Hyungwon

128 8 9
                                    

Oi S/n, como tem passado?

Hoje o meu dia foi normal. Acordei, me arrumei, trabalhei, comi, me deitei e pensei em você. Já é normal esse sentimento. O sentimento de saudades.

Nós terminamos há 1 ano atrás. Você me deixou para viver seu sonho nos Estados Unidos. Eu apenas não consegui aceitar que você viveria no outro lado do mundo e me abandonou aqui. Mas o que mais eu poderia fazer? Te impedir de crescer e viver um sonho por amor?

Não podia fazer isso. Não conseguiria ser egoísta a esse ponto. Você se arrependeria e se tornaria amarga por não ter vivido o que queria. Logo depois me culparia por tudo e então teríamos brigas constantes, nos machucaríamos e provavelmente terminaríamos com mágoa um do outro. Seria cruel e amargo demais.

No começo senti que poderia morrer sem você. Sem sua presença cativante me iluminando o dia, sem seu olhar enquanto acariciava meus cabelos antes de dormir, sem seu perfume suave que eu tanto gostava. Nos primeiros dias foram um pesadelo. Mas agora aqui eu estou do mesmo jeito que estava antes. Estou vivo e me acostumei ficar assim. No entanto é só isso. Um costume. Porque para ser sincero eu não te superei.

Eu gosto de me recordar do passado, pois isso ajuda a clarear minhas memórias. Porém em certo ponto eu me vejo preso e isso acaba me afetando um pouco. Tudo bem eu ficar assim. Esse é o único jeito que encontrei de ainda te ter por perto.

As vezes me pego pensando se você já tem outra pessoa. Se você já me superou e se esqueceu de mim. Esse pensamento me perturba, eu fico com ciúmes . Mas que direito eu tenho? Nenhum. Não levo mais o nobre titulo de seu namorado. E pensar isso me faz sentir sua falta.

Eu quero te dizer que meu coração não mudou. Que ainda te quero. Que ainda me lembro da primeira vez que te vi com duas tranças nos cabelos negros e aquele lindo vestido rosinha com desenho passarinhos e seu sorriso radiante. Quero dizer também que espero te ver novamente, se possível muito em breve.

Porque já se passou um dia e eu sinto a sua falta. Porque já passou 1 ano e eu ainda sinto sua falta. E eu só consigo viver dessa forma. Porque eu já tentei te esquecer, mas tudo o que eu consigo fazer é sentir sua falta.

Mas eu sei que você nunca saberá nada disso o que eu estou escrevendo. Essa carta será só mais uma que eu escrevi e ficará guardada naquela caixa de sapatos velha que você não me deixou jogar fora. Ela nunca chegará a você porque eu não quero que se sinta pressionada a voltar e deixar de lado as suas possibilidade. Mas eu espero que um dia eu consiga te mostrar todas elas e você perceba o quanto eu te amo.

Com muito amor e saudades,

Chae Hyungwon.

Ao terminar de ler a carta a pequena Chae Haneul, de 7 anos, sai correndo com o papel nas mãos até sua mãe que estava na cozinha preparando o jantar.

- Mãe, porque o papai escreveu isso para você? - Ela mostrou o papel com aquela caligrafia um pouco bagunçada. - Vocês tinham se separado?

- Onde achou isso aqui? - S/n perguntou pegando de sua mão e guardando no envelope com calma.

- 'Tava em uma caixa velha e tem mais um montão lá, mas eu ainda não li. - Ela respondeu. - Mas a senhora não me respondeu, quando aconteceu isso?

- Foi a muito tempo atrás. - ela fala acariciando o cabelo da filha. - Uma longa história.

- Pode me contar - a garotinha fala animada. - Eu tenho muito tempo.

- Isso fica para outra hora. - S/n fala rindo da garota elétrica que tinha, não sabia a quem havia puxado toda essa energia, mas tinha certeza que não era de Hyungwown. - Agora devolve a carta lá no lugar onde achou e não mexe de novo. - Haneul assentiu e foi saindo com o envelope na mão, mas antes de entrar no quarto, sua mãe a chama. - Mais uma coisa. Não deixe seu pai saber que achou isso. - A criança assente mais uma vez e entra no quarto.

- O que não é para mim saber? - Hyungwon entra na cozinha com o seu terno e seu nó de gravata meio desfeito e da um beijo na esposa que estava cortando cebola- O que aprontou dessa vez Chae Haneul? - Falou um pouco mais alto para a filha escutar.

Ao ouvir a voz de seu pai chamando seu nome corre em direção ao pai e se joga nos braços dele ainda com a carta na mão. Sua euforia de ver o pai era tão grande que se esqueceu que era segredo e que deveria guardá-la. Assim que Hyungwon viu o envelope na mão da menina a olhou sério e a repreendeu.

- Eu já falei para não mexer no meu guarda roupa, mocinha. - Sua voz era firme, mas ao mesmo tempo não era muito séria.

- Me desculpe, papai. - Ela o olhou com os olhinhos negros e cheio de arrependimento. - Mas em minha defesa eu não tinha nada para fazer e então eu decidi brincar que eu era pirata. Eu estava seguindo o mapa do tesouro e encontrei a caixa cheia de coisas preciosas. - Ela conta essa história depressa e Hyungwon juntamente à Haneul não pôde deixar de rir.

- Tudo bem, só não faça de novo. - ele fala com um sorriso. - O que encontrou?

- Essa carta aqui. - Ela estende o envelope para o pai - O senhor amava a mamãe bastante né?

- Eu ainda amo a mamãe bastante. - ele responde sorrindo para a esposa que enquanto mexia com as panelas os observavam. - Eu amo ela esse tantão. - Ele abre os braços mostrando para a filha o quanto amava a esposa.

- E eu? - a garotinha pergunta.

- Eu te amo o dobro. - ele fala mais baixo na intensão de só Haneul escutar - Mas não conta para mamãe. Ela vai ficar com ciúmes. - Hyungwon coloca o dedo na frente dos lábios em forma de segredo e a menina solta uma gargalhada e repete o gesto do pai.

- Vocês me contar como foi que você voltaram? - Haneul pede com os olhinhos cheios de emoção. - Deve ser muito romântica.

- Na hora de dormir eu te conto. - O Hyungwon fala. - Agora eu quero um banho e jantar.

Essa resposta foi o suficiente para acalmar a pequena Haneul e fazê-la esperar ansiosamente para a hora da história. Essa História seria a mais interessante para ela. Melhor do que princesas e príncipes em cavalo branco. Porque quem seria o protagonista seria seus maiores heróis, seus pais.

Quando comecei a escrever eu queria um capítulo um pouco melancólico, mas eu mudei de ideia e tentei fazer algo mais leve e fofo sem deixar o melodrama para traz. Como ficou? Ficou estranho?

Eu também queria agradecer as pessoas que estão me apoiando lendo o livro. Eu espero que vocês estejam gostando.

Para finalizar, eu gostaria de saber qual é o seu gênero favorito? Melodrama, romance, comédia ou terror? Como escritora eu quero me desafiar mais então quero tentar algo diferente.

Até mais. Bjos.

Imagines Monsta XOnde histórias criam vida. Descubra agora