CAPÍTULO 06. Primeiros passos (Jørn)

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Percebi que estávamos sozinhos na casa de Finn assim que nós chegamos e me lembrei que ele tinha contado que o pai dele viajava muito por isso o deixou na escola. Não tinha certeza se era uma boa ideia estar ali, mas já era tarde demais para sair correndo, talvez.

– O que você quer fazer, Jørn? – ele me perguntou quando entramos na sua casa e eu arregalei os olhos pensando no que aquilo realmente significava para Finn, acho que demorei demais para responder e então ele sugeriu – vamos ver um filme?

Eu apenas balancei a cabeça sem ter coragem de falar algo a mais. Eu não sabia, porém onde ele queria assistir televisão, pois assim que eu assenti Finn me deu a mão e levando-me até o seu quarto, apontou para a cama e disse para eu ficar a vontade que ele iria pegar o seu notebook.

– Que tal algo de Natal para gente começar a entrar no clima? – eu, novamente, só balancei a cabeça que sim.

Finn deitou de costas na cama, colocou o notebook do seu lado e fez com que eu me deitasse em seu peito. Estava bem tenso com tudo aquilo, mas sentir o Finn calmo respirando devagar quando os Muppets começavam a cantar no filme me deixou menos nervoso, um pouco.

Quanto mais tempo passava mais a vontade eu ficava naquela situação.

Não era um filme de amor ou de sexo, mas por algum motivo, talvez por eu ser um menino de 17 anos que nunca tinha beijado de verdade alguém que gostava, eu comecei a passar a mão em seu peito e subir para o pescoço, beijando a parte do seu corpo que eu alcançava naquela posição e apenas observando-o e categorizando os sons que Finn fazia quando eu encostava nele.

Resolvi beijar o seu pescoço e colocar a mão debaixo da sua blusa subindo o máximo possível. Depois o beijei no rosto e enfim na sua boca. Nas primeiras vezes que nos beijamos eu não conseguia me mover como eu gostaria, pois ficava escutando, no fundo do meu cérebro, a voz dos meus pais falando que aquilo era errado, mas dessa vez, eu só escutava Finn.

Quanto mais o beijava, mais certo eu achava que era estar com um garoto, com o Finn, de algum jeito nós apenas fazíamos tudo aquilo parecer normal. Ou talvez fosse normal e minha cabeça que tinha me enganado por todos esses anos.

Levantei um pouco mais a minha mão para que ele tirasse o resto da sua blusa, e quando ele sentou para fazer eu retirei a minha também. Deitei em cima dele e senti seu peito no meu, aquela sensação era melhor do que qualquer coisa que eu já fiz com uma menina. Além de ter tesão com tudo aquilo, eu me sentia em casa, como se eu finalmente tivesse voltado de uma longa e confusa viagem.

Depois de alguns momentos eu tive a sensação de que Finn estava com tanto tesão quanto eu, mas o próximo passo eu não sabia dar – e nem se o deveria fazer.

Fiquei me encostando nele de modo que meu coração começou a acelerar e eu estava ficando ofegante. Era difícil me concentrar em qualquer coisa que não fosse Finn naquele instante, e talvez, por isso, eu, ainda que cheio de incertezas, passei a mão na sua calça e comecei a abri-la.

– Você tem certeza? – Finn me perguntou e eu apenas balancei a cabeça que não e ri um pouco.

– Nenhuma, mas a gente pode tentar? –  Ele fez com que sim com a cabeça e me beijou enquanto me ajudava a tirar a sua calça e a minha.

Assim que estávamos só de cueca eu escutei o barulho da porta de entrada se abrindo e fechando, mas eu não tinha foco o suficiente para analisar o que aquele barulho significava, entretanto eu deveria ter feito!

– Finn! O que você está fazendo? – sim, esse foi o pai do Finn gritando com ele. – Não deixe o garoto ficar em cima de você assim!

E nisso eu pulei da cama vestindo as minhas roupas. E tentando sair de lá o mais rápido possível. Escutei Finn chamando meu nome e também ouvi o seu pai falando que o "seu filho não podia fazer isso" e que "iriam pensar que ele era viadinho, se algum dia outro menino quiser deitar em cima dele, ele não poderia deixar!". E foi com essas últimas palavras que eu fechei a porta da casa do Finn e iniciei o longo caminho até a minha casa.

De mãos dadas em Tøyen (história gay) AMOSTRAOnde histórias criam vida. Descubra agora