A dor de cabeça latejante é a primeira coisa que Castiel percebe.
Mesmo antes de abrir os olhos, ele percebe que o quarto está muito claro. Ele pode sentir a luz do sol atingindo seu rosto, mas se mover significa dor repentina, intensa e latejante em sua cabeça. Então, sim, se mover não é uma opção no momento.
A segunda coisa que ele sabe é que não está sozinho na cama grande e confortável. Um braço pesado está no seu quadril e a respiração de alguém faz cócegas na parte de trás do pescoço de Castiel.
Não, não alguém.
Dean.
Oh, Deus.
Todas as memórias da noite anterior subitamente vêm à tona e Castiel não consegue deixar de gemer em uma mistura de vergonha por como ele agiu e a dor na cabeça de todo o champanhe que consumiu. Quanto foi, afinal? Muito, se não lhe falha a memória. Demais, em todo o caso.
— Bom dia. — A voz abafada de Dean faz Castiel ficar quieto, como se fingir ainda estar dormindo fizesse a conversa iminente desaparecer.
Mas mesmo que Castiel consiga adiar a conversa com Dean até mais tarde pela manhã; e talvez isso seja o melhor, já que ele mal consegue formar um pensamento coerente com a cabeça latejando assim; eles ainda terão que falar sobre a noite passada em algum momento.
E ainda será sem dúvida a conversa mais embaraçosa de todos os tempos.
— Bom dia — Castiel responde contra seu melhor julgamento. Ele ainda não se virou para olhar para Dean. Na verdade, ainda está com os olhos bem fechados.
Ele não sabe mais o que dizer. Tudo o que pode ouvir no quarto silencioso enquanto os segundos se estendem entre eles é seu próprio coração batendo violentamente em seu peito e a respiração lenta e constante de Dean.
Talvez o coração de Castiel simplesmente exploda naquele momento. Essa é realmente a única maneira dele sair dessa provação, além de pular da cama e fugir, talvez. Mas com sua ressaca maciça e como ele tem noventa e nove por cento de certeza de que ainda está nu debaixo da pilha de cobertores, correr também não parece a ideia mais inteligente.
— Você dormiu bem? — Dean pergunta, quebrando ainda mais a esperança de que ele possa voltar a dormir e deixar Castiel continuar surtando em silêncio.
— Eu... talvez? — Castiel responde. — Sinceramente, não me lembro de nada depois...
— Depois que você gozou?
Oh, Deus.
Oh, Deus, Deus.
Como isso está acontecendo? Como isso é vida real? Como isso é a vida de Castiel agora?
Ele tem um emprego agradável, estável e sem complicações e uma existência agradável, estável e sem incidentes. Ele não tem encontros de uma noite. Especialmente uma noite com um cara que nem gosta dele. E ele absolutamente, positivamente, nunca fala sobre gozar.
Mas, aparentemente, todas essas regras não se aplicam ao mundo invertido em que ele está vivendo agora. Este mundo onde ele fica bêbado e faz coisas loucas com seu maior concorrente e inimigo mortal.
Apenas mais um sábado na nova vida de Castiel.
— Sim, depois... disso. — Castiel engole em seco. — Então, como você dormiu?
Ele não consegue acreditar que está tentando continuar a conversa, mas espera que sua pergunta desvie a atenção de sua própria participação nos eventos da noite passada.
— Muito bem, na verdade. — O tom de Dean é leve e conversador, como se toda essa situação não fosse nada estranha para ele. Mas isso não é totalmente surpreendente. Dean sempre foi uma das pessoas mais confiantes que Castiel já conheceu. Arrogante seria a palavra que Castiel normalmente usaria para descrevê-lo, uma palavra que assumiu um significado totalmente diferente depois da noite anterior. Porque droga... o cara tem motivo para ser confiante, com certeza. — Seu corpo é como uma pequena fornalha sob essas cobertas — Dean continua, fazendo Castiel começar a se encolher de novo. — Me manteve bem quentinho a noite toda.

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O Natal Nos Uniu ❆ Destiel Version
Roman d'amour"Não vou passar a semana antes do Natal com ele." Castiel Novak não pode esperar para escapar. Após semanas de prazos de férias agitados, ele aproveita a chance para avaliar um novo resort de luxo nas montanhas para o jornal em que trabalha. Alguns...