— Ei, — chama Bohyuk, abrindo a porta de meu quarto e ficando parado à batente. — Buddy Holly — caçoa, apenas por eu estar usando minha armação grosseira para ler. —, o jantar já está pronto... Venha logo. — ele sorri antes de sair, deixando a porta aberta.
Era impressionante como o humor de Bohyuk passava de cão-com-raiva para filhote-que-caiu-da-mudança em menos de segundos; por tal motivo mamãe o comparava com papai.
Vou rápido para a sala de jantar, onde Bohyuk colocava uma mesa para três:
— Três? — questiono, surpreendendo meu irmão mais novo.
— Sim... Seu amigo apareceu esta tarde, enquanto dormia... — disse ele, sorrindo.
— Que amigo? — me sento em meu lugar de sempre.
— Boa noite, Wonwoo. — Mingyu se senta à minha frente, sorrindo.
— Por que não foi falar comigo? — pergunto, enquanto Bohyuk colocava suco de laranja para gente.
— Você estava dormindo...
— E o que faz aqui...? — tentei não ser indelicado.
— Te conto mais tarde... — disse, olhando para Bohyuk, que se sentava ao meu lado e nem deve ter percebido.
— Não quero ser indelicado, Mingyu, mas... Não pode dormir no quarto da mamãe e do papai; — disse Bohyuk, pegando sua salada de alface. — Não quero que ninguém chegue perto daquele quarto, por enquanto...
— Pode dormir comigo! ...Digo, no meu quarto... — Mingyu sorri de canto.
— Ele pode dormir no sofá!
— Se quiser... — sibilo.
Comemos lentamente e em silêncio; Mingyu me encarava enquanto jantava seu grande pedaço de bife.
Após o jantar, vou direto para o banho; onde fico quinze minutos em pé, deixando a água morna cair sobre meus ombros. Com a pele ainda um pouco molhada, visto um pijama qualquer e vou para o meu quarto.
Encosto a porta e deixo, apenas, a luz do abajur acesa. Me deito na cama e tento não me perder em meus pensamentos.
— Wonwoo... — Mingyu abre a porta com cautela e seus cabelos castanhos molhados e bagunçados. — Eu posso...?
— Sim. — respondo de forma rápida.
Ele se deita ao meu lado, quieto, olhando para o teto e eu virado para Mingyu.
— Quando irá me contar o que faz aqui? — questiono, entrelaçando nossas mãos.
— Bem... — ele suspira. — Minha mãe me expulsou de casa...
— Por quê?! — pergunto.
— Parecer que ela não quer "ter um filho gay" ou coisa parecida... — ele fecha os olhos e balança a cabeça como negação.
— Ela sabe que você não é gay?
— Ela não consegue nos entender, Wonwoo. — não respondo. Ficamos, no mínimo, cinco minutos em silêncio. — Você sabe que não poderá ficar aqui por muito tempo, não sabe?
— Como?!
— Wonwoo, se alguém descobrir que não há nenhum responsável com vocês, talvez irão paro o orfanato ou, pior, escola militar! — fico em silêncio. — Vim te convidar a morar comigo no motel de Jihoon! Eu, você e Bohyuk... Será perfeito! — ele sorri, animado. — O quê acha?
— Você está certo... Não podemos ficar aqui por muito tempo; têm as contas pra pagar e eu-nem-sei-mais! — Mingyu abre muito mais o seu sorriso bonito. — Irei conversar com Bohyuk...
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Nowhere Boy
Teen FictionEm pleno anos 1963, Jeon Wonwoo, um amante de música, filmes e garotas, tem que lidar com a paixão-platônica-inexplicável de seu amigo homossexual, que esconde esse segredo de todos, e os problemas em casa, como o excesso de bebida que seu irmão mai...