Minhyuk

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Eu estava sentado encarando os olhos ferozes de S/n. Ela me olhava com fúria e eu tenho certeza que o meu olhar era o mesmo que o dela. Aquela briga realmente havia sido uma das piores e eu estava cansado da nossa situação. 

Quando nos conhecemos, cada momento parecia mágico. Cada beijo, cada toque era único e eu não me cansava nenhum pouco de sua  presença. Tudo era fácil. Parecia que a cada dia eu ia me apaixonando mais e mais por ela. 

Depois que começamos a morar juntos foi que começou a mudar isso? ou foi antes? Realmente não consigo me recordar. Tudo o que eu sei é que todos os dias nós brigamos e parece que gostamos disso porque qualquer coisa é motivo para isso. Sinceramente, estou começando a duvidar dos meus sentimentos pela garota que pedi em casamento. Será que ainda a amo?

Olhando em seus olhos posso saber a minha resposta. Eu ainda a amo, mas acho que não é do mesmo jeito que a amava antes, a paixão acabou. Creio que seja uma amor de amigo. Eu não quero o mal para ela, só quero que  ela seja feliz. Mas acho que não a faço mais feliz.

Levanto do sofá e pego uma vassoura para limpar os cacos do copo que S/n jogou na parede durante a briga. Era sempre assim. Depois que brigávamos apenas íamos cada uma para um canto limpar a bagunça. Era como se fosse um tempo para refletir sobre o que aconteceu e processar o que cada um falou. 

Meus pensamentos estão bagunçados e para ser sincero nem me lembro do motivo da briga. Foi meu ciúmes ou o dela que começou tudo? Eu fico tão confuso com tudo e me sinto culpado também. Sou muito impulsivo e falo tudo sem pensar, talvez eu seja o culpado e nem consigo me lembrar. 

Varro o chão e juntando os cacos e quando vou pegar a pá e o lixeiro S/n está com ambos segurando, mas ela não olha na minha direção, mas consigo escutar uma fungada e posso perceber que ela está chorando. Isso demonstrava que ela se sentia culpada e arrependida da nossa discussão. Sem nem hesitar, solto a vassoura e a abraço forte e então ela chora mais ainda, seus ombros tremem e os soluços começam a ficar um pouco alto. Percebo que também estou chorando, mas tenho que me manter firme. Sentamos novamente no sofá ainda abraçados e então ela levanta a cabeça e me olha nos olhos.

-  Eu não aguento mais brigar, Min. - Sua voz está um pouco falha, mas seus olhos estão firmes.

- Eu também não quero mais brigar. - Eu respondo limpando seus olhos com o polegar. - Porque começamos mesmo?

- Foi minha culpa dessa vez, me desculpe. - Seu olhar vai para as mãos que estão em seu joelho. - Eu exagerei novamente com o meu ciúmes. 

- Tudo bem. - Eu respondi segurando. - Mas eu quero que saiba que eu nunca te trai ou pensei em outra mulher que  não fosse você. Eu te respeito muito e não farei algo assim, então não precisa ter ciúmes.

- Eu só fico insegura porque você é lindo e todas te olham. - Ela fala encostando a cabeça em meus ombros. - Eu sempre acho que você vai encontrar alguém melhor que eu.

- Me desculpe também, eu falo muita bobagem quando estou nervoso. - Acaricio seus cabelos e beijo o topo de sua cabeça. - Você ainda me ama?

- Eu acho que nunca vou deixar de te amar. - suas palavras são sinceras e eu sinto o meu coração mais quente por suas palavras. - Mas parece que depois de um tempo esse amor está desgastado. Você ainda me ama?

- Para ser totalmente sincero, - Começo a falar e ela se afasta para me olhar. - sem nenhuma duvida. Mas eu não estou mais me sentindo o suficiente. Parece que quanto mais eu tento, mais fica difícil e a gente sempre acaba brigando.

Ficamos em silêncio absoluto pensando nas palavras um do outro. Consigo perceber que S/n está chorando novamente e a puxo para mais um abraço. 

- Você acha que seria melhor a gente terminar? - Tenho medo de sua resposta, mas mesmo assim pergunto.

- Eu não sei. - Ela reponde. - Eu não sei como seria sem você e isso me assusta. Me assusta pensar que eu não vou mais acordar perto de você, que quando eu estiver triste você não estará ao meu lado me abraçando ou tentando me alegrar. Ou quando você estiver se sentindo sozinho, eu não estarei do seu lado para te fazer companhia. São essas coisas que me assustam. - Sua fala me deixa surpreso, pois eu não imaginava que eram essas coisas que se passavam na cabecinha dela. Quando eu apenas tinha medo de ficar sozinho. - Mas apesar desses medos eu também tenho medo de estar te atrapalhando a encontrar alguém melhor que eu para você. 

- S/n, eu não sabia que se sentia assim. - Eu a abraço mais forte e é nesse momento que penso que quero lutar por esse amor que está se perdendo, que quero tentar mais uma vez, que ao invés de apenas jogar fora os problemas como se fosse cacos despedaçados, quero juntar tudo e colar novamente. E principalmente, não quero que ela se vá, pois não acharei ninguém melhor para mim. Pensando nisso eu a afasto de meus braços e a olho nos olhos. - Não existe ninguém melhor que você. Eu não quero terminar. Eu quero concertar o que está quebrado entre a gente. Se você estiver disposta a tentar, podemos fazer isso funcionar.

Vejo que ela está pensando sobre isso e só consigo imaginar o que passa em sua cabeça, mas é um pouco difícil. Por mais que estejamos a 6 anos juntos, nunca sei o que ela realmente pensa. Depois de um tempo pensando a resposta veio. 

- Vamos tentar mais uma vez. - Ela me responde sorrindo, aquele sorriso perfeito que me faz sorrir também. - Mas vamos prometer um ao outro que quando perceber que estamos nos exaltando vamos parar e nos acalmar para então falarmos o que está nos incomodando, assim como estamos fazendo agora. Vamos parar de nos magoar.

- Eu prometo. - E ao falar isso, sem medo nenhum, beijo seus lábios e sinto o que eu sentia no começo do nosso relacionamento. Sinto a paixão e o desejo, sinto acima de tudo o amor que sentimos um pelo outro. O amor que nos uni. 

Imagines Monsta XOnde histórias criam vida. Descubra agora