Harry ficou surpreso com a força de empatia que sentiu por seu professor ao ver suas memórias. Ele nunca teria pensado que um homem tão frio e azedo pudesse amar tanto alguém, a ponto de sacrificar sua vida inteira. E acima de tudo, ele percebeu que os dois não eram tão diferentes, afinal. Ele, ao contrário do homem, simplesmente teve mais sorte em estar melhor cercado. Ele estava um pouco bravo com seu pai e seu padrinho por tornar a vida impossível para um menino por ser muito próximo de Lily. As coisas provavelmente teriam sido diferentes, se James não tivesse convencido Severus a se afastar da jovem. Talvez o Mestre de Poções não tivesse se tornado um Comensal da Morte.
Sem realmente pensar sobre isso, o desejo de se aproximar do vampiro foi sentido. E ele não tinha pensado nisso antes de colocar seus lábios nos dela. Ele só queria. A necessidade, mesmo. Quem teria acreditado nisso? Certamente não ele. Ainda assim, ele estava de fato acariciando a língua de seu professor com a sua. E, embora estivesse ciente disso, não fez nada para se afastar. Não foi até que ele ouviu uma batida na porta que ele pulou e quebrou o beijo. Ele ouviu o vampiro suspirar e murmurar algo ininteligível, com uma expressão quase ... desesperada? Em outras circunstâncias, Harry certamente teria rido disso.
Severus se levantou e foi abrir a porta. Sirius Black entrou no apartamento e o adolescente se levantou também.
- Sirius! ele chorou, feliz por ver seu padrinho novamente, embora a última vez tenha sido há poucos dias.
O animago se aproximou e pegou seu afilhado nos braços. Infelizmente, esse abraço quase paternal não saiu como planejado. O Menino-Que-Sobreviveu subitamente ficou tenso, dominado por um desconforto que não sabia explicar, mas que era muito real. E quase doloroso.
- Sirius, deixe-o ir, imediatamente! a voz do ex-Comensal da Morte estalou.
- O que?
Surpreso, Black afrouxou o aperto e se voltou para o vampiro, estupefato. Com que direito esse bastardo imundo se permitiu dar-lhe uma ordem? Pior ainda, com que direito a impediu de pegar seu afilhado nos braços? Mas quando ele estava prestes a dizer o que estava pensando em voz alta, Harry o empurrou sozinho. Ele teria ficado particularmente magoado se o jovem não estivesse tão mal agora.
- O que é que foi isso ? o cálice perguntou, olhando para seu professor de poções.
- A ligação. Ele solicita que você não tolere conexões físicas com ninguém que não seja seu vampiro. Ele desaparecerá quando o link for concluído.
O grifinório ficou chocado, chateado e magoado com o que acabara de descobrir. Acreditar que o mundo inteiro se deu a palavra para dizer a ele de todas as formas possíveis e imagináveis: "Durma com Snape"! Mas ele também estava começando a se cansar de tudo isso. Não poderíamos deixá-lo ir em seu próprio ritmo? Já não era fácil pensar que passaríamos a eternidade com a mesma pessoa. Alguém que não queríamos, mas que o destino escolheu para nós. Mas quando, além disso, essa pessoa era alguém que odiamos, era ainda mais complicado. Adicione a isso o fato de que eles eram dois cálices para o mesmo vampiro. E esta é a situação totalmente surreal e exaustiva em que Harry se encontrou.
"Desculpe, Sirius," ele disse finalmente, olhando para baixo.
Sirius estava prestes a colocar as mãos nos ombros do adolescente. Mas ao limpar a garganta de seu ex-colega de classe, ele mudou de ideia.
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Quando a vida faz piadas engraçadas
Vampire(Tradução) Há dias como este em que a vida decide fazer piadas de mau gosto. Piadas realmente não engraçadas. E é claro que tinha que cair sobre Harry e seu odiado professor. Uma história de vampiros e cálices que não necessariamente será divertida...