8- Nuances e sensações

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Dina manteve-se de braços cruzados, com olhar insolente, encarava as duas, especialmente, Ava.

_ Não sabia que estava com visita em casa. _ direcionou sua atenção à sua filha, enquanto ela e Ava subiam as escadas entrando na varanda.

_ Não estou com visita alguma... caso não se lembre, mamãe, esta casa é tão minha quanto da Ava.

_ Olá, Senhora Lance. _ cumprimentou-a, entretanto, sem resposta alguma por parte da sogra. Depois voltou-se para Sara _ Amor, eu vou tomar um banho... Qualquer coisa, me chame.

_ Hunrun... Está bem... _ segurando seu rosto, beijou Ava suavemente.

Dina virou o rosto, tamanho era seu desgosto por aquela cena.

_ Quer entrar para conversarmos? _ falou Sara para a mãe, depois da saída da loira.

_ Não, aqui está ótimo.

_ Ok! O papai não veio com você?

_ Ele está na casa do Laurel e nem sabe que estou aqui. Eu queria vir sozinha.

_ E, deve ter um bom motivo pra querer vir sozinha... _ encostou-se na grade de madeira da varanda.

_ O que essa mulherzinha faz aqui? _ a voz continha raiva... muita raiva embutida.

_ Mulherzinha? Não sei de nenhuma mulherzinha. _ o semblante de Sara fechou-se por completo.

_ Você entendeu muito bem, Sara Elisabeth!*

_ Sim, Senhora Dina Lance. Eu entendi! Mas, a mulher à que se refere tem nome e sobrenome, que aliás, incluiu o nosso.... Sharpe-Lance! Ou se esqueceu que sou CA SA DA com ela!?

_ Achei que com o divórcio, tivesse colocado fim a esse absurdo.

_ Pois é, o "suposto" divórcio serviu para conversarmos e nos entendermos.

_ Como pôde aceitá-la de volta depois de tudo que ela fez!?

_ Que ela fez? E o que ela fez?

_ Essa mulher te deixou sozinha com minha neta na barriga, enquanto você passava mal! Isso é pouco!?

_ Em primeiro lugar, eu não estava passando mal quando ela saiu. E, em segundo, o motivo da nossa briga foi quem? Ah sim, me recordei...VOCÊ!

_ Vejo que ela te cegou... Mais uma vez!

_ Ela não me cega, mãe. Pelo contrário, passo a enxergar melhor com a presença dela. Porque meus medos, inseguranças, incertezas da minha capacidade ou existência, somem.

_ Enxergar melhor... _ ironizou a mulher, com um riso sarcástico.

_ E sabe por que enxergo melhor?! Porque sinto sem sombra de dúvidas que Ela Me Ama! Isto me deixa segura o suficiente para enxergar melhor as coisas, sem medo.

_ Se te amasse cuidaria de você ao invés de virar as costas e ir embora.

_ Eu a mandei embora! Eu! Porque você... _ apontou para a mãe _ Você quase me enlouqueceu! Me envenenou contra ela todos os dias! Todos!

_ Então, agora a culpa é minha!?

_ Você não fez papel de mãe e sim de acusadora. E, sabe bem disso! Mas, você tem razão, a culpa não é sua e sim minha por permitir que você fizesse isso.

_ Essa lésbica te vira a cabeça!

_ Essa lésbica? Mãe, acorda! Eu sou lésbica!!! Eu sou casada com uma mulher! Eu amo essa mulher que você tanto despreza!

_ Você parou com os remédios, não é? Por isso está se deixando levar por ela novamente.

_ Eu parei com os remédios quando percebi que eles te ajudavam a me controlar. A minha burrice passou, Senhora Lance. Me curei!

❦  𝙎𝙤𝙗𝙚 𝙖 𝙇𝙪𝙯 𝙙𝙤 𝙇𝙪𝙖𝙧- 𝑨𝒗𝒂𝒍𝒂𝒏𝒄𝒆 ❦ Onde histórias criam vida. Descubra agora