11「Salve-a」

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"O que parecia uma resposta rápida ao ataque, virou uma grande interrogação na Casa Branca. A polícia prendeu um suspeito, mas admitiu que pode ter pego o homem errado."  "Um dos porta-vozes do Ministério Público, Derek Van Halen, disse que alguns elementos levam a crer que a invasão da Casa Branca trata-se de um ataque terrorista."

As notícias não paravam de sopitar como água fervente em chaleira. Para os sensacionalistas aquilo era um prato cheio. A desgraça alheia causava, além de comoção, reportagens que posteriormente poderiam ser consideradas históricas, de acordo as circunstâncias. O clima no escritório central da Agência do Serviço Secreto variava entre a agitação e o desconforto, dada a falta de notícias do presidente, do governador e suas famílias.

- Equipe de resposta? - O Vice-Presidente parecia realmente empenhado em conseguir algo que pudesse elucidar a maneira como reverteriam a situação.

- Em 5 minutos! - Respondeu o Comissário de Segurança.

- Chegaram! Os reforços do exército, da aeronáutica... chegaram. - Aquele foi o único momento em que se pôde ver sorrisos sendo esboçados nos rostos aflitos de quem trabalhava com afinco, mesmo que longinquamente, para estancar uma parte do sangue derramado naquele ataque. Alguns se abraçavam, outros comemoravam aplaudindo as Forças Armadas, cada um à sua maneira, mas sinceramente.

- Não comemorem ainda. Apenas... não comemorem. - O homenzinho abatido, substituto interino do Sr. Isolde Deinert, enquanto da incidência do caos instalado no país, parecia ter se deixado levar pelo pessimismo.

- Tem um contato sendo feito da Casa Branca. - Gritou a Tenente Savannah, responsável pelas interceptações telefônicas - Silêncio, por favor.

Demorou cerca de dez segundos para que pudessem ouvir algo que não fossem murmúrios ininteligíveis.

- Agente Especial Jeong, Heyoon Jeong. Delta 453 Recept 26986. Não posso falar por muito tempo. Está tudo tomado e esse telefone é de... eu não sei de quem é. Eu o matei e... Estou com Sina Deinert. Meu comandante, Bailey May, está com o presidente, o governador e o restante das famílias. No tumulto de um dos ataques, acabamos nos separando por questão de sobrevivência. Eu não sei quem está vivo ou morto, mas destruíram tudo. Não há como ter certeza do que querem ou um alvo específico. Estão abrindo fogo aleatoriamente, apenas por matar. A Srta. Deinert e eu, estamos em um abrigo secreto. Existem explosivos espalhados em pontos estratégicos nas entradas e janelas, não sei se em todas. Os sensores não estão funcionando. Passamos muito tempo nos dutos de ventilação,estamos desidratadas, feridas. Fiz o que pude. Eu só... fiz o que pude.

- Agente Jeong? Agente Jeong? - A tenente tentava o retorno do contato interrompido - Droga! A perdemos.

O tempo, nesse tipo de situação conflituosa, é imensurável. Perde-se o controle das emoções, a capacidade de raciocínio lógico é diminuída. E tudo isso, querendo ou não. Muitas vezes, o mais difícil é saber aonde você mesmo quer chegar. Ou aonde pode chegar sem ultrapassar os próprios limites.

Jeong estava equilibrando-se na linha tênue entre o ser capaz e o fracasso. Sina mantinha-se um pouco mais tranqüila, mas não suportaria a pressão psicológica se não saíssem logo dali. A agente necessitava da rapidez de raciocínio que outrora lhe fora peculiar. Encontrando-se nessas condições, ela só poderia fazer uma escolha...

- Vamos arriscar. Vamos... tentar chegar ao cofre. Pode fazer isso comigo? - Perguntou a morena para Deinert, que permanecia ainda ofegante em demasia. Esta, por sua vez, respondeu apenas com um menear positivo da cabeça

- Ótimo! Seguiremos em frente - Yoon apontou para a sua direita - Sabe rezar, Srta. Deinert?

- Se...sei. - Respondeu a loira, gaga pelo nervosismo.

A Filha Do Presidente「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」Onde histórias criam vida. Descubra agora