O melhor de mim

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—Hey Bob. —Joel vai até uma casa que tem de frente para casa, que logo descubro que é uma escola de surf.

—Ei Joel, quanto tempo cara. —Bob, um cara de cabelos louros cumprimenta Joel. Os dois parecem se conhecer há bastante tempo.

—Essa é minha amiga, a Ally. —ele aponta para mim, e Bob vem me cumprimentar. —Trouxe ela para ter umas aulas de surf.

—Você veio na hora exata. As ondas estão bem calmas para os iniciantes. —Bob comentou. —Espero que não tenha medo do mar, Ally.

—Não tenho não. —respondo.

—Bom, se tudo estiver certo, vamos começar agora. Que tal? —Bob estava super animado, e confesso que também estou.

•••

A única coisa me incomodou até agora foi a roupa. Ela gruda muito no corpo e deixa uma sensação esquisita, se é que vocês me entendem. Mas estou pronta. Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo para não me atrapalhar em nenhum momento. Quero guardar cada pedaço desse dia em minha memória, para quando não tiver mais a visão, relembrar desses momentos.

Acredite ou não, Joel estava lindo de azul escuro. Seus cachos pretos caiam pela cabeça, trazendo um ar de delicadeza. A barba por fazer dava um toque sexy. Seu olhar era penetrante, e sua postura era incrível.

—Pronta? —ele chega ao meu lado com uma prancha em suas mãos. Bob já estava nos esperando na beira da praia.

—Pronta.

Seguimos em direção ao Bob. Meu coração estava a mil com toda essa emoção. Finalmente poderei riscar mais um desejo da lista e tudo graças ao Joel.

—Bom, antes de começar tudo, irei ensinar um exercício de respiração, para o caso de acontecer algo. É bem fácil. —Bob passou todas as instruções para mim e Joel, que estávamos prestando atenção a todo momento.

Depois dos exercícios de respiração, foi a hora dos exercícios de fixação. Os movimentos, as manobras, a questão do equilíbrio, tudo para se sair bem no mar.

—Vocês estão prontos. Agora eu quero ver na prática.

Olho para o Joel e ele estava com aquele lindo sorriso em seu rosto, era aquela motivação que precisava. Segurei firme a prancha debaixo do braço e sigo até a água. O Joel vem logo atrás.

•••

No começo, cai demais, o Pimentel não foi muito diferente, mas ele conseguia ter mais equilíbrio do que eu. Observava ele flutuando pela água, parecia que ele não pesava nada.
Depois de mais algumas tentativas, finalmente conseguir ficar em pé na prancha e me manter equilibrada, como aquela sensação era boa. O Joel me observava da areia com um sorriso bobo em seu rosto. Conseguia sentir sua satisfação por me ver alegre.
Meus olhos começaram a arder por conta do da água salgada e decido sair do mar por um momento. Carrego a prancha até a areia e me sento ao lado do Joel.

— Gostou?

— Está mesmo fazendo essa pergunta? — ele assente e da os ombros. — Mas é claro que gostei, na verdade, eu amei. Muito obrigada mesmo. — sorrio e ele retribui.

Levo minha mão até sua bochecha e faço carinho com o meu polegar.

— Acho que ninguém faria isso que você está fazendo por mim, eu sou completamente agradecida por você está me ajudando com isso.

— Ah, que isso. Amigos são pra essas coisas. — o sorriso que estava em meu rosto se perdeu quando ele terminou sua fala. Foi estranho, não sei como explicar, talvez tenham sido as minhas expectativas indo por água a abaixo. — Vou buscar algo para comermos.

Apenas assenti com a cabeça e ele saiu andando. Sentada na areia, eu abraço minhas pernas, colocando meu queixo no meu joelho e fico admirando o oceano em minha frente.

•••

—Obrigada Bob, por hoje. —digo ao me despedir.

—Quando quiser, só voltar. —sorrio ao ouvir sua resposta. —E isso serve para os dois.

Joel sorri ao meu lado.

—Voltaremos sim. —vou até o carro e espero Joel terminar de se despedir.

—Pronta para riscar mais um desejo da sua lista? —o olho surpresa.

— Tem mais um para hoje?

—Mais dois, na verdade. —ele liga o carro e arranca, para um destino que só Deus sabe.

Não fomos muito longe. Ainda estávamos na praia, porém, esse pedaço era deserto. Não havia barracas e nem pessoas.

O Joel sai do carro e vai até o porta malas, ele começa a tirar algumas coisas de lá. Desço do carro e vou o ajudar.

Ele me entregou uma cesta e um tapete fino, ele pega uma bolsa que tinha um formato de violão e sorri para mim ao perceber minha empolgação. Ele aponta para um lugar plano na areia e eu forro o tapete, espalhamos as coisas pelo mesmo e nos sentamos.

— Ver o máximo de pôr do sol possíveis, começamos por hoje. — ele sorri e aponta para o horizonte. — Escolhi um bom dia para apreciarmos ele.

Virei meu rosto e o céu alaranjado avisava que o sol estava se pondo, de um modo extremamente lindo. Um degradê de tons rosas também conseguia se ver. Ao voltar minha atenção para o Joel, ele carregava um sorriso lindo em seus lábios e os últimos raios solares brilhavam junto com seu olhar.

— Você vai enjoar de me ouvir falando isso, mas, muito obrigada!

— Não precisa agradecer nada, eu estou adorando poder fazer parte disso. — Joel diz e sorrio como resposta. — Vamos comer. — ele pega a cesta e abre.

— As comidas ficaram no carro esse tempo todo? — pergunto quando ele me entrega um pote de salada de frutas.

— Não, comprei na cabana do Bob, quando você foi se trocar, guardei na cesta. —explica.

—Aaa!

— Atacar!

O adocicado da própria fruta dava um sabor incrível. Eu amava salada de fruta e essa então, estava divina.

—Você gostou? —Joel perguntou.

—Está uma delicia. —digo depois de terminar de comer.

—Que bom que gostou.

•••

O planejamento do Joel para esse dia, foi surpreende, fiz questão de gravar em minha mente cada mero detalhe. Ele busca alguns gravetos no carro e logo volta para pegar alguns outros pedaços de madeira maiores.
Ele monta a fogueira em forma triangular, e o ajudo acender.

— Não sabia se você tinha um instrumento específico para querer aprender, então eu trouxe o único que eu sei.

— Relaxa. — rio. — Sempre quis aprender tocar violão.

— Não vou conseguir te ensinar tudo hoje, mais algumas coisas básicas você já pode ir pegando, e outro dia aprofundamos mais.

— Ótimo.

Joel se levanta e tira o violão da bolsa e me entrega. Ele se senta atrás de mim e sinto meu coração palpitar mais rápido, respiro fundo tentando me acalmar. Suas mãos entraram em contato com meus braços e ele posiciona o violão corretamente. Sua respiração batia contra meu pescoço e me causava leves arrepios. Eu não ia conseguir me concentrar assim. Tirei o violão da minha mão, o deixando ao lado da minha perna. Viro meu corpo ficando frente a frente com o Joel. O seu olhar estava fixo ao meu e pela primeira vez, não me sentia desconfortável. A intensidade em que pegamos essa (mesmo que pequena) intimidade, foi surreal. E isso de "em um mês, uma pessoa pode te fazer sentir o que outra pessoa não conseguiu em um ano" nunca tinha caído tão bem para a minha vida. O Joel consegue tirar sempre o melhor de mim.

Soulmates • Joel Pimentel Onde histórias criam vida. Descubra agora