P.O.V. Ivy
2 dias... 3 dias... 4 dias... Finalmente!
Acordo são 6:30 am. Estes quatro dias em casa foram uma seca. A única coisa que fiz de produtivo nestes ultimos dias foi por em dia os episodios que tinha em atraso das minhas séries favoritas.
A minha mãe aparentemente arranjou um namorado (finalmente!) e, então, alguns dias fiquei sozinha em casa de dia, visto que a minha mãe só faz os turnos da noite lá no hopital. Não faço ideia de quem ele é, mas se faz a minha mãe feliz é extremamente bem vindo à familia.
Ultimamente tenho simplesmente pensado na figura que me salvou e que, naquele dia, esteve no hospital. Não faço ideia de quem é ou porque o fez, mas esse alguém, quer eu o conheça ou não, tornou-se como um heroi para mim. Podia-me ter acontecido algo bem grave se esse dito heroi não tivesse aparecido e salvado a minha vida.
Sinceramente, não pensei em como ficou o Jason depois de tudo, mas para ser sincera, e Deus me perdoe, ele merece tudo de mal depois de tudo... tanto do presente como do passado.
Finalmente ganho coragem para sair da minha caverna de cobertores, ou como vocês chamam, cama. Levanto-me e vou tomar um longo e relaxante banho, fazendo a minha higiene pessoal de seguida. Desço e a minha mãe está no sofá à minha espera, como sempre. Tomo rápidamente o pequeno almoço, visto que já são quase 8:00 am, e a minha mãe leva-me a escola.
Chego e os olhares de umas quantas pessoas são pousados em mim. Odeio isto, prefiro mil vezes ser aquela que ninguém conhece do que aquela que todos olham e falam.
Caminho até ao meu cacifo. Hoje vai ser um longo dia...
P.O.V Luke
Ele aproxima-se dela, muito lentamente mas com um sorriso super perverso estampado no rosto. Ela está tranquila, sentada debaixo de uma árvore, a ler um livro. Eu consigo reconhecer este sitio de algum lado... Já sei! É um jardim onde costumavamos ir os dois, quase todos os dias, há uns anos atrás. Podiamos passar lá todo o dia, sem nos aborrecermos. Mas, infelizmente, tudo isto faz parte do passado...Ela está distraida a ler o seu livro e eu... eu estou a jogar futebol com um grupo de rapazes que encontrei aqui. Ele aproxima-se dela e senta-se ao seu lado a conversar, como se fosse minimamente inocente. Ela sorri-lhe amigavelmente enquanto conversa com ele. Ela sim, é inocente... A minha personagem desolha um pouco para se concentrar no jogo. Quando a minha personagem no meio disto tudo volta a olhar, eles desapareceram...
De repente, estou no meio de uma rua sem saida... Está escuro... Ouço a sua voz a pedir por socorro e eu não me consigo mover... Os gritos aumentam e a minha raiva e furia também. De repente... Acordo.
São 6:30am. Toco na minha testa e esta encontra-se toda suada. Os meus lençois encontram-se todos no chão, e a minha almofada também. Sento-me na cama a tentar controlar a respiração. O meu coração bate tão forte que, por momentos, pensei que fosse saltar do meu peito.
Ganho coragem e levanto-me, indo em direção à casa de banho. Tomo um longo duche e despacho-me, descendo logo de seguida. Encontro o meu pai a colocar o pequeno almoço na mesa.
"Bom dia, filho." - O meu pai sorri-me.
"Bom dia, pai. Como estás?" - pergunto retribuindo-lhe o sorriso, enquanto me sento.
"Bem, obrigada. Pareces cansado..." - o meu pai serve-me o pequeno almoço.
"Fiquei a jogar até tarde." - minto.
Não quero que ele saiba dos meus pesadelos...
"Seu viciado." - o meu pai brinca - "Tenho uma coisa para te mostrar." - diz pegando o telemovel.
"A tua nova namorada?" - brinco.
"Por acaso, sim. Vê." - o meu pai sorri e dá-me o telemovel, com uma foto de uma mulher.
A mulher não aparenta ser muito alta. Tem um longo cabelo castanho claro, meio encaracolado e olhos azuis. Não aparenta ter muito mais de 40 anos. Talvez 41 anos.
"É bonita." - sorrio para o meu pai - "Como a conheceste?"
"No hospital, quando me cortei na mão. Foi ela que cuidou de mim nesse dia. Depois decidimos tomar um café e ficámos amigos." - sorri
"Gosto que tenhas seguido em frente." - sorrio para o meu pai.
"Depois de oito anos viuvo, senti que tinha de seguir em frente. Ela é muito boa pessoa." - diz-me o meu pai.
"Quero conhece-la, quando achares melhor." - sorrio.
"Já falei disso com ela. Temos de organizar um jantar quando ela tiver de folga." - sorri o meu pai levantando a mesa e eu ajudo-o.
"Fico à espera" - digo - "Bem pai, vou andando." - digo pegando a minha mochila.
"Até logo!" - despede-se e eu saio de casa.
"Mais um dia de aulas, aqui vou eu..." - penso.