2º Capitulo

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Acordei com o som do meu despertador a invadir o silêncio que segundos antes estava instalado no meu quarto. Passei brutamente a mão por cima dele, desligando-o de novo. Esfreguei os olhos, tentando adaptar-me aos raios de sol que passavam entre os cortinados. Sentei-me na cama e a porta abriu levemente.

Bom dia. – Falou a minha mãe docemente.

Bom dia, mãe. – Falei levantando-me e indo em direção às minhas gavetas, procurando a roupa ideal para o primeiro dia de aulas.

Ouve Ivy, eu sei que estás triste por nos termos mudado mas é o melhor. – Disse-me a minha mãe sentando-se na minha cama.

Eu sei mãe, as condições aqui são melhores e arranjas-te um emprego melhor aqui. Mas eu não conheço aqui ninguém. Vou ser ‘a rapariga nova’. Já para não falar do sotaque diferente. – Disse eu rindo-me um pouco com a última parte.

Farás novos amigos, eu tenho a certeza. Bem, agora vai-te despachar que o pequeno-almoço já está pronto, Ivs. – Disse-me indo em direção à porta.

Peguei naquilo que precisava e dirigi-me para a casa de banho. Liguei a água quente no máximo. A água quente fazia-me relaxar e aproveitei o tempo na banheira para pensar como iria ser o meu primeiro dia de aulas.

Nunca fui uma rapariga muito confiante e social, daí a ter poucos amigos e só ter tido um namorado em toda a minha vida, o Connor. Namorámos durante dois anos, mas acabámos umas semanas antes de eu me mudar. Não dava para confiar uma relação à distância com uma pessoa que te traiu, não é? Também nunca gostei de ser o centro das atenções, mas já faço ideia do que me espera hoje. 

Será que as pessoas daqui são simpáticas?

Acabei de tomar o meu duche e escolhi o que vestir. O tempo aqui é muito diferente do tempo no Kansas, sem dúvida. Vesti-me. Algo simples e confortável pareceu-me o ideal para começar as aulas.

Antes de descer, olhei-me mais uma vez ao espelho, para me certificar que não estava mal de todo. 

Desci e a minha mãe já estava na sala de estar a ver televisão e à minha espera. Olhei para o relógio na parede da cozinha, já eram 7:40 horas. Tomei o pequeno-almoço um pouco mais apressadamente do que o normal. Tinha de chegar à escola antes do toque para descobrir o meu cacifo e a sala onde iria ter aulas.

Acabei de tomar o pequeno-almoço, peguei em alguns livros e cadernos e avisei a minha mãe que já estava ‘pronta’. Sim, ‘pronta’ pois não estava realmente preparada.

Caminhei até ao carro, entrei e pousei os meus livros num dos bancos livres. A minha mãe ligou o rádio e, de seguida, ligou o carro. 

Fomos o caminho todo a conversar e a cantar. A minha mãe é do tipo ‘mãe moderna’. Sim, estou a usar as palavras dela, o que é engraçado. Temos praticamente os mesmos gostos. 

Não me posso queixar em relação à minha mãe, ela sempre cuidou de mim, ela faz o papel de pai e mãe ao mesmo tempo desde que eu nasci e eu agradeço-lhe por isso. Temos uma relação muito próxima. É pena que não vá passar muito tempo com ela, porque o horário dela neste novo emprego é um horário noturno, só chega a casa às 7 horas da manhã.

Durante a viagem casa-escola, pensei também em como iria ser o facto de ser a ‘rapariga nova’.

Não conheço ninguém aqui, o que ainda dificulta mais a situação.

A minha mãe parou o carro em frente à escola. Dei-lhe um beijo na bochecha e peguei os meus livros. Abri a porta do carro e sai. Olhei para trás e acenei à minha mãe, que me acenou de volta, sorriu-me docemente e começou a conduzir.

Fiquei parada durante uns segundos, a analisar o que se passava à minha volta. Sei que a parte de trás da escola tem um jardim, o que parece agradável segundo o que a minha mãe me contou, mas não tenho propriamente tempo de ir lá agora.

Grupos de adolescentes estavam espalhados pelo pátio, conversando e rindo. Sinto alguns olhares postos em mim, mas tento ignorar isso. Finalmente respiro fundo, olhei mais uma vez em redor e comecei a subir os degraus, que davam para uma grande porta, a qual dava para o interior da escola. Parei quando cheguei à porta. Peguei num papel que tinha dentro da minha mala, para saber o número do meu cacifo. 368. Apertei os meus livros e cadernos contra o meu peito, respirei fundo e comecei a caminhar, tentando encontrar o meu cacifo. À medida que andava por aquele enorme corredor, olhava para os lados. Para cada lado que olha, procurando o cacifo 368, via grupos de alunos a falar e a rir entre si e a rir.

Finalmente encontrei o meu cacifo, depois de tanta caminhada. -pensei 

Abri o cacifo e pousei os meus cadernos e livros. Suspirei de alívio, pois já me estavam a doer os braços. Arrumei todos os cadernos e livros e tirei apenas aquilo que precisava.

Tirei o meu horário da mala e analisei-o.

Inglês -Disse eu baixinho.

Olhei para o relógio e faltavam cerca de 10 minutos para tocar. Tinha de me apressar se queria apanhar um lugar que me agradasse. Peguei nos meus livros e cadernos de inglês e fechei a porta do cacifo.

Comecei a caminhar apressadamente, tentando encontrar a sala de inglês, até que vou contra alguém, fazendo com que os meus livros se espalhassem todos.

‘Mas que ótima maneira de começar as aulas, não haja dúvida’, pensei eu.

Who am I?Where stories live. Discover now