Aproximações

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Aos domingos, sempre tenho folga do trabalho

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Aos domingos, sempre tenho folga do trabalho. Eu nunca tenho o que fazer nos domingos, então sempre vou no parque ficar no meu cantinho de sempre, embaixo de uma árvore de cerejeira. As pétalas cor de rosa caíam sob minha cabeça, que antes eram marrons pra mim. Além de fotografia, gosto de desenhar ao ar livre pra poder livrar minha cabeça dos problemas da vida

As vezes, era como um alívio pro meu coração. Pois muitas vezes eu fico sem voz ao lembrar do dia que descobri a doença. Claro que consigo seguir minha vida, e nem algo que me atrapalhe vamos dizer. Mas é algo que me tira um prazer de ver coisas que tenho vontade, Principalmente as rosas.

Pode parecer algo bobo e eu estar sofrendo por uma rosa... Por uma florzinha. Mas eu fico triste e angustiada por enxergar uma cor diferente dos outros.

Uma vez, quando eu era pequena algum tempo depois de saber que eu era daltônica, na escola quando eu era criança, tínhamos que fazer um desenho pra pessoa que nós mais amamos na familia. Fiz um desenho meu e das minhas irmãs de mãos dadas dentro de um coração vermelho...

Só que quando eu fui entregar pra professora...

- O que é isso Kanao? - Ela me perguntava com um olhar de reprovação

- fiz um desenho meu e das minhas irmãs mais velhas. Elas são quem eu mais amo no mundo!

Achei muito fofo o desenho, mas pq colocou vocês dentro de um coração marrom e não vermelho? - Eu tinha pintado o coração de marrom. Havia confundido as cores

M-mas eu coloquei vermelho - eu abaixei a cabeça

- Pensa que me engana? Tsc, podia ter feito algo melhor não? - ela riu debochada - Vejam isso crianças, corações são marrons, não vermelhos - ela mostrou pra sala toda pra me humilhar... Todos começaram a rir de mim. O pior? Ela sabia que eu era daltônica, ela fez de propósito. Quando eu lembrei daquilo eu comecei a chorar sem notar, deixando algumas umas gotas de lágrimas caírem no papel e voltei a desenhar normalmente.

Senti o vento bater no meu rosto, e as pétalas caíam sob mim. Desenhei uma casa

 Desenhei uma casa

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Mas não pintei. Ela era sem cores, por conta que não vivia ninguém nela. Era igual a mim. Por mais que eu enxergasse outras Cores tinha vezes que eu enxergava tudo preto e branco, era como minha vida. O mundo em minha volta era colorido, mas não via o vermelho. Por isso por conta da frustração, comecei a enxergar o mundo como se fosse preto e branco

Eu estava perdida nos meus pensamentos, até Tanjiro aparecer

- parece que você realmente me segue em todo lugar não é mesmo? - Sorrio

- Coincidência, não kk

- O que faz aqui? - Pergunto

- Eu geralmente venho pra cá quando preciso pensar...

- Pensar? Pensar sobre o que?

- Meu futuro. Eu faço faculdade de psicologia e... Eu não sei se eu me sinto pronto pra ajudar as pessoas - Além de gentil, ele tem bom coração. Ele pensa nas pessoas de verdade. Já vi muitos só fazerem esse tipo de profissão por dinheiro e status, mas o Tanjiro... Ele não é assim

- Eu acredito em você - Sorrio - será um bom psicólogo, Tanjiro. Eu sei que vai

- Arigato, Kanao - Ele sorri pra mim e em seguida deita na grama - O céu realmente tá lindo hoje, não acha? - Ele me pergunta

- Sim...- logo eu deito na grama e começo a ver o céu com ele. Logo ele vira a cabeça pra mim, e sorri. Eu senti minhas bochechas esquentarem e vi o marrom, se transformar um  vermelho embaçado. Não acredito muito em almas gêmeas, mas... Será que ele... É a minha?

𝐀 𝐂𝐎𝐑 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora