1 • Segundo Lugar

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"Lutar é insignificante. Saia do meu caminho e poupe o meu tempo. Quem sabe a vida daqueles que chama de amigos seja preservada".

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── Acorda, idiota! Quer se atrasar de novo?!

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A voz de Katashi ecoou pelo quarto. Um ardor forte no pescoço apontou para um "pescotapa" que o imbecil sempre me dava quando invadia meu quarto, pulando pela janela. Eu não sei o porquê de não nunca ter trancado essa porcaria, nós dois sabíamos que odeio ser acordado desse jeito. Se bem que, ele entraria de um jeito ou de outro...

Eu soltei um resmungo preguiçoso ao esticar os braços e apertei os olhos que se incomodaram com a luz. Passei a mão no pescoço, que ardia por causa do tapa que recebi e me sentei na cama.

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── O que foi dessa vez? ── Pergunto após um bocejo, coçando a cabeça.

── Se arruma rápido, eu não vou te esperar dessa vez! ── Reclamou, agitado como nunca antes, olhando-se no espelho para arrumar qualquer cacho que estava fora do lugar.

── Esperar pra quê? ── Apesar de curioso, eu também estava confuso, havia acabado de acordar de um pesadelo esquisito, cujo final era desconhecido pra mim, naquele momento.

── Haha, logo você esqueceu? ── Katashi ironizou, caminhando para a janela do quarto pronto para partir. ── Não demore muito ou perderá a entrega das bandanas, preguiçoso!

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Katashi abriu um sorriso largo e divertido, jogando uma maçã para mim, antes de desaparecer pelas casas da vila, dizendo que iria na frente para reservar lugar para nós dois. Peguei a maçã no ar com os olhos arregalados, como pude esquecer algo tão importante?! Levantei desesperado e me arrumei num segundo. A entrega das bandanas era realmente muito importante para mim. Katashi e o sensei sabiam muito bem o quanto eu esperei por esse momento. Finalmente, o grande dia finalmente chegou.

O nervosismo era tanto que eu nem quis comer. Pra falar a verdade, analisando agora, tenho quase certeza de que Katashi já sabia disso, da minha pressa e desleixo infantis e deixou a maçã para que eu não ficasse com fome durante a cerimônia. Saí de casa o mais rápido que pude ao tempo em que devorava a pobre fruta. A rua movimentada me deixava ansioso, as pessoas pareciam brotar da terra pra ver a minha tão esperada cerimônia. Com certeza eu alcançaria Katashi se não fosse tão distraído. Olhei para o céu na tentativa de esconder a felicidade, pedindo para o universo que tudo desse certo daquela vez.

Depois de algum tempo, quando finalmente encontrei Katashi, que me procurava dentro da imensidão de pessoas que se acomodavam, acenei para ele e me aproximei. Meu amigo sorriu e passou o braço em volta do meu pescoço, fazendo-me virar para o local que ele apontava com a outra mão.

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── Olha isso!

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Feito de madeira clara, coberto de flores e fitas coloridas, com o símbolo da nossa aldeia no centro, aquele foi um dos maiores palcos que já tinha visto. A praça estava rodeada de árvores decoradas, que davam as melhores sombras da aldeia. A grama alta era tão verde e tão macia, que ainda não entendo a luta por uma das centenas de cadeiras que estavam na frente do palco, que nem atenderam a demanda de pessoas.

O Último Uchiha - A lenda dos olhos infernais Onde histórias criam vida. Descubra agora