Capítulo 4

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-Cada deus tem um chalé. - dizia Terence - Zeus, Hera, Poseidon, Deméter, Ares, Atena, Hefesto, Ártemis, Apolo, Afrodite... Esse é o seu.

-Esse? - eu perguntei. Aquele era o mais diferente de todos. Tinham chalés azuis, cinza, brilhantes... Mas esse era o mais surreal. Eu sempre amei rosa (sempre mesmo) e aquilo era um sonho! Era como uma casa de Barbie: rosa! 

-An? Anne? Anne Rivers! - gritou Terence.

-Ahn? - eu disse. Na minha frente tinha uma menina sorridente, com cabelos castanho-avermelhados e uma jaqueta preta. -Desculpe, eu estava... Voando.

A menina riu,

-Você deve ser Anne - disse a menina -Sou Emily. Terence falou muito sobre você.

-Espero que tenha falado bem - eu disse, fingindo que eu não estava vermelha.

Ela riu mais uma vez e assim como a risada de Afrodite, a sua preenchia o ambiente é o deixava mais vivo.

-Venha! - ela me puxou para dentro -Até a hora do jantar Terence - ela disse e fechou a porta.

Por dentro, o lugar continuava como uma casa de Barbie: seis beliches de um lado e mais seis beliches do outro, e estavam separadas por uma cortina.

-Gente - chamou Emily -Gente! - ela gritou. Todo mundo a olhou. -Obrigada! Essa é Anne. Ela é nova, então tratem-a bem. Querida, pode ficar com a beliche ao lado da de Clary.

Uma menina morena com mechas loiras levantou a mão. Clary, pensei.

Fui até a menina e todos já estavam fazendo o que estavam fazendo antes. Conversando, se maquiando, passando chapinha...

-Sou Clary. E você é Anne - ela disse estendendo a mão. Apertei e ela deu um sorriso. -É bom termos novos semideuses. A tempos não chega ninguém novo. E você... A gente te espera desde sempre!

-O que quer dizer? - perguntei, já na beliche.

-Perdemos muitos semideuses nas guerras. Agora, tem cada vez menos. - ela disse -Ei, e se nós fossemos dar uma volta?

-Pode ser - eu disse. Ela abriu um grande sorriso. Passamos pela porta do chalé e começamos a andar na direção de umas árvores. Sentamos na sombra de uma delas e Clary arrumou o vestido rosa perfeito.

-Então, qual é a sua história? - ela perguntou.

-Bem , meu pai é um cara rico, dono de uma rede de hotéis em Nova Iorque. Ele nunca me deu muita atenção, e desde o ano passado eu estudo num internato. Desde que entrei no internato, tive só um amigo: Terence. Esse ano, conheci Robert. Você deve conhece-los - ela assentiu.

-Eles são meio que os líderes do acampamento. Eles são como irmãos. Vivem brigando, mas são como irmãos. - ela contou. Zeus e Atena, não é duvidoso que eles liderem juntos algo. Isso explica o ódio entre eles quando se viram no Instituto.

-Bem - continuei -Quando voltei para "casa", que na verdade sempre é um dos hotéis do meu pai, encontrei uma mulher que se dizia minha mãe que eu achava que estava morta. Ela me disse que era a deusa Afrodite e eu não acreditei. Meu pai entrou e me disse que ia casar e que a noiva dele tava grávida. Rob, meu novo amigo, me sequestrou e me trouxe para esse lugar estranho. E tudo isso aconteceu hoje.

-Eu não te sequestrei - disse uma voz se aproximando -Você poderia ter vindo por bem.

Rob sentou ao meu lado e passou o braço pelos meus ombros, me abraçando de forma fofa e gentil. Olhei para ele e sorri.

-Você é insuportavel! - eu gritei. E ele riu - Pare de rir! Estou brava com você!

-E isso é engraçado - ele respondeu.

-Por que? - eu disse sem entender nada. Clary nos encarava, segurando o riso e com aquela cara que amigas fazem quando veem as outras em situações que as agradam.

-Porque você é louca - ele disse. Então, uma menina com olhos coloridos (sim, coloridos. Um olho dela era verde e o outro azul.) e cabelos loiros chegou.

-Rob, precisamos de sua ajuda - disse a menina -Você deve ser Anne. Eu sou Maya, filha de Íris. - Sorri pra ela e acenei.

-Vamos Rob! Antes de Liam ponha fogo na floresta!

-Fogo na floresta? - Robert saiu correndo.

-Tchau Clary, tchau Anne - gritou Maya enquanto corria atrás de Rob.

-As coisas são sempre assim por aqui? - perguntei.

-O que quer dizer?

-Ah, as coisas são sempre meio malucas?

-Você ainda não viu nada. - ela disse.

Levantamos e seguimos andando pelo acampamento enquanto Clary me mostrava as coisas.

-Aqui é onde treinamos arco e flecha. Aqui é onde treinamos canoagem. Aqui é onde fica a casa grande. E ali é a floresta.

Então, um homem apareceu. Na verdade eu achava que ele era um homem, mas ele tinha metade do corpo humano e metade cavalo. Era extremamente bizarro.

-Centauro? - eu disse.

-Você deve ser Anne, a nova campista - ele disse. Ele era metade humano e metado corcel branco. -Sou Quiron. Esperamos você há muito tempo.

-Quiron? - repeti - Quiron. O mesmo Quiron das histórias? O mesmo Quiron filho de Cro...

Clary tapou minha boca.

-Não falamos o nome de certas divindades. - ela avisou, tirando a mão de minha boca lentamente. -Nomes tem poder.

-Então ta bom... - eu disse.

-Ei, Quíron... - um menino loiro com olhos caramelo. -Oi Clary! Quem é essa?

-Eu sou...

-Ela é Anne - interrompeu Clary. -Ela é nova.

-Muito prazer e seja bem vinda, Anne - disse o menino. -Quíron, precisamos da sua ajuda. Liam ta quase botando fogo na floresta!

-Como é? Com licença meninas, mas se aliam botar fogo na floresta teremos um grande problema - Quiron foi galopando em direção á floresta.

-Bem, meninas, vejo vocês no jantar - ele piscou e saiu.

-Ele não é lindo? - suspirou Clary.

-Nem sei quem ele é - respondi.

-Ele é Bryan, filho de Apolo. - ela respondeu.

-Clary, melhor nós voltarmos - eu disse. Ela concordou e nós voltamos. Como a vida de alguém pode mudar tão radicalmente em tão pouco tempo? Pensei enquanto íamos até o chalé de minha mãe.

Diario da filha do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora