12º Capitulo

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Aviso: Este capitulo pode conter linguagem e cenas impróprias.

(…)

Ligo o meu Ipod e coloco os meus fones nos ouvidos. No momento em que a música começa a tocar, nenhum pensamento passa pela minha cabeça. O trabalho que estive a fazer em casa da Gabs demorou mais tempo do que o previsto. O Josh ainda se ofereceu para me levar a casa, mas eu recusei. A minha casa fica apenas a poucos quarteirões daqui, por isso vai-se bem a pé. Também, assim aproveito e conheço melhor onde vivo agora. A rua está deserta e, às 7:45 pm, já está escuro na rua. 

Caminho durante alguns minutos, não sei ao certo por onde, tentando conhecer melhor este sítio, tão diferente do Kansas.

As luzes e a agitação vindas de um edifício branco sujo e velho, do outro lado da estrada, chamaram a minha atenção. 

Tirei os fones e decidi ir ver o que se passava naquele edifício. Atravesso a estrada, um pouco receosa mas curiosa ao mesmo tempo. Chego perto do edifício e reparo que a porta de metal, um pouco enferrujada, está entre aberta. Abro-a devagar, espreitando lá para dentro e, uma mulher musculada, de cabelo vermelho e piercings e tatuagens a cobrir o seu corpo, olha para mim com os seus olhos azuis super maquilhados de preto, a ficarem um pouco vermelhos graças a um tipo qualquer de cigarro que ela está a fumar. Ignorei o seu olhar e os avisos que estavam na porta e entrei na sala à minha frente, mesmo ao lado de uma escadaria que dá acesso ao 2º andar do edifício. Entrei e fiquei surpresa com o facto de, ao entrar na sala, ver um grande ringue, onde homens soados e musculados lutavam, cada um com mais força do que o outro.

Continuo a andar pela sala, passando por um grupo de raparigas, usando roupas super curtas, cabelos coloridos e com piercings e tatuagens a cobrir a maior parte dos seus corpos. 

Olho mais atentamente ao meu redor e fico petrificada quando reparo que ele está ali.

“Isto não pode ser verdade. Só pode ser perseguição ou algo do género”, penso eu.

Viro-me e corro para a porta da saída, rezando para que ele não me tenha visto. 

Já na rua, escura e completamente deserta, continuo a correr sem destino certo, tentando apenas despistá-lo. Não faço ideia de onde estou ou para onde estou a correr. 

Já me doem as pernas, o meu batimento cardíaco está demasiado acelerado e os meus pulmões imploram cada vez por mais oxigénio. Viro rapidamente na primeira esquina, continuando a esforçar-me para correr cada vez mais, mas rapidamente sou obrigada a parar.

Estou num beco sem saída. 

Viro-me e vejo-o a vir na minha direção com aquele sorriso perverso. Tento aumentar a distância entre nós, mas a parede atrás de mim impede-me de tal coisa. Medo é o sentimento que me controla neste preciso momento. Ele está cada vez mais perto de mim. Consigo ouvir os passos dele a vir na minha direção, caminhando devagar e dando pequenas risadas. Ele é o Jason.

“SOCORRO!” – Grito, na tentativa de ser ouvida por alguém.

Jason apressa-se a tapar-me a boca com força. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu não sei o que fazer.

“Agora ele não te poderá salvar…” – Disse ele sussurrando ao meu ouvido, acabando a frase com uma pequena risada e um beijo no meu pescoço.

Tentei que ele me largasse, mas foi em vão. Toda aquela corrida tinha esgotado todas as minhas forças. 

Ele agarrou os meus pulsos com a sua mão livre. Tentei soltar-me, mas não consegui.

“Será melhor para ti se não deres luta. Doerá menos, boneca.” – Avisou ele. – “Agora vou destapar-te a boca, mas se gritas estás lixada, ouviste-me bem?” – Acrescentou, ainda sussurrando.

Acenei com a cabeça. Ele destapou-me a boca, apertando cada vez mais os meus pulsos.

“SOCORRO! AJUDEM-ME!” – Gritei quando ele me destapou a boca.

Rapidamente a mão de Jason faz contato com a minha cara. Agarrando os meus pulsos só com uma das mãos, ele tira um lenço de pano do bolso do casaco e, de seguida, tapou-me a boca com ele. Tento gritar outra vez, mas é escusado. A mão de Jason faz outra vez contato com a minha cara. Lágrimas continuam a correr pela minha face. Isto não pode estar a acontecer…

“Foda-se! Eu disse-te para não gritares sua cabra!” – Gritou ele, um pouco mais baixo do que os meus gritos.

De repente, ele empurra-me para um canto do beco sem saída. Mesmo com o lenço na boca e com os pulsos presos, tento gritar mais alto. 

“Cala-te ou vais sofrer mais, já te avisei caralho!” – Disse-me ele atirando-me para o chão, fazendo as minhas costas chocarem com a parede. 

Não, isto não pode estar a acontecer. Isto só pode ser um pesadelo do qual eu quero acordar rapidamente! 

Ele aproxima-se de mim mais uma vez, lentamente e com um enorme sorriso perverso. Tento aumentar cada vez mais a distância entre nós, mas não consigo. Tento escapar, mas também não consigo, ele é mais rápido do que eu.

“Estou lixada” é o único pensamento que me passa pela cabeça. Grito mais uma vez, mas em vão. Lágrimas escorrem pela minha face, e eu não posso fazer nada. 

Ele está em cima de mim. Consigo sentir a sua respiração perto do meu ouvido. Ele dá pequenas risadas vitoriosas, como se tivesse ganho algo com isto tudo.

“Agora não me escapas, boneca.” – Ele sussurrou ao meu ouvido, tornando nula a distância dos nossos corpos. – “Não fiques tão tensa, não vai custar nada.” – Acrescentou.

Tento afastá-lo de mim e gritar o mais alto que consigo, mas a sua força é muito superior à minha. A sua mão entra em contacto com a minha cara, fazendo com que a minha cabeça chocasse com a parede. Esperneio, tentando soltar-me do seu toque, como se eu conseguisse fazer algo.

“Não fazes o que eu quero a bem, fazes a mal sua puta de merda!” – Disse ele, com bastante raiva na sua voz, tentando desapertar-me o botão das calças. - "És uma cabra assanhada mas não levas a melhor."

Volto a bater com a cabeça na parede devido à força de Jason e, de repente sinto o corpo dele a afastar-se do meu, repentinamente. Uma onda de alívio percorre o meu corpo por segundos. Ouço umas vozes de fundo a gritarem e começo a ver tudo desfocado.

De repente, tudo se apaga.

Who am I?Where stories live. Discover now