Cartas

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— Não quero ir para a aula, Wonwoo. — dizia Bohyuk, andando ao meu lado, no caminho para escola.

— Você precisa...

— Por quê?

— Precisa se distrair... Talvez.

— Não vamos procurar por ela? — pergunta-me, pensativo.

— Ela não quer ser achada; ela não se perdeu, Bohyuk... Mamãe escolheu ir.

— Será que algo de ruim vai acontecer com ela?

— Nada de ruim vai acontecer à ela, se rezarmos por ela. — Bohyuk me encara. — A gente precisa acreditar que tudo vai dar certo...

Em silêncio, seguimos o resto do caminho para a escola, só que, agora, de mãos dadas; muitas pessoas nos encaravam com os piores olhares que alguém poderia fazer.

— Bom dia, Wonwoo e Bohyuk! — surpreende Seungkwan se aproximando; não acho que essa seja a melhor hora para ouvir as loucuras que se passa na mente do meu amigo. — Como vão? — não respondemos, apenas, ficamos o encarando com nossas olheiras profundas e olhos avermelhados. — Certo... Posso perguntar o porquê?

—  Bohyuk? — me viro a ele. — Se quiser ir com seus amigos... — indico o grupo com a cabeça.

— Sim... — sibila, indo em direção à seus amigos.

— Mamãe saiu ontem... — eu e Seungkwan começamos a caminhar até o esconderijo onde ele se escondia com seus namorados. — Digamos que ela levou tudo e não sabemos quando ou se ela irá voltar. — ao chegar no local acomodativo, nos sentamos. — Ela não irá voltar mesmo, só não quero que Bohyuk saiba, sabe?

— Eu sei, mas...

— Ontem à noite, depois dele ter ido dormir, achei uma carta dela, escondida onde mamãe costumava escunder os cigarros e charutos de papai... Dizia... Que ela não estava bem... E outras coisas mais tristes e melancólicas. — abaixo a cabeça. — Ela não irá voltar, Seungkwan.

— Wonwoo... — surpreende Mingyu, com uma cara de cão-que-caiu-da-mudança.

— Como chegou aqui, bonitinho? — questiona Seungkwan, lançando um olhar bravo em Mingyu.

— Segui vocês... Eu só quero conversar com Wonwoo; é rápido.

— Está bem... — meu amigo se levanta.

— Seungkwan estávamos dialogando... — disse eu.

— Eu sei, eu sei, meu bem, mas esse lugar, descoberto exclusivamente por mim, é destinado para beijos e, talvez, coisas a mais... — Seungkwan ri para Mingyu e o faz sentar ao meu lado. — Não para conversas tristes e choros longos. Conversamos mais tarde. — ele se retira do esconderijo.

— Então... Que lugar é este? — pergunta Mingyu, olhando e mexendo no gramado.

— Lugar nenhum... — ele me olhou bravo, pela mesma resposta grosseira de sempre. — Seungkwan achou esse lugar pra ficar com seus namoradinhos, é isso...

— E você?

— Eu o quê?

— Você está triste? Algo aconteceu?

— Ás vezes, ficamos tristes só por ficar.

— Cada um é o arquiteto da sua tristeza...

— Não é tão simples quanto pensa...

— Você é muito melancólico na maioria das vezes, Wonwoo.

— Pra onde foi, ontem de manhã? — mudo, rapidamente, de assunto.

Nowhere BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora