Não se passaram nem dois minutos desde que os três homens se trancaram na sala que vozes altas foram ouvidas, não escondendo muito da discussão que irrompeu entre dois deles. Outro silêncio caiu antes de começar novamente. Este carrossel durou um pouco. Então surgiu o som de um violento acesso de tosse. Remus olhou para Dumbledore, que parecia preocupado. Se até ele estava começando a perder as esperanças, isso claramente não era um bom sinal. Outro silêncio caiu, muito mais longo do que os anteriores, e todos esperaram, os corações batendo forte, se perguntando o que estava acontecendo na sala, a poucos metros deles.
Um pensamento perturbador surgiu na mente de Sirius. E se for tarde demais? E se Snape não tivesse tido tempo de fazê-lo beber seu sangue, mesmo à força. Pior: e se ele tivesse respeitado a escolha de Harry e preferido abreviar seu sofrimento, aproveitando a oportunidade para esvaziá-lo de seu sangue, como o bom vampiro que ele se tornou? Mas ele não conseguia continuar a imaginar cenários mais horríveis do que os outros. Um grito veio do quarto e estava claro que era um grito de pura dor.
O animago perdeu toda a cor. O que estava acontecendo com seu afilhado que ele gritou daquele jeito, como se estivesse em agonia. Ele deu um passo em direção à porta que havia sido fechada antes, mas foi impedido por uma mão em seu peito.
- Não, Sirius. Você se lembra do que ele disse? Não devemos entrar, não importa o que ouçamos.
- Mas enfim, Remus, você ouviu aquele choro como eu, não é? Harry está com dor!
Como Sirius estava pronto para desafiar todas as proibições, zombando regiamente para irritar um pouco mais a raiva desse vampiro que havia se tornado Snivellus, o silêncio voltou. Parecia ainda mais pesado e sinistro do que os anteriores, sem dúvida porque todos se perguntavam o que teria acontecido com o Menino-Que-Sobreviveu para fazer ouvir tanta dor.
A próxima hora foi a mais longa e dolorosa para os grifinórios na sala de estar. Sentado no sofá, Ron segurava uma Hermione chorosa em seus braços. Dumbledore e Remus estavam sentados em uma poltrona, parecendo preocupados. Quanto a Sirius, ele parecia um leão em uma gaiola, movendo-se para frente e para trás ao redor da sala. Um pouco mais e arriscou cavar uma trincheira nas lajes de pedra.
Quando a porta finalmente se abriu, seu coração deu um salto.
oOoOo
Desde o momento em que entrou na sala até que Potter começou a gritar de dor, Draco não se moveu. Claro, ele não perdeu a vontade de jogar uma pá no Grifinório por sua estupidez. Mas ele sabia que não era o momento. Ele teve que admitir que não entendia por que o vampiro queria que ele visse isso. Ele não pôde evitar uma onda de ciúme dominando-o enquanto Severus se agarrava a seu segundo cálice para fazê-lo beber seu sangue. E vendo o quanto o moreno estava bebendo, ficou ainda pior.
No entanto, quando viu o corpo - que havia ficado magro devido à sua condição e à falta de um vínculo estável - torcer de dor, ele teve medo. E se Harry não sobreviver? Talvez já fosse tarde demais? O vampiro superaria isso facilmente se fosse o caso?
Quando a gritaria finalmente cessou e o corpo descansou frouxamente no colchão, ele se aproximou. Um passo. Depois, um segundo. Cuidado.
- Qual o problema com ele? ele finalmente pergunta.
O Mestre de Poções voltou seus olhos brilhantes para ele e olhou para ele como se de repente se lembrasse de sua presença.
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Quando a vida faz piadas engraçadas
Vampire(Tradução) Há dias como este em que a vida decide fazer piadas de mau gosto. Piadas realmente não engraçadas. E é claro que tinha que cair sobre Harry e seu odiado professor. Uma história de vampiros e cálices que não necessariamente será divertida...