48「Será que ela volta」

523 51 25
                                    

Os dias iam passando e as coisas pareciam, aos poucos, se encaixar em seus devidos lugares. Sina, mesmo aos trancos e barrancos, conseguia conciliar seus compromissos eleitorais revezando com os cuidados que tinha com a sua irmã e namorada.

Shivani se reestabelecia devagar, dando um passo de cada vez, contando com a ajuda ativa de Hina no processo de equilíbrio psicológico, afinal, passar por tudo o que ela passou não era nada fácil e requeria uma atenção especial. A mente humana é traiçoeira e a preocupação deve se dar com a saúde física, assim como com a mental.

Já Heyoon... Ah, esta dava trabalho quando doente. Regredia à um estado infantil, quase. Resmungava, reclamava, se enervava fácil. A sua mãe não podia ceder aos seus caprichos, uma vez que tinha Henry para cuidar. Deinert, por ser a primeira vez que passava por aquela situação, ainda não sabia ao certo como lidar com o jeito peculiar da morena doente. Seu pai, coitado, ficava receoso em piorar as coisas ao interagir com a filha e sem querer usar uma frase mal colocada. Sobrou a árdua tarefa de amansar a ferra para a sua melhor amiga, Yoshihara.

A psicóloga tinha para si que em uma sociedade que preza pela simpatia, poucos sabiam na prática o que era a verdadeira empatia. Para ela, Jeong - que estava sofrendo com os resquícios de sua enfermidade - não necessitava de muitos mimos ou frases feitas, mas de empatia e compreensão. Por isso, Hima fez questão de deixar bem claro que estava ali caso ela quisesse se abrir para compartilhar seus medos ou angústias; que estava ali para tornar a vida dela melhor naquele momento.

- Obrigada por ter vindo. Deve ter sido uma decisão difícil, não? - A comandante falava, ao passo em que ia se ajeitando entre os travesseiros.

- Difícil? Por que?

- Porque teve que largar a sua namorada para vir ficar comigo.

- Paliwal não é minha namorada. Não "ainda".

- Hum...está esperando que ela te peça em namoro?

- E eu lá sou mulher de esperar por algo que quero?

- Então você quer?

- Eu não disse isso, Jeong.

- Disse sim. Acabou de dizer.

- Nossa, melhora logo, cara pálida! Você fica insuportável quando está doente.

- Credo! Por que todo mundo fala isso?Ninguém sabe lidar com uma pessoa debilitada, acabei de crer. Já não basta ter que aguentar um "oi, tudo bem com você?" , o que é completamente sem sentido quando se pergunta para alguém que mal está conseguindo se mexer na cama. E ainda tenho que suportar ser chamada de chata.

- Está bem. Está bem. Eu serei a primeira a dar um soco na próxima pessoa que disser para você que tudo acontece por alguma razão, ou "sinto muito por você estar passando por isso", ou "tudo bem com você", ok?

- Ok.

- Ai, amiga, lembra daquela vez que você ficou muito gripada, mas mesmo assim foi para a escola, e aquela garota comparou o seu semblante com o do hamster dela que tinha morrido? - Hina não se aguentou, disparando a rir, conseguindo ao menos arrancar um sorriso da morena.

- Nossa, não quero lembrar. Quebrei o nariz dela "acidentalmente" algumas semanas depois. Garotinha insuportável aquela.

Dos pequenos atos de carinho, a conversa das amigas fluiu, e uma ia relembrando e contando histórias de seus amigos antigos, falaram sobre como estava andando o tratamento, sobre os amores, e entre um cafuné e outro, as mulheres nem se deram conta do avanço das horas. Só atentaram para o fato de que tinha anoitecido, quando Yujin adentrou no quarto levando a sopinha de jantar da filha.

A Filha Do Presidente「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」Onde histórias criam vida. Descubra agora