59「Presidente Sina Deinert」(Final)

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Um mês depois…

A 45º presidente dos Estados Unidos, Sina Deinert, tomou posse no início de uma tarde de quarta-feira, em Washington DC, em meio a uma multidão de pessoas que viajaram à capital para acompanhar o momento histórico onde, pela primeira vez no país, uma mulher, assumidamente homossexual, apropriou-se do cargo mais importante do Executivo norte-americano, quebrando os paradigmas de centenas de anos.

Com a mão sobre a mesma Bíblia usada em 1861 por Abraham Lincoln, Sina prestou juramento ao lado de seu pai, Isolde Deinert, e de sua segurança particular e esposa, a comandante Heyoon Jeong.

- Eu, Sina Deinert, juro solenemente cumprir fielmente as funções de presidente dos Estados Unidos e, na medida de minhas possibilidades, salvaguardar, proteger e defender a Constituição Estados Unidos. - A loira gaguejou, emocionada, sorrindo abertamente em seguida, atendendo aopedido dos ateus para que não houvesse menções religiosas no juramento.

- Sina! Sina! Sina! - A multidão aclamava.

Centenas de milhares de pessoas enfrentavam o frio e lotavam o Washington's Mall, que se estendia por cerca de 3 quilômetros desde o Capitólio até o Memorial Lincoln. Um mar de gente tomou conta do gramado, muitos agitavam bandeiras norte-americanas, e estavam realmente emocionados em participar de um evento que seria lembrado historicamente para o resto da vida.

O ingresso para assistir à cerimônia de posse custou US$ 25. Sina, a presidente popular, sabendo que algumas pessoas não tiveram condições financeiras de participar, ordenou que fossem montados pontos de transmissão ao vivo para que todos pudessem se sentir próximos à ela de alguma forma.

A polícia estimou o número de dois milhões e meio de pessoas que acompanharam em Washington a posse da presidente, deixando para trás o recorde de Lindon Johnson, em 1965, com um milhão e duzentas mil pessoas.

Na tribuna presidencial do Capitólio, estavam todos os ex-presidentes vivos dos Estados Unidos, que ouviram emocionados, junto do povo, ao discurso épico da presidente:

- Meus caros cidadãos americanos, estou aqui diante de uma árdua tarefa que tenho pela frente, sentindo-me profundamente grata pela confiança que vocês depositaram em mim, ciente de quem eu realmente sou. Agradeço ao meu pai pelos serviços que prestou à nação, assim como pela generosidade ao me ensinar tantas coisas durante esta transição. Quarenta e cinco americanos já fizeram o juramento presidencial. A américa seguiu em frente não apenas por causa da competência dos que ocupavam os altos cargos, mas porque nós, o povo, permanecemos fiéis aos ideais de nossos antepassados e leais aos nossos direitos fundamentais. Assim foi e assim deve continuar sendo. É fato que enfrentamos uma crise. Nosso país contra uma ampla rede de violência e ódio. Eu fui vítima próxima disso. Por pouco a economia não foi gravemente enfraquecida, uma consequência da cobiça e da irresponsabilidade de alguns. Enfrentamos outros problemas também por conta de erros do passado que vieram se acumulando ao longo dos anos e que meu pai, em seus dois mandatos, não conseguiu consertar. Nosso sistema de saúde é caro; nosso sistema de ensino nem sempre acolhe a todos. Eu não quero ter que enfrentar uma crise, não quero que tenham a confiança desgastada; não quero que temem o declínio da América. Isso não vai acontecer. Ao menos não enquanto eu estiver no poder. Os desafios que enfrentamos são reais, são sérios e muitos. Eles não serão resolvidos facilmente ou em um curto período de tempo. Mas tenham apenas uma única certeza, meus queridos cidadãos, eles serão resolvidos. Se estou aqui hoje é porque vocês escolheram a minha competência ao invés do preconceito, escolheram a esperança ao invés do medo, a união acima do conflito e da discórdia. Hoje eu proclamo o fim dos sentimentos mesquinhos e das falsas promessas, das recriminações e dos paradigmas desgastados que por tanto tempo destruíram a vida de tantas pessoas. Chegou o tempo de reafirmar nossa resistência, de escolher escrevermos a nossa história, de levar adiante o dom precioso da luta, transmitida de geração em geração: a promessa dada por Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem a oportunidade de perseguir sua plena medida de felicidade. Somos a nação mais próspera e poderosa da Terra. Nossos trabalhadores são produtivos, nossas mentes são criativas, nossa capacidade continua grande. A partir de hoje devemos nos reerguer, sacudir a poeira e começar novamente o trabalho de meu pai de fazer crescer ainda mais a América. Vamos construir estradas e pontes, redes elétricas e linhas digitais que alimentem o comércio e nos una ainda mais com outros países. Vamos restabelecer a ciência e utilizar as maravilhas da tecnologia para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e reduzir seus custos. Vamos transformar as nossas escolas, colégios e universidades para suprir as demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E tudo isso faremos. À quem questiona a escala das minhas ambições, sugerindo que nosso sistema não pode tolerar um excesso de grandes planos, só tenho uma coisa a dizer: sua memória é curta. À quem questiona o que eu digo, posso afirmar que você se esqueceu o que este país já fez, o que homens e mulheres livres podem conseguir quando a imaginação se une ao objetivo comum, à necessidade e a coragem. Não questionem se meu governo será grande ou pequeno, mas sim se ele funcioná, se ele ajudará as famílias a encontrar empregos com salários decentes, tratamentos de saúde que possam pagar, uma aposentadoria digna. Ao final do meu mandato, saberemos a resposta. Nossos antepassados, fundadores dessa nação, diante de perigos que mal podemos imaginar, redigiram uma carta para garantir o regime da lei e os direitos do homem, uma carta expandida pelo sangue de gerações. Aqueles ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abandoná-los em nome da conveniência. E assim, para todos os outros povos e governos que nos observam hoje, saibam que meu pai quis que a América fosse amiga de toda nação e de todo homem, mulher e criança que busque um futuro de paz e dignidade, e eu quero isso também. Somente a nossa força não é capaz de nos proteger, nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Pelo contrário, nosso poder aumenta através de seu uso prudente; nossa segurança emana da justiça, da força de nosso exemplo para o mundo. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus, de hindus e ateus. Somos formados por todas as línguas e culturas, saídos de todos os cantos desta Terra; e como provamos o sabor amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos mais fortes e mais unidos, só podemos acreditar que tentaremos governar com base na igualdade e na paz. Para os líderes de todo o mundo que buscam semear conflitos, saibam que serão julgados pelo o que podem construir, e não pelo o que podem destruir. Para os que se agarram ao poder através da corrupção e da fraude, saibam que estão no lado errado da história, mas que lhes estenderemos a mão se quiserem abrir seu punho cerrado. Aos povos das nações pobres, prometemos trabalhar ao seu lado para alimentar os corpos famintos e nutrir as mentes famintas. E para as nações como a nossa, que gozam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais suportar a indiferença pelos que sofrem fora de nossas fronteiras. O mundo mudou, e devemos mudar com ele. Meus desafios podem ser novos, mas os enfrentarei com trabalho duro, honestidade, coragem, justiça, tolerância, lealdade e patriotismo. Isso são coisas verdadeiras que têm sido a força silenciosa do progresso durante toda a nossa história. O que é exigido de nós hoje é uma nova era de responsabilidade, um reconhecimento, por parte de todos os americanos, de que temos deveres para nós mesmos, nossa nação e o mundo. Esse é o preço e a promessa da cidadania. Por isso vamos marcar este dia com lembranças do renascimento da nação que deixaremos como legado para os nossos filhos. Obrigada à todos! Que Deus nos proteja! Que Deus proteja a América!

A Filha Do Presidente「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」Onde histórias criam vida. Descubra agora