minuto, não sendo consumida por todo esse medo. Sigo o conselho e começo abrir bem devagar, até para me acostumar com a claridade.
Ainda estávamos longe do chão, mas um borrão vermelho na areia chamava minha atenção, estava escrito algo, mas conseguia ler estava muito longe. Até forcei alguma vezes e acabei supondo que seria o ponto de pouso.
O instrutor abre o paraquedas e tomo um susto com meu corpo sendo totalmente puxado para cima. Olho para os lados e tudo era realmente lindo. Logo o Joel e seu instrutor, entra em meu campo de visão e ele acena para mim com um sorriso em seu rosto. Faço o mesmo.
Atravessamos algumas nuvens baixas e me surpreendendo com um nada, é, eu tinha esperanças de ter algo mais na nuvem. Me julguem.
O chão começava a ficar mais perto e aquilo que era um borrão vermelho, começou a se formar letras. Alguns segundos depois caindo. Consigo finalmente ler.
"Aceita namorar comigo?"
Era essa a frase. Isso estava escrito na areia da praia que faremos nosso pouso. Com afobação, eu me viro rápido e acabo batendo o capacete que usava na cara do instrutor.
— Meu Deus! Perdão. — digo envergonhada.
— Sem problemas. — ele diz e da risada. — Parece que você já avistou.
— Você sabia?
— É claro, porque acha que te mandei abrir os olhos?
Fiquem sem saber o que falar, eu só queria ver o Joel, comecei a procura ele de um lado e do outro, mas nada dele.
— Eles aceleraram a queda, eles estão lá embaixo. — diz e aponta com o dedo. Avisto um paraquedas bem mais baixo que a gente.
— A!
•••
O pouso foi ótimo, graças a Deus. Retiro rápido, todo o equipamento do meu corpo e agradeço o instrutor. O Joel estava distante de onde pousei, ele e as outras carinhas mais que conhecidas, me esperavam a uns metros de distância. Corro em direção deles e vejo a Julie e os meninos sorrirem para mim. Joel me olhava todo bobo.
— Joel..
— Não fala nada, não agora. — ele caminha até a mim. — Queria que fosse especial, eu vi a oportunidade e fiz. — ele da um sorriso tímido. — Já faz um tempo que eu pensava em fazer isso, já estávamos mais que precisando da um título oficial a isso que temos. Hoje eu posso falar que eu amo você, você é tão meiga, engraçada e bom, vamos combinar que linda. E eu preciso te ter em meu lado para sempre!
— Errou o pedido então, Pimentel. — diz Christopher.
— Cala a boca! — Julie diz e bate no Christopher.
— Continuando... Eu nunca fui muito bom com as palavras e também não quero enrolar. Namora comigo?
— Claro que sim. Sim, sim e sim!
— Ae! — os gritos dos nossos amigos poderiam ser escutado muito longe. Sorrimos com isso e o puxo para um beijo.
Agora sem medo, sem medo da resenha, sem medo do que ele ia pensar. O beijo foi breve e ele finaliza com com um selinho. Ainda segurando meu rosto com suas mãos, ele se inclina e deposita um beijo em minha testa.
— Também tenho uma coisa para dizer. — sussurro.
— O que?
— Eu também amo você! — digo e dou vários selinhos nele e ele sorri em resposta.
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Soulmates • Joel Pimentel
Roman d'amourAlly Beckman é uma garota de 19 anos cujo convive com uma doença que não tem cura desde pequena. Ao chegar numa certa idade ela piora, tendo poucos anos para perder a visão por completo. O que ela deve fazer? Largar seus sonhos e esperar ou ir atrás...