— Eu te ignoro? — minha mãe puxou meu edredom, me assustando. — Não. Então não me ignore! — ela abre as cortinas, deixando a luz do Sol tomar conta do meu quarto. — Já te chamei duas vezes! — mamãe lança um olhar bravo sobre mim. — Você saiu ontem à noite?
— Eu sai ontem à noite? — me sento na cama, enquanto minha mãe franzia a testa; acho que ela pensou a mesma coisa que eu, "Bohyuk", então mamãe sai do meu quarto e bate a porta.
Estava sentado à mesa de café-da-manhã, enquanto Bohyuk levava um sermão; já estava pronto pra ir para a escola, então meu pai se senta à mesa e coloca uma gaita sobre a mesma.
— É, - disse ele. — muito caro.
— Sério? — eu estava surpreso.
— Não. — como sempre, papai me faz rir com suas brincadeiras sem graça. Ele se aproxima de mim e começa a murmurar: — Primeira aula, sala da frente, às oito da noite. Não se atrase.
— Vamos, Wonwoo. — chama Bohyuk, abrindo a porta e me esperando do lado de fora.
Abraço forte meu pai, mando um beijo para minha mãe, pego minha mochila e gaita-nova e vou em direção à escola, com mamãe dizendo para colocar os óculos. A armação grosseira do mesmo estava no meu bolso e eu não o colocava pois ficava parecido com Buddy Holly.
Ao chegar na escola, todos começam a olhar para mim e Bohyuk; nós sempre vamos às melhores festas e pegamos as melhores garotas, somos, em fato, populares. Mas não era por isso que os olhos estavam voltados a nós:
— O quê você fez ontem, Bohyuk? — pergunto, fazendo-o parar e ficando à sua frente.
— Nada... - ele dá de ombros, porém eu não paro de encará-lo. — Não muito...
— Diga logo.
— Eu posso ter bebido um pouco e ter passado vexame, quem nunca?
— Eu nunca, engraçadinho... - ele têm isso como um "Nunca mais beba" e vai para a grande roda de seus amigos, enquanto eu me aproximava das meninas. — Jooyeon, meu anjo — ela vira com seus cabelos castanhos cheios de gel e seus lábios repletos de batom vermelho. — Mostre seus peitos.
— Mostre seu pinto, Jeon! — ela ria ao lado de sua amiga que eu realmente não sabia o nome. — Ou é pequeno?
Não perco tempo. Aquela garota estava me dando bola a mais de um mês mas não passava disso. Abro o zíper e a mostro o que ela queria ver. Jooyeon e a amiga não contém os risos.
Em menos de cinco minutos, já estava na sala de espera à frente da sala do diretor, rindo da situação, antes do mesmo me convocar para dentro:
— Terá sorte se arranjar um emprego nas docas, — começa, me encarando com seu grande olho de vidro. — porque, pelo jeito, você não irá a lugar nenhum.
— O "lugar nenhum" tem muitos gênios, senhor? — sorrio. — Porque, então, devo pertencer a esse lugar.
O diretor, imediatamente, me manda para fora da sua sala. Sem questionar, eu saio com um sorriso malicioso no rosto.
Do lado de fora, Bohyuk e seus amigos riam e riram muito mais ao meu sair:
— Não acredito que fez aquilo mesmo...
— Jooyeon também se surpreendeu... — nós saímos do sala e fomos em direção ao gramado; não pude nem me sentar na grama e Seungkwan apareceu, perguntando:
— Por qual razão não foi à minha festa? — ele cruzou o braço.
Os meninos foram embora, deixando-me sozinho com o louco do Seungkwan.
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Nowhere Boy
Teen FictionEm pleno anos 1963, Jeon Wonwoo, um amante de música, filmes e garotas, tem que lidar com a paixão-platônica-inexplicável de seu amigo homossexual, que esconde esse segredo de todos, e os problemas em casa, como o excesso de bebida que seu irmão mai...