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Acordo ao ouvir o som de estalos. Sinto o cheiro a queimado. Viro-me e vejo fogo. O bosque está repleto de fogo e ele vai na direção da minha árvore. Rapidamente, desato o nó da corda que me prende as pernas ao ramo, pego na minha mochila, desço da árvore e corro na direção oposta do incêndio. Pensei que lá no Capitólio, podiam esperar pelo menos uns dias para começar a complicar as coisas.

O terreno torna-se inclinado e ao esquivar-me a uma bola de fogo lançada de propósito na minha direção, perco o equilíbrio e vou a rebolar pela encosta a baixo. A minha queda é parada por um tronco de árvore, estou um pouco tonta então abro os olhos devagar e vejo outra bola de fogo a vir para a minha cara. Levanto-me depressa mas ela acerta na minha perna, deixando-me uma queimadura bastante desagradável. Mas, graças á adrenalina, consigo correr até encontrar um lago, onde mergulho para aliviar a dor. Viro-me e o fogo desapareceu completamente. As árvores nem estão queimadas.

Depois de me sentir segura, a dor na minha perna começa a aparecer e eu tapo a boca para não gritar.

O meu coração para quando eu ouço risinhos do outro lado do lago. Levanto o olhar e o que é que eu vejo? Os tributos profissionais! Que bom!!

Não tenho sítio para me esconder então faço figas para que não me vejam, mas...

-Cato!! Ela está ali!!! A rapariga do 12!!!

Bolas!!! Eles correm na minha direção e eu, obviamente, corro na direção oposta. Tento esconder-me na floresta mas com a minha perna, é difícil correr.

-Anda, anda!! Vais-te arrepender de não teres aceitado a nossa proposta de seres nossa aliada!!!

Eles estão muito perto. Finalmente, vejo uma árvore que dá para escalar, então subo, com dificuldade, e sento-me num ramo.

Os tributos chegam ao pé da minha árvore e vejo-os lá em baixo a olharem para mim e a rirem.

-O Newt não está aqui para te salvar. Queres dizer umas últimas palavras?

Um deles, o Cato, tenta escalar o tronco, mas ao apoiar-se num dos ramos, ele quebra-se e o rapaz cai ao chão. Depois, o outro rapaz tenta lançar uma faca, que falha completamente. Eles ali não me apanham.

-Talvez devessem tentar com o arco.-sugiro eu. (Eu sei, sou maluca).

A rapariga do Distrito 1 lança uma flecha com o arco, mas esta crava-se num ramo longe de mim.

-E agora, Cato?-sussura ela para o companheiro.

-Ficamos aqui acampados. A um certo ponto, ela vai ter de descer para comer e beber água, se não morre de fome.

---4 horas depois---

Os tributos profissionais estão acampados debaixo da minha árvore e eu não tenho maneira de fugir. Além disso, a minha perna dói como o inferno. Aperto a manga do meu casaco contra a ferida para estancar o sangue e a dor é enorme, fazendo-me lacrimejar. Quando perdi as esperanças, uma pequena caixa presa a uma mini paraquedas pousa num ramo ao pé de mim. Levanto-me a custo e pego-a. Abro a caixa e nela vem outra caixa com um creme estranho e um papel.

Vai ajudar.
H.

Passo dois dedos pelo creme e espalho-o pela ferida. No início, dói, mas depois de um bocado dá uma sensação de alívio e não sinto nada na perna.

A partir daí, concentro-me em inventar um plano para sair daquela árvore sem que me matem. Passo a minha vista á minha volta e encontro a solução. Um ninho de teleguiadas, insetos parecidos a vespas mas maiores que as vespas normais e tem o corpo dourado. As suas picadas criam caroços do tamanho de ameixas, e o seu veneno faz a vítima relembrar e visualizar os piores momentos da sua vida. Mais do que algumas picadas podem matar uma pessoa; algumas pessoas morrem depois de uma picada.

𝑻𝒉𝒆 𝑮𝒊𝒓𝒍 𝑶𝒏 𝑭𝒊𝒓𝒆 » 𝑁𝑒𝑤𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora