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Ξscuro.

Os sons metálicos reverberam em minha mente. O que está acontecendo? É uma sensação estranha, eu sei que conheço esse lugar, mas não o reconheço. No entanto, os gritos... As vozes que ouço, esses sim eu sei de quem são. Eles chamam pelo meu nome, por que estão tão desesperados? Tem uma em especial, diferente das outras. Uma voz feminina que canta de forma suave e assustadoramente calma.

Abro meus olhos, a névoa parece dançar e deleitar-se na escuridão da floresta. Levanto-me devagar, meu corpo lateja, está exausto, como se eu tivesse numa...

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── Guerra. ── Ouço novamente a voz da garota, dessa vez ainda mais próxima de mim.

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Após ouví-la, tudo se torna silencioso, ouço apenas o som das folhas das árvores que balançam melancolicamente. Sinto uma mão tocar o meu ombro, o vento denuncia a cor de seus cabelos, longos fios prateados me deixam curioso, mas a dor em meu corpo me incapacita de examiná-la com mais precisão. Deixando-a de lado, passo a observar o local que estou, tenho a dolorosa sensação de que o que vejo não pode ser consertado. O céu está escuro, as árvores destruídas. Corpos destroçados, espalhados por todo o local, um ar de tensão e dor sufoca qualquer louco que ousar passar por aqui. Um intenso odor escarlate arde no peito, atordoando-me e abatendo qualquer dúvida que vem à mente.

Novamente, pergunto-me por quê eu estou onde estou. Não posso explorar muito, o toque da desconhecida parece me paralisar, faz com que meu corpo se desconecte da minha mente. Uh, céus... Tenho quase certeza de que não obtive êxito na batalha. Consigo
movimentar levemente a cabeça e estender minhas mãos, apenas. Elas estão sujas, sujas com a mistura do sangue de pessoas que eu não... Conheço...

Espero que não.

Ao longe noto uma silhueta, o vulto de um homem que vinha em minha direção vagarosamente. Não consigo ver seu rosto. Admito que nunca antes me senti tão incapaz. E, aparentemente, eu não sou o único, posso sentir a apreensão de quem quer que esteja atrás de mim. Na verdade, de quem estava atrás de mim. A moça dos cabelos prateados se afastou, desapareceu. Não sinto o seu toque, nem consigo ver os poucos fios de cabelos acinzentados que o vento, por misericórdia, permitiu-me enxergar. Eu não sinto mais a sua presença e a falta dela parecia deixar-me ainda mais vulnerável.

Tento escapar de todas as formas, mas meu corpo não responde meus comandos. Cada passo dado pelo homem desconhecido é um mix de sensações perturbadoramente estranhas. Sinto-me incapaz de me defender do estranho que se aproxima, com um sorriso perverso e desumano que cresce pouco a pouco em sua face. Meus olhos focam especialmente em tal sorriso, tão perigoso e ameaçador. Eu estou numa espécie de prisão? O homem ergue sua mão, pronto para dar o ultimato. Então... É assim que morrerei? A agilidade do seu movimento é assustadora, eu sequer consigo ver. Apenas sinto a dor ardente que me tira a consciência, que faz tudo ficar completamente escuro.


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Até o próximo capítulo!

😉😉

O Último Uchiha - A lenda dos olhos infernais Onde histórias criam vida. Descubra agora